Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Jornal do Brasil

MEMÓRIA / NEIL POSTMAN

“Sociólogo e crítico severo da televisão”, copyright Jornal do Brasil, 12/10/03

“Neil Postman (1931 – 2003)

Aos 72 anos, morreu domingo, de câncer, em Flushing, subúrbio de Nova York, o sociólogo americano Neil Postman.

Estudioso das ciências da comunicação, revelou-se temido crítico da televisão comercial. Dois livros que escreveu contribuíram para que seu nome se tornasse conhecido: Divertir-se até morrer (1985) e The disappearance of childhood (1984). Em ambos se manifesta contra os efeitos da televisão, sobretudo a comercial.

– A televisão põe em perigo a capacidade de julgar das pessoas – argumentava. – A necessidade da imagem leva a um esvaziamento do conteúdo de política e cultura. A pressão das cadeias de televisão para apresentar programas em forma de entretenimento para atrair público produz uma infantilização dos adultos.

Docente de ciências da comunicação na Universidade de Nova York, em seus trabalhos mais recentes se mostrou mais uma vez o combatente da ?estupidificação tecnológica? e atacou os efeitos da globalização gerada pela internet. A sociedade padece de uma espécie de ?Aids cultural?, disse uma vez. Segundo ele, ?nosso sistema imunológico sucumbe frente à avalanche de informações sem ter como filtrá-las?. E acrescentava: ?A comunidade mundial conectada à internet também empobrece os sentidos, quando as compras, o estudo ou o erotismo online pretendem substituir a vida real?.

Postman não usava computador. Nos últimos anos, ele, que era pai de três filhos, publicou El fin de la educación (1995), sobre a influência dos meios de comunicação no sistema de valores das crianças, e Building a bridge to the 18th century (2002).”

 

MEMÓRIA / TOM THIMÓTEO

“Gilberto Braga”, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 10/10/03

“O jornalismo perdeu, na manhã desta sexta-feira (10/10), Wilson Thimóteo Jr., de 55 anos, conhecido com Tom. Secretário adjunto de Imprensa e Divulgação da Presidência da República. Tom sofria de leucemia e teve complicações depois de uma cirurgia de transplante de medula. Ele estava internado na Casa de Saúde São José. O jornalista foi um dos assessores mais atuantes do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta última campanha.

Entre 1972 e 1976, o jornalista trabalhou como redator da Radiodifusión Argentina al Exterior, articulista da revista Cuestionario e do El Cronista Comercial (Buenos Aires). Ele começou em O Globo em junho de 1977 como repórter especial e lá ficou até 1982, depois editando a coluna Panorama Econômico. Em maio daquele ano, ele se tornou repórter especial de Economia do Jornal do Brasil. Tom assumiu a coordenação do Serviço de Comunicação Social do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em 1987. Em 1996, foi convidado pela GloboNews para assumir a função de editor-chefe do telejornal Conta Corrente, na sua primeira edição diária. O jornalista retornou ao INPI no cargo de assessor da presidência e coordenador do Serviço de Comunicação em 1999.

O corpo de Tom será velado até as 17h no Memorial do Carmo, no Cemitério do Caju, no Rio. Às 9h30min deste sábado (11/10), ele será cremado em cerimônia só para a família do jornalista.”

 

MEMÓRIA LAZLÓ VARGA / ALESSANDRO PORRO

“Imprensa perde Alessandro Porro e Lázlo Varga”, copyright O Estado de S. Paulo, 14/10/03

“O corpo do jornalista Lázlo Varga, que morreu ontem, aos 40 anos, será cremado esta manhã no Cemitério de Vila Alpina. Natural da capital, trabalhou na área de economia nos jornais Diário do Comércio e Indústria – DCI, Diário do Grande ABC, Folha de S. Paulo e nas sucursais de O Globo e Jornal do Brasil. Passou também pelas revistas Caras e IstoÉ Dinheiro.

Ontem de manhã, foi sepultado no Cemitério Israelita de Embu, região metropolitana, o corpo do jornalista Alessandro Porro, que morreu aos 73 anos e 50 de profissão, no sábado. Italiano naturalizado brasileiro, nasceu em Nápoles, onde começou a carreira. Foi repórter da revista Epoca, de Milão, antes de vir para o Brasil, onde trabalhou na Editora Abril.

Correspondente de Veja em Paris, passou também por Londres, Roma, Buenos Aires e Tel-Aviv. Foi um dos fundadores da Realidade. Em 2001, publicou o livro Memórias do meu Século.”