Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1280

IV Congresso Internacional do Jornalismo de Língua Portuguesa

Macau, 7 a 9 de junho de 1999

O Observatório da Imprensa Centro de Estudos Avançados de Jornalismo (Portugal), em parceria com o Labjor (Brasil) e o Observatório da Imprensa (Brasil), organiza em Macau, entre 7 e 9 de junho de 1999, o IV Congresso Internacional do Jornalismo de Língua Portuguesa, que tem por objetivo o encontro de profissionais de empresas jornalísticas dos sete países lusófonos para debate dos grandes temas que hoje constituem os desafios desta profissão e deste setor. Assim se cumprirá o mandato recebido na sessão de encerramento do III Congresso, que com extraordinário sucesso reuniu em Lisboa, em abril de 1997, mais de 500 participantes. Continuando um esforço relançado há cinco anos no Rio de Janeiro, mais uma vez e agora em Macau, jornalistas, empresários, professores de Jornalismo e investigadores dos media de Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Cabo Verde e também das comunidades lusófonas de todo o mundo terão oportunidade de confrontar idéias e experiências, abrindo portas de entendimento e cooperação cada vez mais decisivas para o sucesso profissional individual e para o sucesso das empresas jornalísticas.

Subordinado ao tema geral “Jornalismo, palavras e imagens, encontro de culturas”, o Congresso vai abordar as questões mais atuais da atividade jornalística, promovendo uma reflexão aprofundada sobre as suas componentes técnicas, éticas e sociais, sobretudo na perspectiva de uma aproximação cultural potenciada pela penetração dos media no espaço cultural lusófono.

Porque se trata de um Congresso de Jornalismo e não só de jornalistas haverá também espaços próprios para aprofundamento do debate e troca de experiências em matéria de marketing das empresas jornalísticas, ensino do Jornalismo, estudos sobre os media e ainda demonstrações das novas tecnologias aplicadas à produção jornalística.

Para facilitar a participação no Congresso, e graças aos apoios recebidos do Governo de Macau, é possível disponibilizar, a um número limitado de participantes, um pacote de viagem com preço especial (2.200 dólares americanos), incluindo:

  • passagem aérea São Paulo ou Rio de Janeiro/Hong-Kong/São Paulo ou Rio
  • transfer Hong-Kong/Macau
  • alojamento em Macau no período do Congresso
  • refeições incluídas no programa oficial do Congresso
  • taxa de inscrição

Informações com Sueli Rocha, no telefone (011) 288-0466, ou pelo e-mail sueli@uniemp.br

Organização e secretariado

Observatório da Imprensa – Centro de Estudos Avançados de Jornalismo

Rua Gomes Freire 136 – 3 º esq.

1150-180 Lisboa – Portugal

telefone: 351 (1) 352 09 70

fax: 351 (1) 352 09 68

email: observador@mail.telepac.pt

 

Está nascendo no Brasil uma iniciativa de origem francesa – a Attac, Associação para a Taxação das Transações Financeiras – uma ONG que se espalha por vários outros países e questiona as atuais regras e padrões do sistema financeiro internacional, capaz de levar sociedades inteiras a desajustes econômicos cada vez mais graves e comprometedores de um desenvolvimento verdadeiramente justo, equilibrado e humano.

A Attac vem desafiando o pensamento acadêmico brasileiro a consolidar o seu papel de motor de uma necessária e urgente transformação ética, política e social. Ao aceitar participar do movimento, o professor Milton Santos foi convidado a Presidir o Conselho Científico da entidade no Brasil.

Rio, Belo Horizonte, São Paulo e Rio Grande do sul vêm constituindo desde março passado núcleos da Associação para a Taxação das Transações Financeiras – a Attac: a primeira organização internacional anti-especulação financeira e contra a globalização selvagem.

A ATTAC vem constituindo núcleos executivos no Brasil e espera-se contar com o engajamento de intelectuais brasileiros respeitados por sua produção e dedicação em favor da busca de uma democracia com equidade.

Convidado para presidir o Conselho Científico da associação, Milton Santos, em sua fala para estudantes e professores da Universidade de São Paulo e da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, em 4 de março último, reacendeu a sua noção de “universidade de combate”, propondo as bases do que pode se tornar um revigoramento do movimento crítico nacional de resistência ao “pensamento único”.

É esta produção que, espera-se, venha a contribuir para alimentar núcleos da Attac que começam a surgir em diversos pontos do país, e cujo papel essencial será mobilizar a sociedade brasileira a debater temas que não vêm interessando nem às elites, nem ao executivo, nem à imprensa.

Para Bernard Cassem, diretor do Le Monde Diplomatique, “as sociedades precisam estar dispostas a ousar. Devem desconfiar dos jornais e dos governos que vêem os mercados financeiros como algo só compreensível por especialistas. Precisam apoderar-se desses mercados para inverter seu papel”.

“Num mundo que fez da liberdade do dinheiro o valor supremo”, disse Cassem, “possuir e movimentar dinheiro passou a ser muito mais rentável do que produzir.”

Tomando-se o caso do Brasil, os grandes bancos norte-americanos que aqui atuam lucraram, só em janeiro de 1999, em sua aposta contra o real, somas de até oito vezes o total dos lucros auferidos ao longo de 1998.

Milton Santos, visivelmente emocionado, fez, em menos de dez minutos, uma exortação a favor de uma universidade comprometida com as maiorias. Afirmou que tanto o jornalismo quanto o a academia tornam-se cúmplices da “ditadura da informação” quando deixam de exercer o seu papel de crítica. Propôs, em contrapartida, que jornalistas e universitários assumam uma postura intelectual “de combate”, que pressupõe “que nos debrucemos sobre a realidade do Brasil e do mundo, que rechacemos os que pensam fazer a crítica ao pensamento único apoiando-se no próprio pensamento único, que ousemos substituir a velocidade imposta pelo dinheiro em estado puro por ritmos condizentes com a grandeza do que é o homem, e do que são os países”.

O professor Milton Santos encerrou sua fala com uma cáustica crítica em relação ao clima político vivido pelo país e em especial ao governo FHC: “Estamos entronizando o medo, que conduz a aceitar o que é predeterminado de fora. Nossas autoridades agem como se fossem meras autoridades consulares. Sugiro a todos que, contra isso, trabalhemos na produção das idéias de mudança”.

A Attac vem recebendo apoios por mail ou telefone de estudantes, cidadãos e intelectuais de todo o país. Seus núcleos no Brasil serão tão informais quanto possível. Os núcleos da Attac serão alimentados, via Internet e correio físico, com material sobre as conseqüências da globalização. Caberá a estes núcleos recolher e difundir a produção intelectual a que têm acesso, relatar experiências e participar da discussão sobre as saídas para a crise.

A primeira reunião da Attac no Rio de Janeiro ocorreu em 30 de março último, dando início a estruturação do núcleo regional e definindo atividades de lançamento da proposta.

Em breve será divulgada a versão brasileira do Manifesto Internacional das ATTAC, bem como publicações próprias, como boletins e apostilas sobre aspectos da economia em linguagem acessível.

A Abrasco se propõe a apoiar, através de seu Boletim e de sua Home Page, as estratégia de popularização das discussões da entidade.

Lista de discussão sobre a estruturação da Attac no Brasil:

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