Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Críticos são mais livres – nem sempre

CONTROLE E COERÊNCIA?II

Alberto Dines

Outra modalidade de controle social sobre a mídia é representado pelo exercício regular da crítica. No âmbito externo, no plano do debate, sem possibilidades de influência interna no veículo. Sem o caráter de contrapoder.

O media watching ou media criticism ? invenção anglo-saxônica ? é exercitado na academia, em organizações do Terceiro Setor, em sites, em revistas segmentadas, eventos especializados e veículos concorrentes.

Tem a vantagem da abrangência, da liberdade, das comparações entre diferentes desempenhos e a possibilidade de oferecer um olhar sistêmico, mas corre o risco de não oferecer a credibilidade institucional quando coloca-se além do escrutínio público. Pode estar a serviço do jogo político e/ou influenciado por diferentes idiossincrasias.

O media critic gaúcho Gilmar Antonio Crestani, colaborador freqüente deste Observatório, tem se recusado a dirigir o seu aguçado senso crítico, geralmente focado na RBS, para a violência cometida contra este Observatório (versão televisiva) pelo governo do Rio Grande do Sul no exato momento em que assumiu. É a única afiliada da rede nacional de TV Educativa onde o programa não é exibido, ao vivo ou gravado. Está no seu direito ? o Observatório não pauta seus freqüentadores, é um fórum de debates aberto a todos os que, devidamente identificados, em linguagem apropriada, examinam o desempenho da imprensa. Mas perde em credibilidade porque seu senso crítico mostra-se seletivo. Portanto, comprometido.

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