Edição de Marinilda Carvalho
Entre muitos temas interessantes, a interpretação do TSE de que a internet é mídia como outra qualquer, estando portanto sujeita a vetos e restrições, começa a interessar ao leitor. Nesta edição, três cartas repercutem artigo para o Observatório [ver remissão abaixo] de Sérgio Sá Leitão, que não deixou passar em branco a decisão do tribunal, anunciada na véspera do Carnaval. O curioso é que dois leitores concordam com a medida, e nenhum dos três aborda o cerne da questão ? e do artigo de Sérgio: a internet, mídia que nasceu livre, já vira alvo de antigas práticas autoritárias, e sem qualquer discussão prévia com a sociedade conectada ou pelo menos com especialistas.
Como é confortável a ignorância da burocracia. Nossos juízes eleitorais por certo desconhecem o debate travado em todo o mundo sobre a legitimidade da intervenção oficial na rede. E legislaram tranqüilamente a respeito do que não lhes compete. Considero este um tema gravíssimo, que ainda vai dar o que falar no Brasil, quando passar esta cegueira deslumbrada com a internet. Aí começaremos a discutir, em vez de lucros, ética, privacidade ? e até exclusão.
No mais, causa espanto a carta do leitor Alexandre Costa, que sentiu pena do general Newton Cruz, posto sob fogo cerrado no programa Roda Viva. Estará certo então o governo britânico, que pelas mesmas “razões humanitárias” alegadas por Alexandre livrou o ditador Pinochet da extradição e do julgamento? Na Indonésia, surpreendentemente, o ditador Suharto não está tendo a mesma sorte: deverá ir aos tribunais apesar da idade avançada e da saúde debilitada. Portanto, enfrentar jornalistas hostis na velhice é o mínimo que deve esperar quem semeou maldade na juventude.
Enviei a mensagem abaixo à Folha de S. Paulo. Frederico Maia
“Pergunto: quais critérios foram utilizados para selecionar Marcos Vita, em detrimento dos demais candidatos, e sem que eles ? inscritos para a vaga dentro do prazo ? tivessem tido a chance de a ela concorrer lealmente? Para mim ? e para muitos, garanto ? só resta uma explicação: a Folha, em sua decisão, cedeu a uma estarrecedora influência carlista. É difícil afastar o pensamento de que o próprio presidente do Senado, direta ou indiretamente, tenha colocado alguns dedos na questão. Lamentável.”
Tenho acompanhado algumas críticas aqui a jornais do interior, na maioria sem ética e presos a interesses de grupos políticos.
Gostaria então de fazer justiça, informando a seus leitores que temos jornalismo sério em minha cidade, Jales. Aliás, um dos editores do jornal A Tribuna, semanário que se destaca por sua coragem, credibilidade e imparcialidade, não por acaso é um dos observadores deste O.I.. Paulo Reis Aruca tem coragem, e suas matérias sempre nos mostram fatos antes obscuros, sobre os quais os outros jornais aqui da cidade se recusam a falar.
Decisão do TSE ameaça a liberdade na internet ? Sérgio Sá Leitão
Rebelião na redação é lição para a mídia ? Argemiro Ferreira
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