Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

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MATÉRIAS DO O. I.

Acabei de me cadastrar no site de vocês e uma das perguntas que vocês fazem é se eu envio as notícias de vocês por e-mail a conhecidos. E é justamente isso que faz falta nas suas notícias: o cantinho "enviar esta notícia", como no site no..

Se existe esta opção, por favor, digam onde está. Caso contrário, fica a sugestão para que coloquem. Parabéns por existirem.

Ana Lucia Carvalho

Nota do O. I.: Cara Ana, estamos trabalhando para oferecer este recurso. Obrigada pela sugestão. (M. C.)

DAVOS-PORTO ALEGRE

Gosto muito dos artigos de Alberto Dines, pertinentes e informativos. Mas hoje me espantei com os "a priori" a propósito de Bové. Creio que as observações e os comentários sobre Jose Bové não correspondem à complexidade deste personagem. Teria muito a dizer, mas trechos como "O pequeno fazendeiro Bové, apesar da façanha de entrar com o seu trator numa franchise do McDonald?s, na França, nada tem de esquerdista ou mesmo progressista. Não é camponês, é um médio proprietário rural que, como todos os da Europa ocidental, estão muito bem de vida e são reacionaríssimos." desinformam e têm um ranço da velha esquerda do PC (não sei se é esse o seu caso…), eu diria que é no mínimo reacionário. Caro senhor, não é com alimentos transgênicos que a fome será banida (na realidade, os pobres são utilizados como cobaias de grupos que investem e ganham fortunas vendendo novas biotecnologias).

Atualmente, a esquerda deve sim estar atenta aos produtos que são lançados no mercado por essas indústrias agroalimentares que utilizam os transgênicos como meio de obter sobretudo lucros rápidos! Não acredito que o senhor acredite que essas mesmas indústrias tenham uma sombra de verdadeira preocupação a respeito da saúde dos não-pobres ou ainda de banir a fome dos pobres!

Atualmente, algumas preocupações (que no momento pertencem à medicina preventiva) são bem reais, e dizem respeito a possíveis mudanças no sistema imunológico que podem nos fazer, por exemplo, resistentes aos antibióticos atuais! Nesse caso, "os pobres" seriam os primeiros a morrer.

E existe ainda o fato econômico: se um pais como o Brasil, que é produtor de soja, produzisse toneladas de soja não-transgênica seria um contrapeso à imposição da soja transgênica dos EUA. Aqui na Europa os escândalos pululam, "vache folle" [doença da vaca louca] etc. e tal. E alguém como Bové é apoiado e admirado sobretudo pelos ecologistas e pela esquerda. O discurso dele não agrada nem um pouco à direita!

Por tudo isso, fiquei espantada com sua opinião sobre Bové. Teria tanto a dizer, mas fico por aqui lhe desejando uma boa noite e (ou) um bom dia! Um grande abraço,

Leila Baviera de Oliveira, Nice, França

Como sempre, Alberto Dines é brilhante em seus artigos. Mas este sobre Davos-Porto Alegre está bom demais. Nosso tempo, este agora, é tão vazio que me dá saudades da Guerra Fria… Vive-se num momento incrivelmente vazio e por isto perigoso. As chamadas utopias da modernidade, que foram forjadas pelo iluminismo, desvanceram-se. A gente experimenta uma sensação de orfandade ideológica e cultural. Ainda bem que restam pessoas como Dines, que não se renderam a essa orgia comandada pelo marketing e na qual, lamentavelmente, a mídia se inclui e, com ela, muitos profissionais, por ignorância e despreparo ou porque estão realmente engajados, conscientemente, nesse processo. Meus respeitosos cumprimentos.

Aluízio Batista de Amorim, chefe da Assessoria de Imprensa do Sistema Fiesc

Excelente e lúcida análise. Parabéns.

Luiz Cláudio Monteiro da Silva

ISTOÉ

A escolha um tanto duvidosa da reportagem ou matéria de capa da revista IstoÉ desta semana (edição do dia 31) causou, além de uma quase inoperante perplexidade, uma reflexão sobre que tipo de informação é realmente vendável hoje.

Qual o critério da IstoÉ para inserção de reportagens em sua pauta semanal e, passado esse estágio, o que leva essa mesma matéria à capa da revista? Há um conselho editorial atuante e sério que observa e pauta a revista? Envolto em aspirações acadêmicas de aspirante a jornalista resguardo, de forma quase militante, um pensamento que me fez decidir optar pelo curso de Comunicação Social: a imprensa tem o dever de prover o indivíduo das informações necessárias para que ele possa atuar na sociedade como cidadão de forma livre e consciente.

Não radicalizo como aqueles que dizem que matérias sobre impotência, virgindade ou essas banalidades que a IstoÉ e as outras revistas do gênero publicam quando "falta escândalo no mercado" são totalmente inúteis ou estão preocupadas apenas em vender mais um exemplar. O que questiono é que critérios levaram a IstoÉ a dar o mesmo destaque, em relação ao número de páginas, ao hímen e ao Timor. E o que parece pior: o que levou para a capa da revista um tema como a virgindade?

O que me preocupa é que, assim como parece ter acontecido com a IstoÉ neste caso, nós jovens nos esqueçamos de um outro pedacinho que, aparentemente, como o hímen, também não exerce função nenhuma. Um "pedaço" que só é lembrado quando o "estrago já está feito". Um pedaço que representa algo que foi muito valorizado por nossos avós e pelo qual nossos pais lutaram e morreram: a liberdade!

Geraldo Maurício Júnior, Núcleo de Estudos de Cidadania e Imprensa da Universidade Católica de Brasília

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