TALK SHOWS
Desde 11 de setembro os talk shows da TV americana têm sofrido com a falta de celebridades para participar dos programas. Muitas personalidades cancelam a presença na última hora por medo de viajar, forçando os programas a convidar pessoas às quais normalmente nem olhariam de relance.
Não que isso esteja tirando o sono dos executivos. A audiência do programa de David Letterman (transmitido no Brasil pelo GNT), por exemplo, está se agitando, e as melhores resenhas críticas da carreira do apresentador estão sendo feitas agora, porque Letterman trouxe de volta à nação o gênero cômico num angustiante momento na história dos EUA.
Dois chefes californianos de programas de entretenimento disseram ter dificuldade em convencer os astros a viajarem ao Leste em troca de promoções, de acordo com David Bauder [The Associated Press, 30/10/01]. "Ouvi muitos cancelamentos", disse Hillary Kun, booker do Daily Show, da Comedy Central. "Sei que outros programas em Nova York enfrentam esse problema. Não h&aaacute; tantas opções como de costume."
Após duas contaminações confirmadas oficialmente na NBC News, The Rosie O’Donnell Show, gravado no prédio da emissora, cancelou uma semana inteira de programação devido ao medo do antraz. Desde os ataques de 11 de setembro, os convidados mais memoráveis de David Letterman foram o âncora da CBS Dan Rather e Rudolph Giuliani, prefeito de Nova York. Entrevistou também, entre outros, Steve Kroft, repórter do 60 minutes, e Judith Miller, repórter do New York Times especialista em bioterrorismo e vítima de uma ameaça de antraz.
A audiência média na CBS nas cinco semanas subseqüentes aos ataques subiu 37% em comparação às cinco semanas anteriores a 11 de setembro. Mesmo assim, a indústria do entretenimento americana acha que está na hora de pensar em novas formas de promover seu negócio. Pagar atendimento psicológico a seus astros seria um deles, mas o resultado só viria a longo prazo, palavra incompreensível no dicionário da indústria ? o mercado não pode esperar.
