TELETIPO
Njehu Gatabaki, parlamentar queniano e editor da revista Finance, foi condenado, em 9/8, a seis meses de prisão por matéria de dezembro de 1997 em que acusa o presidente Daniel Arap Moi de ter incentivado integrantes de seu grupo étnico Kalenjin a atacar a comunidade Kikuyu, causando a morte de cerca de 1.500 pessoas. O tribunal considerou Gatabaki culpado por alarmar a população e ameaçar a paz civil. O juiz afirmou, segundo Repórteres Sem Fronteiras [14/8/02], que a pena é exemplar, porque Gatabaki, como parlamentar, deveria fazer leis, e não infringi-las. Ele ainda pode recorrer da sentença. A Finance é uma das poucas publicações do Quênia com espaço para a oposição.
O New York Times anunciou que, a partir de setembro, publicará anúncios de uniões civis entre pessoas do mesmo sexo no espaço antes destinado somente a casamentos tradicionais. “Ao fazer esta mudança, assumimos o valor jornalístico de uma tendência crescente na sociedade em direção às celebrações públicas de comprometimento de gays e lésbicas, que são importantes para muitos leitores, suas famílias e amigos. Percebemos que a sociedade permanece dividida sobre a definição legal e religiosa de casamento e nossos artigos jornalísticos permanecerão imparciais nesse debate, reportando integralmente todos os pontos de vista”, disse à AP [18/8/02] o editor-executivo do jornal, Howell Raines.
A Seattle Times Company, subsidiária que vende publicidade nos jornais The Seattle Times e Seattle Post-Intelligencer, decidiu não aceitar anúncios do filme espanhol Lúcia e o sexo, de Julio Medem. “Colocamos o jornal em salas de aula. Trata-se de um padrão de conteúdo publicitário, e não um julgamento de se o filme deveria ter sido feito ou deve ser assistido. De modo algum é uma censura ao filme em si”, justifica o porta-voz Kerry Coughlin. O anúncio contém a frase “um dos filmes mais eróticos já feitos” em letras grandes. Os dois diários já publicaram críticas do longa-metragem. Lúcia e o sexo ganhou o Prêmio Golden Space Needle de melhor diretor do júri popular do Festival Internacional de Cinema de Seattle, informa o Seattle Post-Intelligencer [16/8/02].