Prezado Victor, Parabéns pela recuperação do debate – e de suas vicissitudes – no seu artigo do Observatório. É o “estado da arte”, como se diz.
A propósito do artigo de Sheila Grecco, “A mídia e a escola do giz e lousa” [ver remissão abaixo]: Paulo Renato de Souza, durante a campanha de reeleição de FHC, declarou que “os últimos quatro anos o nosso ministério tomou medidas que vêm de encontro aos anseios de estudantes, professores e sociedade”. Pelo jeito o ministro não sabe que “vir de encontro” quer dizer contra, e nunca a favor. Se sabe, pode ter sido um arroubo de sinceridade sobre o que foi feito com a educação no primeiro mandato.
Leciono pelo governo do estado de São Paulo, e o que vejo é triste: classes com mais de 40 alunos (qualquer pedagogia vai pro espaço) nas quintas e sextas séries; classes com 25 ou 30 alunos nas oitavas séries; não sabem ler um texto; não se esforçam em aprender; dizem que não precisam se esforçar, pois terão o diploma de qualquer jeito; desrespeitam os professores; cada dia de aula é uma batalha; temos que brigar para poder explicar a matéria; não há limites na indisciplina.
Falta de limites começa em casa (constatamos isso ao chamarmos os pais). Essa é a realidade das escolas estaduais da periferia da grande São Paulo.
Sheila Grecco responde: Caro missivista, entendo o seu drama como professor da escola pública de São Paulo. Também já lecionei e sei o que é ouvir dos alunos, até mesmo dos pequenos, “para que estudar se passarei de qualquer jeito?” A desmotivação é geral, tanto dos alunos quanto dos professores. Pior mesmo é ouvir da diretoria da escola aquele discurso: “Todos merecem a mesma chance”. Leia-se: teremos aprovação 100%, custe o que custar. Só dessa forma é que o governo pode melhorar os índices da educação no Brasil – negócio para inglês ver. Como escrevi em outro artigo para o Observatório, na edição de 5 de maio, Fernando Henrique Cardoso e sua trupe esqueceram os mestres da Sociologia para terem como livro de bolso Lair Ribeiro, o discurso do otimismo. Fica difícil viver nessa ilha utópica, não é? Abraços, S. G.
Caros amigos, meu nome é Heloisa Juncklaus Preis e sou formanda em Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul). Estou começando a desenvolver um trabalho na área de jornalismo comunitário. Gostaria de saber se vocês têm material que possa me ajudar no embasamento teórico. Abraço,
Nota do O.I.: Prezada Heloisa, o seu pedido está fora de nosso alcance. Mas caso algum leitor queira ajudá-la, aí está o seu e-mail.