Mailson da Nóbrega, ministro da Fazenda de José Sarney que escreve às sextas-feiras no caderno de economia da Folha, praticou algo insólito no seu artigo de 14/11 (ver remissão abaixo): deu uma bronca explícita, com todas as letras, nos editores que fizeram a primeira página do dia anterior. Chamou-os de “analistas politicamente motivados”, “chapas-vermelhas” e “arrogantes”. E, não satisfeito, dá o seguinte título à sua diatribe: “As incríveis interpretações do pacote fiscal”.
Rápido no gatilho, o ombudsman (que fecha sua coluna na sexta-feira) incluiu a bronca na coluna do domingo. Mas teve que temperá-la com uma entrevista da secretária de redação, que, obviamente, não poderia concordar com a opinião do ex-ministro. De qualquer forma, ficou o registro no primeiro caderno, no dia de maior circulação, do parecer de um técnico, usualmente reservado.
Curiosamente, o inefável José Sarney, que escreve na mesma Folha (p.2, show-room do “jornalismo crítico”) tem defendido posições contrárias às do seu antigo auxiliar.
Manchete prospectiva: “Racha no governo Sarney”