Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Cresce e continua igual

THE NEW YORK TIMES

O New York Times continua levando de vento em popa sua tradicional batalha para manter a tradição. O jornal se recusa a publicar horóscopo, quadrinhos ou conselhos sentimentais. E trata terroristas e assassinos de "Mr".

O sucesso na atração de leitores da elite americana deixa o jornal em posição econômica privilegiada. O prestígio, de acordo com David Shaw [The Los Angeles Times, 24/6/01], é conseqüência de um NY Times cada vez mais brilhantes e vivo nos últimos anos. Mas a verdadeira revolução no jornal mais influente dos EUA não envolve conteúdo ou aparência, mas alcance e firmeza financeira ? e, portanto, seu futuro.

Por mais de um século, o Times tem tido impacto muito além da metropolitana Nova York. Agora, sua antiga ambição de ser um verdadeiro jornal nacional está rapidamente se tornando realidade. Os últimos anos transformaram dramaticamente o perfil financeiro do Times, dando-lhe pela primeira vez preponderância impressionante entre anunciantes nacionais.

Apesar de estar enraizado em Nova York, o Times atrai um leitorado definido mais por demografia que por geografia, voltando-se a um público selecionado e intelectualizado. O público mais leal sofre do chamado "vício do New York Times, quase uma obsessão", de acordo com pesquisa do Times. O jornal atrai anunciantes que pagam mais para atingir este tão desejado público, graças ao crescimento significativo da circulação nacional. Apesar de perder circulação de 85 mil exemplares em 30 municípios nos anos 90, atraiu, nos últimos 15 anos, 175 mil novos leitores fora do mercado local.

Apesar da influência que exerce sobre outros veículos dos EUA, o Times vende muito menos que outros jornais à população de Nova York ? apenas 9%, comparados aos 45% do Washington Post.

No entanto, como qualquer outro jornal americano, o Times sofre com a queda de anunciantes e lucros na atual recessão econômica. O faturamento publicitário do jornal caiu 11,6% nos primeiros cinco meses do ano. Na semana passada, a New York Times Co. anunciou planos de redução da força total de trabalho de 8% a 9%.

    
    
                     

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