Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Finalmente, acesso livre

CHINA

Sem aviso prévio, o governo chinês suspendeu na terça-feira (dia 16) o bloqueio aos sítios de internet de organizações de mídia, incluindo Reuters, CNN, BBC e The Washington Post. Ainda não está claro se a decisão representa uma mudança de política ou medida temporária, ligada ao encontro, em Xangai, dos países integrantes da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec). O fórum é o maior evento internacional em solo chinês na história moderna.

Mais de três mil jornalistas estrangeiros devem comparecer à reunião. Andrew Browne [Reuters, 16/10/01] conta que a China dispôs facilidades de primeira classe no centro de mídia, em clara tentativa de mostrar abertura. O abrandamento da censura estatal, no entanto, restringe-se à mídia. Sítios a favor da Falun Gong, por exemplo, vista como ameaça ao Partido Comunista, continuam bloqueados.

Embora a China esteja ansiosa para adotar a internet em seu empenho de modernizar a economia e promover o e-commerce, o governo sabe da capacidade da rede de minar o controle estatal da mídia. O país tem hoje 20 milhões de usuários de internet e este número deve crescer rapidamente com o boom de vendas de microcomputadores.

Um repórter chinês acusado de revelar segredos de Estado ganhou, no dia 17, um prêmio internacional do Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ). Jiang Weiping, jornalista do Front Line (tablóide de Hong Kong), recebeu o International Press Freedom Award por matérias que revelam o envolvimento de altos funcionários da província de Liaoning, incluindo seu governador, em esquema de suborno. Jiang foi levado a julgamento em setembro e seu veredicto ainda não foi anunciado. O jornalista também revelou um escândalo de suborno em Xenyang, o que levou o vice-prefeito desta cidade ? a quinta maior do país ? a ser condenado à morte.

Os outros vencedores do prêmio anual do CPJ são Geoff Nyarota, editor do Daily News, único diário independente do Zimbábue, Horacio Verbitsky, repórter investigativo da Argentina, e Mazen Dana, cameraman da Reuters em Hebron. As informações são da Reuters (17/10/01).

    
    
                     

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