Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Jornalistas contra o Hamas

ORIENTE MÉDIO

O principal sindicato de jornalistas da Palestina decidiu promover boicote contra o grupo terrorista Hamas depois que repórteres palestinos e estrangeiros foram atacados quando cobriam explosão na casa de um integrante da organização.

Três pessoas morreram e seis ficaram feridas quando, ao que tudo indica, uma bomba explodiu acidentalmente na casa de Salah Nasser, irmão de Wael Nasser, assistente do líder espiritual do Hamas, Sheikh Ahmed Yassin. Quando os jornalistas chegaram ao local, começaram a ser empurrados e apedrejados por simpatizantes da organização terrorista. Ninguém ficou ferido, mas três câmeras foram destruídas.

Em represália, o sindicato decidiu que mídia não cobriria o funeral dos mortos na explosão e exortou os jornalistas a não noticiarem atividades do Hamas até ordem em contrário. O documento de convocação ao boicote exigia que o grupo pedisse desculpas publicamente e pedia que a polícia palestina descobrisse os agressores. O Hamas respondeu com comunicado em que classifica o incidente como "ataque infeliz", sem entrar em detalhes sobre os responsáveis.

No começo de novembro a Autoridade Palestina permitiu que o Hamas reabrisse o jornal Al-Risalah, que funcionava como porta-voz da organização extremista na Faixa de Gaza e havia sido fechado há mais de um ano. Oficialmente, ele pertence ao Partido da Salvação Islâmica, ligado ao grupo. A intenção da AP é diminuir a tensão com os radicais islâmicos depois do assassinato do chefe de polícia Rajeh Abu Lihyeh, responsável pela tropa de choque da Faixa de Gaza. Al-Istiklal, jornal da Jihad Islâmica, que foi fechado na mesma época que o Al-Risalah, não teve autorização para reabrir. As informações são do Jerusalem Post [1 e 2/11/02].