Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1280

EFE

JORNALISTAS PREMIADOS

“Jornalista Marcelo Canellas ganha prêmio da FAO”, copyright EFE, 29/11/03

“O jornalista brasileiro Marcelo Canellas ganhou o prêmio ?Boema? como reconhecimento a seu trabalho de informação e sensibilização da opinião pública sobre a fome no mundo, anunciou no último sábado (29/11), a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).

Canellas recebeu este ano o prêmio concedido desde 1979 pela FAO a jornalistas ou grupos de jornalistas de todo o mundo que tenham contribuído para conscientizar o público sobre a segurança alimentícia e o desenvolvimento rural nos países em desenvolvimento.

Segundo o comunicado divulgado na sede do organismo da ONU, em Roma, Canellas, cujas reportagens ganharam diversos prêmios, levou à televisão brasileira assuntos ?difíceis nos horários de maior audiência?, e seus programas ?despertaram consciências e iniciativas destinadas a abordar questões como a pobreza e as desigualdades em seu país?.

O jornalista realizou em 2001 uma série de cinco documentários sobre as causas e a repercussão da fome no Brasil.

O organismo da ONU concedeu o mesmo prêmio ao britânico David Brough, correspondente em Roma da agência Reuters, pela atenção prestada ao trabalho desempenhado pelas três organizações com sede na capital italiana relacionadas à alimentação: a própria FAO, o Programa Mundial de Alimentos e Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola.”

“Jornalista ucraniano é o vencedor de prêmio da WAN”, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 27/11/03

“O jornalista ucraniano Ruslan Sharipov, preso desde agosto passado por ?envolvimento em atos homossexuais? e ?envolvimento em relações sexuais com menores?, é o vencedor do prêmio Caneta de Ouro da Liberdade 2004, da Associação Mundial de Jornais (WAN). Sharipov foi condenado a cinco anos de prisão. Entidades representativas internacionais acreditam que a condenação tenha sido um pretexto do governo para silenciá-lo. O jornalista sempre criticou muito o governo de Islam Karimov e também se engajou na luta pelos direitos humanos.

Ele foi eleito por sua coragem e resistência aos ataques e torturas do governo de Karimov.

O prêmio será entregue no dia 31/04/2004, durante o Congresso Mundial de Jornais e o Fórum Mundial de editores, em Istambul, na Turquia.”

 

LIBERDADE DE IMPRENSA

“EFE: Repórteres e OSCE pedem urgente descriminalização da ?difamação?”, copyright EFE, 26/11/03

“A Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) e a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) pediram hoje, quarta-feira, a urgente descriminalização da difamação, para que ?não possa ser utilizada para amordaçar os meios? e para que ?nenhum jornalista possa ser condenado a penas de prisão?.

?É urgente? descriminalizar a difamação e também ?suprimir pura e simplesmente as leis sobre a ofensa que protegem os poderes públicos. São leis de outras épocas, indignas de uma democracia moderna?, disseram em um comunicado.

Estas são também as principais conclusões de uma mesa-redonda organizada nos dias 24 e 25 de novembro em Paris pela RSF e pelo representante para a liberdade dos meios da OSCE, Freimut Duve, com a participação de especialistas, advogados e jornalistas vítimas de perseguições penais por difamação.

Os presentes denunciaram que, há anos, o trabalho dos jornalistas ?é obstaculizado pela existência, em numerosos países membros da OSCE, também em países da União Européia, de legislações criminais sobre a difamação e leis sobre a ofensa?.

Este regime legal representa uma pressão excessiva sobre os jornalistas, ?em particular quando questionam as autoridades públicas?, por isso lhes empurram ?a autocensura e os incitam a evitar investigar sobre casos de corrupção, por medo de serem perseguidos por difamação?, acrescentaram.”

 

INTERNET

“Internet se apaixona por sites de namoro”, copyright Folha de S.Paulo, 30/11/03

“Uma das regras básicas para o sucesso de qualquer atividade comercial é o estabelecimento de um laço duradouro de fidelidade com a clientela. Esse, no entanto, não é o caso de um dos negócios que mais dão dinheiro hoje na internet: mesmo contando com uma freguesia de alta rotatividade, os sites especializados na promoção de encontros on-line já estão em primeiro lugar entre as empresas que oferecem conteúdo pela web. Em 2003, o faturamento desse setor nos EUA deve ultrapassar os US$ 400 milhões.

Somente no primeiro semestre deste ano, os internautas americanos gastaram US$ 214,3 milhões em sites de encontros. Isso representa quase um terço do dinheiro gasto (US$ 748 milhões) pelos americanos em sites de conteúdo (não entram nessa conta sites de pornografia e jogos de azar, cuja renda não é medida, e de comércio eletrônico, como Amazon.com e eBay).

Geralmente, quem se inscreve num site de encontros paga de três a seis mensalidades. A maior parte simplesmente desiste, mas cerca de um terço, segundo o Match.com, sai porque encontrou alguém. O Match.com afirma que mais de mil casamentos acontecem no mundo todo ano graças a seu serviço.

?Céu é o limite?

Com mais de 12 milhões de pessoas cadastradas, o Match.com atinge praticamente todo o planeta: a empresa cataloga corações solitários em mais de cem países. Embora a rotatividade dos membros pagantes seja muito alta, o número de clientes potenciais é quase infinito: ?O mercado de solteiros está crescendo. Diria que o céu é o limite para o nosso negócio?, afirma Nigel Sharman, 44, diretor de relações públicas internacionais do Match.com.

Uma vantagem desse tipo de site é que eles são operações pequenas. A MatchNet, que mantém dez diferentes sites de encontros, tem 138 funcionários para 5,5 milhões de cadastrados.

Nos três primeiros trimestres deste ano, a MatchNet teve um faturamento de US$ 25 milhões. O Match.com conta com 274 funcionários em todo o mundo e em 2002 teve um faturamento de US$ 125 milhões, com um lucro de US$ 36 milhões.

Os sites de encontros on-line não cobram nada de quem quer colocar um anúncio pessoal. A receita é obtida por meio da cobrança de mensalidades daqueles que querem ter acesso a uma série de ?serviços especiais?. Esses extras podem ser o direito de colocar fotos, de ver quem está on-line naquele momento ou de entrar em uma sala de bate-papo.

A mensalidade desses sites gira em torno de US$ 25 (no Brasil, o preço fica em cerca de R$ 20). O Match.com declara que, dos seus 12 milhões de cadastrados, 910 mil são membros pagantes.

Tendência

A rápida popularização dos namoros on-line está ajudando a diminuir a imagem negativa que alguns têm desses sites -apelar para a internet para conhecer alguém seria o último recurso dos desesperados por companhia. Não faltam também explicações sociológicas para o fenômeno.

?Os avanços da tecnologia e os tropeços da economia fizeram com que as pessoas passassem a ter menos atividades de lazer fora de casa. O declínio das atividades sociais em clubes e igrejas diminuiu as possibilidades de encontrar pessoas. A internet preenche esse vácuo?, analisa Larry Gant, psicólogo e professor da Universidade de Michigan e autor de um estudo sobre o uso que homens e mulheres fazem da internet.

Embora não veja diferenças entre as relações que tiveram seu início na internet e relações que começaram de formas tradicionais, Gant detecta o surgimento de uma tendência ?triste? na maneira como muitos casos chegam ao fim: ?E-mails simplesmente deixam de ser respondidos, e o outro parceiro fica sem saber o que aconteceu. Parece que mais e mais gente que se envolve em namoros on-line está aceitando isso como uma regra do jogo?.

Essa nova ?regra? social talvez seja uma das razões do sucesso dos sites de namoro. Terminar um caso sem ter de passar pelo doloroso processo de ?discussão da relação? pode ser um estímulo decisivo para fazer com que aqueles que têm dificuldades de interagir decidam sair da toca e encontrar outras pessoas.

O raciocínio é simples: trocam-se alguns e-mails, marcam-se encontros em lugares públicos e, se no fim não der certo, basta deletar o nome da agenda eletrônica e partir para a próxima tentativa. Sem dor, sem desculpas.

Certamente, ser rejeitado dessa forma não é a única experiência ruim associada aos sites de encontro. O medo de muitos de se envolver em alguma aventura que possa acabar em morte ou estupro faz com que sites como o AmericanSingles exibam uma lista com precauções a tomar.

Apesar disso, os sites afirmam que incidentes desse tipo são raros. ?As pessoas podem ter uma experiência ruim encontrando alguém num bar, num supermercado ou num site. Não é exclusividade da internet?, diz Gail Laguna, vice-presidente de operações da MatchNet, que mantém o AmericanSingles.com.”