Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Imprensa debate imprensa

Victor Gentilli

 

O

assalto de que a primeira-dama capixaba Lourdes Buaiz foi vítima foi o mote para que a imprensa capixaba iniciasse uma discussão sobre suas próprias atividades. O jornalista e engenheiro José Carlos Corrêa, diretor da Rede Gazeta, produziu um interessante artigo questionando o desempenho dos jornais no caso (ver Entre Aspas). As principais questões no debate atual sobre o papel da imprensa e os limites do jornalista foram expressos por Corrêa. José Carlos Corrêa é o titular do principal artigo da página de opinião de A Gazeta, todos os domingos.

Dias depois, o jornalista e advogado Jonas Reis, presidente da Comissão de Ética do Sindicato dos Jornalistas locais, entrou no debate, com um artigo republicado de A Gazeta na edição passada deste OBSERVATóRIO.

A discussão sobre a imprensa parece que engrenou no Espírito Santo a partir daí. O grupo local da Aberje (Associação Brasileira de Jornalismo Empresarial) organizou, em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo, um debate onde compareceram os editores dos principais veículos de comunicação locais. O tema era a função e as atribuições dos jornalistas e era mais um evento relativo ao Prêmio de Jornalismo que a Aberje local patrocina e que já vai para a sua quarta edição. Embora tenha atraído pouco público, o debate, organizado pelo coordenador regional da Aberje, Deusdedith de Azevedo Dias, da Companhia Siderúrgica de Tubarão, foi extremamente rico.

Na semana seguinte, a rádio América, vinculada à Arquidiocese de Vitória, iniciou um ciclo de debates que perdurou por uma semana discutindo vários aspectos do desempenho da imprensa. Professores universitários, jornalistas, sindicalistas e este observador participaram do debate radiofônico, comandado pelo jornalista Thelmo Scarpine.

No início desta década de 90, num desses dias insossos destes inícios de ano, o diretor-presidente de A Gazeta, Carlos Lindenberg Filho publicou um artigo sobre o papel da imprensa, com ênfase para os direitos dos incomodados reclamarem do jornal. Em seu artigo Lindenberg dizia entender que um ombudsman era desnecessário e que a seção de cartas era suficiente. Infelizmente, não produziu debate.

Agora, parece que o tema imprensa tornou-se agora também assunto para a imprensa. A cidadania sai ganhando, sem dúvida.