Quanto ao provão, tudo bem. Instrumentos para medir a qualidade dos cursos e dos alunos que deles saem, ainda que não sejam perfeitos, são bem-vindos. É sempre um passo no caminho de melhorar a qualidade do ensino e isso é bom.
A questão que se coloca então é: o que é um aluno bem-formado em Jornalismo? A discussão volta-se, como sempre, para as escolas e seus currículos. O que é um bom curso? O que os alunos devem aprender? Boa hora para pensar nesse assunto.
Preocupadas em ter laboratórios que acompanhem o ritmo da imprensa – o que é praticamente impossível -, as escolas às vezes esquecem que mais importante para um jornalista é aprender a pensar. O trabalho numa redação (a técnica) aprende-se em uma semana, um mês no máximo – e ao mesmo tempo é um aprendizado constante, porque tudo muda o tempo todo.
O que a escola pode dar é a formação – aquela que se leva pela vida inteira. As redações precisam de jornalistas que pensem para que não fiquem repetindo fórmulas indefinidamente e possam contribuir para a construção de uma imprensa melhor.
Cabe às escolas pensar nisso porque o provão vai medir conhecimentos, mas não resolverá esse assunto.