Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Fábio Zanini

GOVERNO LULA

“Genro diz que governo ?perdeu, em parte, batalha da informação?”, copyright Folha de S. Paulo, 12/4/03

“O governo avalia que está perdendo a batalha da comunicação na questão da reforma da Previdência -principalmente para informar os servidores públicos- e prepara-se para não repetir o erro no que será seu próximo foco de desgaste, a reforma trabalhista.

A principal medida proposta deverá ser a redução dos custos de contratação para pequenas e médias empresas, com flexibilização de direitos e encargos.

O governo analisa como ?vender? o projeto à sociedade e diminuir as resistências que certamente virão da base sindical. Uma idéia é frisar que um modelo mais flexível contribuiria para aumentar a formalização do mercado de trabalho. A discussão deve começar na próxima semana, quando o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).

?Uma das vertentes será a reforma da legislação, com sua simplificação para contratação por pequenas e médias empresas e a desburocratização das relações contratuais. Outra, conjugada à primeira, é o estímulo à formalização do mercado?, diz o secretário do CDES, Tarso Genro.

O eixo da reforma deverá ser simplificar as contratações, com o estabelecimento de um ?código mínimo? de direitos intocáveis. Fora deste ?código?, tudo poderia ser negociado.

O ministro admite que o governo poderia ter tido ?mais ofensividade? na comunicação e que não conseguiu reverter a ?temática dominante, neuroticamente reposta pela mídia, de que os servidores seriam os vilões?.

?Perdemos a batalha da informação? Em parte sim. Quando o presidente fala que atacaremos privilégios, há um falso sentimento de que os servidores são privilegiados. Eles estão pensando que a reforma é para cortar seus direitos, o que não é verdade?, afirma.”

“Rateio de publicidade oficial racha TVs”, copyright Folha de S. Paulo, 14/4/03

“A proposta do governo federal de negociar as verbas de publicidade oficial em blocos por emissora está dividindo as redes de TV. A idéia do ministro Luiz Gushiken (Comunicação de Governo) tem a aprovação de todas as TVs, menos da Globo.

Na semana passada, diretores da Globo avisaram ao governo que a proposta viola as regras do Cenp (Conselho Executivo das Normas-Padrão). Órgão de auto-regulamentação, o Cenp determina que as redes só podem vender espaços a agências de publicidade e não a ?bureaus de mídia?.

A Folha apurou que a Globo entende que a proposta do governo funciona como ?bureaus de mídia? _empresas que na Europa compram grandes volumes de espaços, com descontos, e os revendem a anunciantes.

A idéia do governo é comprar espaços em bloco por determinados períodos para todos os seus organismos, com descontos uniformes. Até o governo passado, cada estatal e ministério negociava, via agência, separadamente com cada emissora. Agora, isso será centralizado pela Secretaria de Comunicação de Governo.

O governo diz que irá distribuir as verbas de acordo com a audiência de cada rede. Hoje, a Globo tem 50% da audiência, mas 77% das verbas publicitárias.

De abril a julho, o ministro Gushiken ofereceu à Globo uma verba de R$ 15 milhões, com 30% de desconto sobre a tabela.”

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“Governo vai mudar rateio de verba a TVs”, copyright Folha de S. Paulo, 9/4/03

“O governo federal vai mudar o sistema de distribuição de verbas de publicidade oficial entre as redes de TV (bem como os demais veículos de comunicação).

A principal mudança é que as estatais (Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Correios, principalmente) deixarão de negociar individualmente com cada rede de TV, como ocorre atualmente. As verbas de todo o governo federal, incluindo mercadológica (produtos de estatais), utilidade pública (campanhas, por exemplo, de vacinação), institucional (imagem do governo) e legal (editais) deverão passar a ser negociadas em conjunto.

Assim, o governo federal deverá comprar espaços globais de cada TV por determinado período para todos os seus órgãos, e não mais fragmentados por estatal ou ministério, obtendo descontos maiores e uniformes.

A mudança _ainda em negociação com órgãos do governo, agências de publicidade e veículos_ irá fortalecer ainda mais o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação de Governo, Luiz Gushiken. Desde o início do ano, Gushiken já centraliza a publicidade institucional (R$ 112 milhões). Com a reforma, passará a negociar (e não só monitorar) R$ 1,4 bilhão (valor orçado, que deve ser reduzido a R$ 600 milhões).

O governo diz que os critérios de rateio serão ?técnicos?. As TVs acreditam que receberão verbas proporcionais às suas audiências.”