Wednesday, 24 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Entre a liberdade e o controle

Isadora Braga Camargos e
Mariana Ramos de Morais

 

O

cabo expulso da Polícia Militar por ter liderado em 1997 uma greve dos soldados por melhores salários defende a mais completa liberdade para os meios de comunicação, sem cogitar de qualquer tipo de restrição. A psicóloga, professora e militante católica, ex-prefeita de Betim, pensa que a mídia cumpre um papel fundamental na democracia, mas freqüentemente privilegia interesses. Apesar de reconhecer que o assunto é polêmico mesmo dentro da bancada de seu partido, pensa que deveria haver algum tipo de controle da mídia, possivelmente por parte de um conselho, a exemplo dos que fiscalizam o exercício de profissões liberais. O OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA ouviu em Minas Gerais dois candidatos campeões de votos nas eleições de 4 de outubro para a Câmara dos Deputados, Cabo Júlio (Júlio César Gomes dos Santos, do PL, 217 mil votos) e Maria do Carmo Lara (PT, 135 mil votos). As entrevistas foram feitas por duas estudantes do segundo período de Jornalismo da PUC-Minas, Isadora Braga Camargos e Mariana Ramos de Morais, sob a orientação do professor Ananias José de Freitas. Traçam um perfil dos dois eleitos, recuperam características de suas campanhas e abordam especificamente a questão da mídia.

 

 

Entrevista da deputada Maria do Carmo Lara

Eu acho que a mídia contribui, colabora muito. Inclusive para a democracia. O que me preocupa é que no nosso país a mídia, principalmente os grandes meios de comunicação, as grandes televisões, rádios, jornais, estão atrelados a um ou outro grupo. (….) Deveria haver conselhos que controlassem a imprensa. Não é ter censura, mas ter conselhos, como você tem conselho na área de educação, conselho na área de saúde.”

 

Maria do Carmo Lara faz parte do time dos novatos na Câmara Federal. Eleita pelo PT de Minas Gerais com 135.000 votos, ex-prefeita de Betim, cidade industrial da Região Metropolitana de Belo Horizonte, se diz contra algumas atitudes da mídia e propõe soluções. Psicóloga, professora e militante da Igreja católica, foi fundadora do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino em sua cidade. Ao término de seu mandato na Prefeitura, em 1996, obteve mais de 90% de aprovação popular, o que foi fundamental para sua eleição.

 

O.I. – A que a senhora atribui a quantidade de votos que obteve?
Maria do Carmo – Eu atribuo a um processo, uma caminhada que vem de longe. Acho que tem muita relação com meu mandato de prefeita em Betim. Conseguimos fazer um trabalho bom, com uma equipe entrosada, coesa. Investimos em todas as áreas e conseguimos dar visibilidade ao mandato através de um bom trabalho de comunicação.

O.I. – Como era o relacionamento da prefeitura com a mídia em geral?
Maria do Carmo – Quando nós assumimos a Prefeitura, havia um vício, como na maioria das prefeituras, que era pagar para publicar matérias nos jornais. Nós acabamos com isso e começamos um novo trabalho. Não foi fácil não, teve muita pressão. Só pagávamos o que fôssemos anunciar. Tínhamos uma relação profissional. E também procurávamos divulgar, mandava releases para todos os veículos. Como estávamos fazendo muitas coisas no governo, as próprios fatos levavam a imprensa a publicar. Também o fato de eu ser PT e ser mulher fez com que a imprensa acompanhasse um pouco mais.

O.I. – A senhora teve um apoio religioso na sua vida política…
Maria do Carmo – Eu sou até hoje uma pessoa militante de Igreja. Essa militância de Igreja foi construindo laços, foi construindo respeito. No trabalho da Prefeitura também fizemos muitas parcerias com a igreja evangélica, com a igreja católica, na área social. Toda essa caminhada, todo esse trabalho nos trouxe pessoas ligadas a igrejas que nos apoiaram.

O.I. – A senhora acha que a mídia influencia muito nas campanhas eleitorais? E as pesquisas?
Maria do Carmo – Com certeza influencia, e muito. Aí eu acho que entra não só o profissional da Comunicação, mas entram principalmente os donos dos meios de comunicação, o interesse dos donos dos meios de comunicação. A campanha do Fernando Henrique no primeiro mandato dele foi feita pela mídia. O Collor foi eleito pela mídia, foi criado pela mídia. As pesquisas nesta campanha foram marcadas pelo interesse e os resultados demonstraram isto. A esquerda no Brasil inteiro estava com a votação melhor, e a mídia colocando em baixo.

O.I. – Aqui no Brasil, a imprensa e os próprio candidatos baseiam-se muito nas pesquisas. O que acha dessa importância?
Maria do Carmo – Eu acho é que pesquisa é uma coisa muito importante. É um estudo científico, metodológico, que se deve usar não só na área política, mas em todas as áreas. Qualquer trabalho de marketing, as pessoas fazem com pesquisas. Eu pessoalmente acho pesquisa importantíssimo. No nosso governo, nós usamos pesquisa o tempo todo. E foi através dela que a gente ia olhando onde precisava mudar, consertar, reforçar.

O.I. – E essas pesquisas eram divulgadas?
Maria do Carmo – Às vezes eram, às vezes não, dependia. E em campanhas, as pesquisas são fundamentais para ver perfil, para fazer estrutura. O problema é como a imprensa usa e a que o instituto se presta em sua relação com os candidatos. Às vezes se pega um dado isolado e se dá um tipo de resultado. Muitas vezes o instituto se prestava a isso nessas eleições. Aí não é a pesquisa em si, é a maneira como é usado esse instrumento de pesquisa. Influencia o eleitor. Muitos eleitores querem votar em quem vai ganhar. A pesquisa fala que é fulano que está na frente e vota. Muita gente não votou em Marta Suplicy em São Paulo porque achava que ela não tinha chance. Quando viram que ela quase ganhou do Covas, muita gente queria ter votado nela, mas não votou.

O.I. – Como acha que deveria ser a relação da mídia com a política?
Maria do Carmo – Eu acho que a mídia é muito importante, os meios de comunicação são fundamentais. Primeiro que eu acho que todas as coisas que o governo faz, ele precisa da mídia para informar a população, para divulgar. Eu acho que a mídia contribui, colabora muito. Inclusive para a democracia. O que me preocupa é que muitas vezes no nosso país a mídia, principalmente os grandes meios de comunicação, as grandes televisões, rádios, jornais, estão atrelados a um ou outro grupo. Nesse ponto eles atrapalham, não contribuem para a democracia.

O.I. – E agora, como deputada, pensa que tem algum jeito de melhorar essa mídia?
Maria do Carmo – Eu acho que o que precisa (não é uma coisa tranqüila, por ser minoria na bancada) ter um controle maior. E para esse controle maior, o que eu penso? Deveria haver conselhos que controlassem a imprensa. Não é ter censura, mas ter conselhos, como se tem conselho na área de educação, conselho na área de saúde, que vai determinar o que melhor pode ser feito, por exemplo que tipo de programa. E ao mesmo tempo pode fazer um controle da questão da comunicação. São conselhos com entidades, com representação. São conselhos populares que representam setores da sociedade. A sociedade tem que interferir e estar participando mais politicamente.

O.I. – O que acha de o Cabo Júlio ter sido o candidato mais votado nessas eleições?
Maria do Carmo – O Cabo Júlio é um fenômeno porque quem deu a eleição para ele foi o próprio governador que está aí. O que foi feito com a polícia. Ele conseguiu captar a eleição de uma categoria, de uma corporação e da família, e da polícia como um todo. Eu acho que se ele fizer um bom mandato, tiver uma correspondência, ele vai continuar. O outro é o Zezé Perrela, que também teve uma votação grande, que é também ligado a uma questão, que é a do Cruzeiro, a da torcida, e que é muito dinheiro, porque em todo lugar que eu rodei tinha campanha e mais campanha do Zezé Perrela. Do Cabo Júlio eu não lembro muito não, mas do Zezé Perrela tinha muita campanha. O que eu gastei na campanha foi pouco em relação ao número de votos que eu tive. Eu não gastei um real por voto. O pessoal até não acredita nisso. Eu tive 135 mil votos. Tem vários fenômenos ou maneiras de ser colocado o voto.

O.I. – E sabe o porquê de isso estar acontecendo com esses candidatos?
Maria do Carmo – Eu acho que a sociedade, no fundo, tem muito de corporativa também. Defende muitas corporações. E além disso é uma questão de inovação. Eu acho que foi usado muito o emocional, o amor pelo Cruzeiro. Como se fosse possível transferir a torcida do Cruzeiro para o Congresso. E eu acho que a questão do Cabo Júlio é: Nós vamos dar uma resposta ao que sofremos. E a resposta foi dada na urna. Sempre que você estimula alguém, exclui alguém, faz com que alguém não exerça os seus direitos, pode haver uma inversão. A pessoa adquire força e coragem para lutar e conseguir. Essa votação do Cabo Júlio tem muito isso: uma resposta da corporação da polícia, não dos chefes, a um tipo de retaliação que eles sofreram. Isso é um pensamento meu, não é uma análise científica, nem nada; é como estou vendo.

O.I. – Tem alguma idéia de qual será a postura que eles terão na Câmara?
Maria do Carmo – Não tenho, não conheço. Eu acho que eles têm tudo para ter uma postura boa. Tomara que tenham, porque quem vai ganhar é o povo. Eu torço que tenham uma boa postura e que pensem nessa população e que pensem no nosso Estado.

O.I. – O que espera do novo governador, Itamar Franco?
Maria do Carmo – Não tenho muita esperança, não. Eu, pessoalmente, não acredito em muita mudança. Nó estamos vivendo um momento difícil no país. Momento de uma crise profunda, que já estava aí e foi escamoteada com a eleição, que a imprensa fez esse papel de escamotear. Espero que ele consiga ser uma âncora contra esse projeto neo-liberal. Mas eu não tenho uma expectativa muito grande não, principalmente por causa da crise que o país está vivendo.

 

Entrevista do deputado Cabo Júlio

Eu acho que a liberdade de expressão tem que imperar a qualquer custo. Acho que os que extrapolarem devem ser responsabilizados. Mas a mídia precisa de liberdade, é ela que mostra ao povo a realidade do país.”

Júlio César Gomes dos Santos, 28 anos, evangélico e ex-cabo da PM mineira, foi o principal líder dos policiais militares no movimento grevista que reivindicava aumento de salários e acabou gerando uma crise institucional durante o governo Eduardo Azeredo, no ano passado. Com isso, ele e diversos colegas foram expulsos da polícia. Até então nunca havia participado de qualquer atividade política. Nas últimas eleições foi eleito deputado federal pelo PL, apresentando-se como “Cabo Júlio”, vestindo roupas que lembravam a farda da PM, conquistando a maior votação do estado: 217.088 votos. Aliou-se à campanha do governador eleito, Itamar Franco, quando o candidato assumiu um compromisso público de revisão das punições realizadas pelo Alto Comando da PMMG. Nesta entrevista exclusiva ao OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA, o novo, em todos os sentidos, deputado federal fala de sua trajetória e de suas idéias.

 

O.I. – Como foi que a política entrou na sua vida?
Cabo Júlio – A Polícia Militar sempre teve uma idéia de que polícia e política não combinam. Nós vivemos assim durante 23 anos. Até porque o cabo e o soldado só passaram a ter direito ao voto a partir da Constituição de 1988. Isso tornou a nossa classe muito apolítica. Ano passado, quando ocorreu aquele movimento em decorrência do aumento dado pelo governo apenas aos oficiais, é que nós percebemos a necessidade de nos organizar politicamente. Explodiu o movimento, fomos às ruas, e nós não tínhamos nenhum deputado, nem estadual, nem federal, que conhecesse a nossa linguagem. Porque certamente se nós tivéssemos um, ele teria acesso ao governo, teria acesso ao comando, coisa que nós não tínhamos para poder levar o nosso problema, que era esse aumento diferenciado. Então daí nasceu a necessidade de organização política de nossa classe.

O.I. – E como se deu essa organização? Os senhores tiveram o auxílio de alguém, algum político?
Cabo Júlio – Não. Muito pelo contrário. A nossa campanha foi bem diferente porque já que existia a idéia no alto comando de polícia que política e polícia não combinavam, tudo era proibido. Nós começamos a fazer uma campanha às escondidas. Um cabo podia ter um adesivo de qualquer candidato, um santinho de qualquer candidato, mas se ele tivesse do cabo Júlio ele era preso. Eu tenho caso de colegas que ficaram presos 48 horas porque numa sauna falaram que votariam no cabo Júlio. Nossa campanha não foi campanha em jornais, não foi campanha em outdoors. Uma campanha escondida devido à necessidade de nos organizarmos. Nós lutamos contra o sistema. A estrutura organizacional da polícia não queria que nós fôssemos eleitos, porque representava um risco de questionamento. Nós vamos ter um deputado com um poder maior que o nosso para questionar as coisas erradas que existem. A polícia tem seus problemas e deficiências, como qualquer empresa. E nós vamos lutar para que essas deficiências sejam corrigidas. Mas culturalmente existe um risco. Nas poucas vezes em que a Polícia Militar lançou seus candidatos, eles eram da cúpula e não da base. Então, existe um problema cultural muito grande e eu creio que deve demorar uns seis meses para que o comando venha a se acostumar com isso: nós elegemos uma pessoa, não para brigar contra a instituição, mas lutar pela instituição.

O.I. – E o senhor acha que essas dificuldades continuarão durante seu mandato?
Cabo Júlio – Não. Eu acho que essas dificuldades têm prazo curto, no máximo de seis meses a partir da posse do novo governo, a partir do momento que entrar um novo comando com novas idéias, com uma nova visão. Toda mudança gera um choque e nós sabemos que esse choque vai durar no máximo seis meses.

O.I. – E como uma campanha escondida conquistou tantos votos?
Cabo Júlio – Os policiais civis e militares não foram apenas eleitores. Cada policial se transformou em um cabo eleitoral em potencial. A Polícia Militar é a única instituição que está presente em todos os 853 municípios. No menor município de Minas Gerais, lá está a Polícia Militar com um cabo e com soldado. Eu fui o único deputado eleito que obteve votos em todos os 853 municípios de Minas, porque em cada lugar que estava um cabo, estava um cabo eleitoral em potencial que levava esta mensagem a todos.

O.I. – Houve algum relacionamento com a mídia na sua campanha?
Cabo Júlio – Não, de forma alguma. Até porque a mídia, na época de campanha, é uma mídia cara e nós não tínhamos condições nenhuma. Nossa campanha foi a mais pobre de todas. E eu era um cabo que havia sido expulso. Os meus eleitores, basicamente policiais civis e militares, têm um poderio econômico muito baixo. Nossa campanha foi mais corpo-a-corpo, no pé de ouvido.

O.I. – E agora? A mídia está lhe assediando muito…
Cabo Júlio – Sim, porque fui um fenômeno: 217.088 votos. Gastei na minha campanha R$ 10 mil, teve gente que gastou 10 milhões. Realmente, na visão da mídia, foi um fenômeno eleitoral. Então as pessoas nos procuram, sim, só que a responsabilidade é muito grande, são 217.088 pessoas que nos deram um voto de confiança. O voto é a arma do povo. Com um voto, o povo elege um presidente; com um voto, o povo tira um presidente.

O.I. – Como o senhor acha que será o seu relacionamento com a mídia?
Cabo Júlio – Na época do movimento já havia uma proximidade muito grande da mídia. Ela nos procurava porque vive de informações e nós éramos a informação do momento, como agora. Com alguns temos um bom contato, porque mostramos a muitos repórteres que acompanharam o movimento os casos de policiais morando na rua, morando nas favelas. E muitos deles ficaram comovidos com a situação. Nós ganhamos muitos amigos, tanto que eu tenho amigos na mídia que ligam para mim e falam: “Olha, Júlio, aqui está acontecendo isso e isso”, “em tal jornal nós todos votamos em você”. Com alguns, porque não há como acontecer com todos, existe uma possibilidade maior de amizade que de profissionalismo.

O.I. – Mas a mídia nem sempre é tão clara e nem tão boazinha. O senhor tem algum receio quanto a isso?
Cabo Júlio – Não tenho receio nenhum, já tive decepções: falei uma coisa e a mídia escreveu outra. Mas isso é normal. Toda profissão tem bons e maus profissionais. Temos que ter muita cautela na hora de falar algo em público, porque isso pode ser entendido de várias maneiras.

O.I. – No seu mandato, o senhor vai ter que se relacionar com questões sobre a mídia. Há quem fale em abuso da mídia, em formas de controle…
Cabo Júlio – Eu, particularmente, acho que não. Eu acho que a liberdade de expressão tem que imperar a qualquer custo. Acho que os que extrapolarem devem ser responsabilizados. Mas a mídia precisa de liberdade, é ela que mostra ao povo a realidade do país.

O.I. – Na Câmara, o senhor representará apenas os policiais?
Cabo Júlio – Não há como um deputado, em meio a 513, se envolver com todos os problemas do país, até porque cada um deles se especializa em uma área. No meu caso, vou procurar me especializar em segurança pública, por ser uma das cinco necessidades básicas de um cidadão. Não para o policial, mas para o cidadão.

O.I. – Há algum exemplo de político que o senhor tenha como modelo?
Cabo Júlio – Não. Eu sempre tive muito pouco contato com a política. O meu envolvimento com a política veio de uma luta de classes. Se alguém me falasse que eu fosse me envolver com política, eu não acreditaria. Eu não conheço nenhum modelo que eu possa citar.

O.I. – Por que senhor escolheu o Partido Liberal?
Cabo Júlio – Quando se cogitou que eu poderia ser candidato, eu recebi 17 convites. Partidos de direita, partidos de esquerda, partidos de centro. E os partidos pequenos não nos aceitaram, porque eles corriam o risco de eleger um só candidato. Por exemplo, o sargento Rodrigues me chamou para o seu partido, o PMN, mas não me aceitaram porque só fariam um candidato. Partidos grandes, como o PMDB e o PFL, também me convidaram, mas corriam o risco, não imaginávamos que teríamos 217 mil votos, de poder servir de legenda para outros. Nós tivemos que procurar um partido de porte médio, como o PL, um partido mais voltado para o centro.

O.I. – O que os seus eleitores devem esperar do seu mandato?
Cabo Júlio – Um mandato de luta principalmente pela segurança e para as pessoas de menor poder aquisitivo. Talvez eu seja a pessoa mais pobre do Congresso. Na hora de votar um projeto, qualquer que seja a área, com certeza o meio de onde eu saí vai pesar muito. Meu pai é aposentado pelo INPS, a minha esposa é funcionária pública do governo estadual. Esse conhecimento de causa vai pesar na hora de votar.

O.I. – O senhor se sente preparado para enfrentar políticos “velhos de casa”?
Cabo Júlio – Nós mostramos nas urnas que muitos políticos velhos, profissionais de quatro, cinco, seis mandatos, ficaram de fora para que nós, sem nenhuma vivência política, entrássemos. A gente sabe que se Deus chama para uma luta…

O.I. – O senhor acha que vai ser fácil aprender política na política?
Cabo Júlio – Não é que vai ser fácil, tudo é difícil. Nos primeiros dias nós vamos aprender a aprender, para depois lutar.