Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Gilberto Menezes Cortes

MÍDIA DE PIRES NA MÃO

"O grande furo financeiro da mídia", copyright Forbes Brasil, 21/11/2003

"Veículos levam ao BNDES um diagnóstico da crise e pedem o mesmo tratamento dispensado a empresas de outros segmentos

No dia 28 de outubro, estavam reunidos no gabinete da presidência do BNDES, no Rio de Janeiro, os dirigentes das três entidades que congregam as empresas de comunicação do país – Francisco Mesquita, presidente de O Estado de S. Paulo e da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), Domingo Alzugaray, presidente da Editora Três e da Associação Nacional dos Editores de Revistas (ANER) e Paulo Machado de Carvalho Neto, presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT). Era de se esperar um grande furo jornalístico, notícia efetivamente relevante dada em primeira mão. Mas a notícia principal não veio do presidente Carlos Lessa, que estava acompanhado do vice-presidente do banco, Darc Antônio da Luz Costa. O grande furo foi apresentado pelas três associações.

Estudo apresentado pela economista Maria Silvia Bastos Marques, da MS&CR2, consultoria contratada pelo trio de associações para fazer um diagnóstico do setor de mídia no Brasil, avisava oficialmente ao BNDES: depois de quatro anos noticiando a disparada do dólar, que encareceu os custos de papel, tinta, uso de satélites, direitos autorais e, principalmente, o pesado endividamento externo, que financiou os planos de expansão do setor no começo da segunda metade dos anos de 1990, a própria mídia se transformava em manchete. O sinal vermelho piscava nos painéis das grandes, médias e pequenas empresas de comunicações do país. O vermelho inconfundível dos prejuízos em balanços.

Os investimentos dos grandes jornais e revistas em novas máquinas offset, que imprimem em cores (tinta importada) e apenas em papel de imprensa importado, foram feitos sob o embalo do dólar valendo um real entre 1996 e 1999 (o Infoglobo foi um dos últimos grandes projetos). Na época da facilidade cambial, em 1995, os jornais brasileiros chegaram a usar 64% de papel importado, contra 36% nacional. Depois do susto do ano passado, quando a tonelada saltou de US$ 380, em 2001 (e os fornecedores esperavam 360 dias pelo pagamento), para US$ 780, com prazo de 90 dias e o dólar cotado na faixa de R$ 3,80/3,95, a inversão foi drástica.

Mesmo agora, com o crédito voltando a 360 dias e a tonelada de bobina recuando para US$ 480, o mix ficou em 60% de papel nacional e 40% produto importado. Em O Dia, que roda em cores e em offset, só cabe o papel importado. Resultado: mesmo devendo apenas US$ 20 milhões, o custo dos insumos em dólar representa 40% das despesas gerais. Os jornais e revistas comprimiram as despesas, sobretudo cortando funcionários e jornalistas. Mas o alívio só veio com a queda do dólar este ano.

Segundo números levantados pela Fundação Getúlio Vargas nas empresas de capital aberto, a Editora Abril, por exemplo a perda no ano passado foi de R$ 81,8 milhões, aos quais se soma o resultado negativo de R$ 9,5 milhões da Abril Gráfica S A.

Na Editora Globo, que edita as revistas da família Marinho, o prejuízo chegou a R$ 201 milhões em 2002, deixando o patrimônio líquido negativo. Em O Estado de S. Paulo, o rombo foi de R$ 37,1 milhões, que aumentou para R$ 79,9 milhões na OESP Gráfica S.A. Em O Dia, foi de R$ 36,3 milhões; no Correio Braziliense, a perda foi de R$ 16 milhões no ano passado; e de R$ 20,8 milhões em O Estado de Minas. Por tudo isso, as empresas estavam batendo às portas do maior banco estatal do país para pedir o socorro oficial, com a criação de uma linha de crédito especial para oxigenar seus caixas.

Um dos presentes à reunião revelou que Carlos Lessa não ficou surpreendido com o pedido. O pleito do financiamento oficial, também conhecido como Promídia, ou Proar numa alusão ao que seria um plano do governo Lula da Silva feito sob medida para salvar a TV Globo era comentado havia semanas. Nos últimos meses, empresários de vários setores têm feito freqüentes pedidos de apoio ao BNDES, especialista em operações de médio e longo prazos (três, cinco e oito anos), para refinanciar dívidas ou bancar novos planos de investimentos.

O que seduz mesmo são as taxas do banco: TJLP (taxa de juros de longo prazo), atualmente em 11% ao ano, contra os 40% a 45% ao ano dos bancos privados, que mal passam de 12 meses e ainda exigem pesadas garantias reais.

Emprestar a empresas de rádio, televisão, revistas e jornais nunca foi praxe do BNDES. Aliás, até 1997, o banco estava proibido de fazê-lo. O crédito oficial para o setor ficava mesmo restrita ao Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia. Os dois últimos, tecnicamente quebrados, fecharam as torneiras para esse tipo de operação. O BB, escaldado com os rombos de grupos tradicionais, também se retraiu. A CEF, ressentida pela fraca captação da poupança, fechou o guichê. Mas um decreto assinado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso em 1997, lembrou Lessa, acabou com qualquer proibição para o BNDES voltar a emprestar a empresas de comunicação e mídia.

Lessa e Darc da Costa ouviram atentamente a manifestação de Francisco Mesquita, que frisou. ?As empresas, não querem o Promidia, só reivindicam o mesmo tratamento oferecido a outros setores da economia?. Maria Silvia, assim como o BNDES, desde que recebeu a carta consulta, está proibida de dar declarações sobre a proposta. Ela discorreu sobre os grandes números do setor. Carlos Lessa prometeu estudar atenta e cuidadosamente o pleito das emissoras de rádio e televisão, dos jornais e revistas.

Afinal, havia uma recomendação muito especial do poderoso chefe da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu. Em encontro recente com intelectuais de esquerda, Zé Dirceu explicou a opção pela austeridade no primeiro ano do mandato, pediu uma avaliação do governo e anunciou que viriam outras medidas que poderiam provocar desconcerto, por exemplo ajudar a TV Globo. A fantástica queda do dólar e do risco Brasil nos últimos 12 meses, respectivamente, 24,8% e 15,3 pontos de percentagem, já fizeram mais pelas Organizações Globo do que um eventual Proar ou Promídia.

Ainda assim, Lessa fez algumas observações. O banco não financia capital de giro (as operações teriam de ser feitas por agentes financeiros). Também não refinancia dívidas que não foram originalmente contratadas pelo BNDES. Sutilmente, o presidente do BNDES lembrou que, além da proibição até 1997, o banco não costumava emprestar a empresários de mídia ?porque os donos de jornais não gostam muito de pagar?. É o crescimento da demanda por papel de imprensa made in Brazil que pode levar o banco a financiar a duplicação da fábrica pelo grupo Norske, que já manifestou a intenção. Aí falta um acerto na reforma tributária: enquanto o papel importado é isento de impostos, o nacional recolhe contribuições que tornam seu custo pouco competitivo."

***

"As verbas encolhem e selecionam os veículos", copyright Forbes Brasil, 21/11/2003

"Desde o ano 2000, quando os estragos feitos pela desvalorização do real em 13 de janeiro de 1999 pegaram no contrapé muitas empresas jornalísticas que tinham ampliado e modernizado o parque gráfico, a curva dos custos empinou, enquanto a do faturamento despencava. Espremidas pela dupla escalada do preço em dólar da tonelada de papel e da cotação do dólar em reais, e pela retração geral da economia, que desanimou os anunciantes e emagreceu o bolo publicitário, os jornais fizeram dieta forçada.

Com a perda de fatia dentro do bolo – era de 26%, em 1994, e foi caindo ano a ano, até ficar, em 2002, pela primeira vez, abaixo de 20% do total -, as empresas brecaram as rotativas. Dois exemplos ilustram dramaticamente essa retração. Em 1995, a Revista Folha circulava aos domingos em São Paulo com 700 mil exemplares, em média. No ano passado, a circulação média foi de 220 mil (queda de 68%).

Sílvia Machado, diretora de Mídia da Agência Contemporânea observa que o fenômeno de retração nas verbas de mídia e de rearrumação interna do bolo foi mundial, desde o estouro da ?bolha? da bolsa eletrônica Nasdaq, em 2000, que encolheu as receitas de publicidade em todo o mundo. Na América Latina o processo agravou-se nos últimos dois anos e os jornais perderam mais. Com a queda de circulação no Brasil, assinala Sílvia, os anunciantes perceberam que sai mais em conta veicular numa grande revista, de circulação nacional, ou numa TV, do que em jornal ou rádio, mídias essencialmente regionais.

De 2000 até o primeiro semestre de 2003, a circulação dos grandes jornais brasileiros caiu, em média, de 25% a 30%. Na Folha de S. Paulo, jornal de maior circulação do país, a queda foi de 26,3% e continuou, ainda que mais moderada em 2003. O Extra, publicado pelo Infoglobo (da família Marinho, que também edita O Globo e o Diário de S. Paulo), que se manteve como segundo jornal do país em 2001 e 2002, não resistiu aos efeitos da prolongada recessão que tirou dos jornais populares seu principal atrativo para a leitura diária: a publicação de anúncios com oferta de emprego. A tiragem do Extra emagreceu para a média de 238,3 mil exemplares diários no primeiro semestre deste ano (queda de 22,6% sobre 2000), colocando o jornal atrás de O Globo (queda de 19,5% desde 2000) e de O Estado de S. Paulo (redução de 36,3% na circulação), mas ainda à frente de O Dia (quinto jornal do país, que emagreceu sua tiragem em 30,7% desde 2000).

Além da falta do atrativo da oferta de empregos, os jornais populares enfrentaram uma população arrochada e sem dinheiro sequer para gastar R$ 1 diário. A maior queda do gênero no país foi a do

Diário Gaúcho, de Porto Alegre: 47,2%. Mas, embora vissem sua fatia no bolo publicitário encolher dos 10,6% em 2000 para 9,7% no ano passado, o estrago entre as revistas semanais foi desigual. Veja, a de maior tiragem, teve queda de 3,5% na circulação de 2000 para 2002, contra 24,1 % de Época, 6,9% de lsto É, e 19,91% de Caras. Quem Acontece, lançada em 2000 pela Editora Globo para explorar o nicho de Caras e outras publicações, teve seu efeito, mas encolheu 29,6% no ano passado. A fatia do rádio manteve-se quase estável, encolhendo de 4,9% em 2000 para 4,5% no ano passado. Outras mídias alternativas estão crescendo.

Mas a parte da televisão é que voltou a crescer bem, atingindo 58,7% em 2002, contra 56,5% em 1999. E o naco da Rede Globo, que vinha encolhendo até meados de 2001, quando a emissora chegou a perder a confortável posição de deter mais de metade do faturamento das TVs, e foi revigorado pelo impacto da novela O Clone (ainda assim a Globo fechou 2001 só com 52%), voltou a subir para 54% em 2002. E segue em alta em 2003. Essa recuperação da audiência da Rede Globo e a fantástica reação do real frente ao dólar causaram enorme desafogo à família Marinho, em 2003."


***

"Queda do dólar alivia Organizações Globo", copyright Forbes Brasil, 21/11/2003

"Quando a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva estava praticamente definida e o pesadelo da disparada do dólar parecia não ter fim ( a cotação bateu nos R$ 4 na véspera das eleições e fechou o dia 10 em R$ 3,95) cresceram nos mercados financeiros internacionais as dúvidas sobre a solvência do Brasil e da própria família Marinho, dona das Organizações Globo, maior grupo de mídia do Brasil e da quarta rede de televisão do mundo. A família controla diretamente a TV Globo Ltda, o sistema Globo de Rádio, o Infoglobo e a holding Globopar ( Globo Comunicações e Participações S.A.)

A holding da família, que controla a Imobiliária São Marcos, TV por Assinatura, a Net-Globo Cabo e Sky, a deficitária Editora Globo, a Gravadora Som Livre, a Globo.com, além das operações internacionais correlatas à TV Globo, devia então praticamente R$ 6 bilhões. Desse total, pela taxa do dólar de 10 de outubro de 2002, R$ 4,5 bilhões, embora contratados pela Globopar, eram garantidos pela própria TV Globo. A saída, anunciada no dia 28 de outubro de 2002 foi negociar toda a dívida, que deixou de ser paga a partir de novembro. Diante do montante e da complexidade da dívida, em boa parte sob a forma dezenas de operações em bônus internacionais de longo prazo, com vencimento até 2008 em dólar e em euros, foram criados dois comitês. Um de detentores de bônus e outro de bancos credores internacionais, enquanto no Brasil era criado comitê dos credores em moeda local. O maior credor em reais ?o Bradesco que aumentou a presença como anunciante, fazendo merchandising nas novelas, antes exclusividade do Itaí.

No mesmo comunicado que anunciava a renegociação da dívida e a suspensão simultânea dos pagamentos, que até agora não foram retomados, a Globopar tranqüilizava os credores afirmando que a solvência da TV Globo Ltda. Estava garantida. Embora submetida a severa dieta de corte de despesas, que incluiu a baixa de todos os investimentos que davam prejuízo (R$ 2,3 bilhões foram considerados de uma só penada no ano passado). Além do sucesso de Audiência de suas novelas e até da programação de domingo, depois do escândalo do Gugu, do SBT, o que melhorou da água para o vinho a situação da TV Globo, a jóia da coroa das Ogs, foi a dupla queda do dólar e da taxa de risco do Brasil.

Como resultado da atuação tranqüilizadora do Ministro da Fazenda de Lula, Antônio Palocci, adotou duro rigor monetário e fiscal, e do sucesso da articulação política do governo na votação das reformas no Congresso, pela taxa de câmbio do dia 7 de novembro, a dívida em dólar da Globopar, garantida pela TV Globo Ltda. que fechara 2002 em R$ 4,39 bilhões, tinha encolhido para R$ 3,23 bilhões (se nada foi amortizado no período). Uma economia de R$ 1,154 bilhâo, praticamente a folha de despesa de todo o departamento de jornalismo da Globo em 2002 (ano de Copa do Mundo), de R$ 1,5 bilhão. A suspensão dos pagamentos foi mantido, e a renegociação, que continua em andamento. Entretanto, quando um acordo for fechado (para as dívidas vencidas em dólar ou a vencer em 2003 e 2004), além dos valores menores, os juros já serão bem mais suaves.

Na Net, que teve à véspera da eleição uma rolagem de debêntures negada pela BNDESPar, a atuação do governo Lula ajudou muito. O recuo do dólar em 24,8% e de 18,5 pontos percentuais na taxa do risco Brasil (o país pagava 2.400 pontos acima dos títulos do tesouro dos Estados Unidos em outubro de 2002, nível que baixou para 570 pontos em 7 de novembro de 2003 trouxe o primeiro lucro no primeiro semestre desde ano. Foram modestos R$ 12 milhões no segundo trimestre (abril e junho), garantindo simbólico lucro de R$ 1 milhão no primeiro semestre, comparado ao prejuízo de R$ 380,9 milhões no primeiro semestre de 2002 e de R$ 378,4 milhões no mesmo período de 2001. Nos dois semestres deste ano, a Net teve ganho cambial de R$ 153,4 milhões. O custo dos juros em dólar também baixou. Assim como vários setores que acreditaram no início do Plano Real na estabilidade da moeda e na expansão (em dólar) da renda per capita, como a indústria automobilística, com capacidade para produzir 3 milhões de carros/ano, mas que só produz 1,4 milhão e as companhias telefônicas, que têm um estoque de mais de 20% de telefones fixos desligados, a atividade de TV a cabo no Brasil está sendo frustrante. Os investimentos foram feitos em 1996/97/98, com o dólar valendo R$ 1, na suposição de que o país teria 6 milhões de TV por assinatura (cabo ou por satélite) em 2001.

A Globo (Net e Sky) imaginava ter de 3,5 a 3,8 milhões de assinantes em 2001. O dólar bateu quase nos R$ 4 em 2002 (está agora em R$ 2,86), mas o universo do país ficou em apenas 3,4 milhões de assinantes em 2003. E a Net-Sky tem agora 1,3 milhão de assinantes. Resultado: a relação da dívida/mercado projetada que era de 1 para 1, sofreu um desvio de 1 para 7 (chegando a 9 no ano passado).

Nada ilustra mais o impacto da alta do dólar que o projeto do Infoglobo. O parque gráfico de Duque de Caxias, projetado para imprimir mais de 1 milhão de exemplares de O Globo e de Extra aos domingos, foi inaugurado na véspera da desvalorização do real, em 12 de janeiro de 1999, sob as vistas de FHC e Gustavo Franco (última aparição oficial do ex-presidente do Banco Central que segurou o câmbio). Na época, anunciou-se que o investimento era de US$ 600 milhões, dos quais, US$ 250 milhões vieram de empréstimos externos. No ano passado, a tiragem aos domingos, que chegou a 960 mil exemplares em 2000, caiu para menos de 700 mil, encolhimento que prosseguiu mais moderadamente em 2003."


"Frias, uma voz discordante", copyright Forbes Brasil, 21/11/2003

"Em meio à pouco comum concordância dos donos de jornais, revistas e emissoras de rádio e TV, que vem se afinando desde a desregulamentação, pelo Congresso, da participação de capital estrangeiro em até 30% do controle da mídia, sem interferência no conteúdo, surgiu na semana passada uma poderosa e respeitável voz discordante quanto ao socorro à mídia pelo BNDES. Nada menos que o empresário Octavio Frias de Oliveira, fundador da Folha de S. Paulo, que do alto da experiência de seus 90 anos, disse ao site AOL que considera a operação perigosa ?porque o governo poderia querer colocar a imprensa de joelhos?.

Houve quem apelasse para o passado de Frias, que no comando da Folha, no governo Geisel, entregou de bandeja o cargo do editor Cláudio Abramo, considerado hostil à ditadura militar. Mas ele é um dos últimos patriarcas da imprensa. Morreram este ano Roberto Marinho, das Organizações Globo, M.F. do Nascimento Brito, Do Jornal do Brasil e Ari de Carvalho, de O Dia. Eles sabiam de histórias como as do governo Getúlio Vargas, que acionou o então diretor da poderosa Carteira de Redesconto do Banco do Brasil, Walther Moreira Salles (ex-dono do Unibanco) para financiar alguns jornais simpáticos ao seu segundo governo.

A fundação do jornal Última Hora, de Samuel Wainer, que apoiaria Getúlio e o PTB, desencadeou uma campanha violenta liderada por Carlos Lacerda, deputado federal da UDN e dono da Tribuna da Imprensa, que não recebera crédito. Muitos podres vieram à tona, revelando um mundo de favores financeiros ( o papel de imprensa tinha licença especial de importação) em troca de apoio político que não fizeram bem à democracia. Como ser subserviente à censura dos governos militares."