Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Último Segundo

INTERNET GRÁTIS EM DEBATE

"Inclusão digital: Acesso gratuito à internet é a porta de entrada para democratização, diz Fernando Gabeira", copyright Último Segundo, 20/12/2002

"O deputado federal Fernando Gabeira (PT-RJ) aponta o surgimento do acesso gratuito à internet como um dos principais motivos que levaram o País a alcançar o primeiro lugar no ranking latino-americano de inclusão digital, organizado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF, em inglês, chamado Fórum de Davos, pela cidade da Suíça onde fica sua sede).

?O papel foi muito importante. O acesso gratuito atraiu inúmeras pessoas para a rede e propiciou a ampliação intelectual e social delas?, diz Gabeira. ?Se a internet grátis está fazendo um papel social, em um País que carece destas iniciativas, não vejo motivo para acabar com ela?, afirma Gabeira.

Gabeira é um dos principais líderes ambientalistas do Brasil, tendo sido fundador do Partido Verde (chegou a ser candidato a presidente pelo partido em 1989), no qual militou até recentemente quando mudou para o PT.

Segundo o deputado, os trabalhos organizados pelas Organizações Não Governamentais (ONGs) são um reconhecimento dos avanços do País na tecnologia da informação, como o CDI (Comitê para a Democratização da Informática), citado no relatório do Fórum de Davos. ?Através de ONGs este movimento acabou chegando aos morros do Rio de Janeiro, trazendo a consciência de que a inclusão digital também é uma das ferramentas para a inclusão social?, diz.

O processo eleitoral deste ano, a maior votação totalmente eletrônica do mundo, na opinião de Gabeira, é outro exemplo dos avanços do País para o fim do apartheid digital. ?O fato de ser organizado um sistema eleitoral tão avançado em um País tão grande e desigual significa uma pré-inclusão digital para todas as pessoas que querem escolher o seu presidente?, conclui.

Ainda de acordo com o deputado, a presença do governo na internet é uma maneira muito eficaz de relacionamento com a população. O site da Receita Federal, por exemplo, recebe, em média, 23 milhões de acessos por ano somente para consulta ao andamento da restituição do Imposto de Renda. Foi através da web que 96% das 16 milhões de declarações do IR 2002, ano-base 2001, foram entregues e grande parte das 47 milhões de declarações de isento deste ano."

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"Inclusão digital: Internet grátis democratiza a informação, diz Milu Villela", copyright Último Segundo (www.ultimosegundo.com.br), 18/12/2002

"A democratização da internet no Brasil passa necessariamente pelo provimento do acesso grátis à rede mundial de computadores. A avaliação é da presidente do Comitê Brasileiro para o Ano Internacional do Voluntário e do Instituto Faça Parte, Milu Villela.

?A internet grátis democratiza a informação e as oportunidades de acesso, favorecendo a todas as organizações sociais. Na internet grátis o que vale é a criatividade e não a quantidade de recursos?, diz Milu Villela, uma das principais articuladoras de causas sociais no Brasil e reconhecida internacionalmente por seus projetos no setor.

No dia 26 de novembro deste ano, Milu Villela foi escolhida por 110 países para apresentar novas diretrizes para ações voluntárias em todo o mundo na abertura da 57? sessão da Assembléia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, como porta-voz da sociedade civil internacional.

Como presidente do Comitê Brasileiro para o Ano Internacional do Voluntariado, Milu Villela foi uma das responsáveis pelo aumento de voluntários em programas sociais. Em sua gestão, o Brasil passou de 22 milhões de voluntários no inicio de 2001 para fechar o ano com 42 milhões de pessoas que se dedicam a ajudar outras pessoas de alguma forma.

De acordo com Milu Villela, o País ainda precisa caminhar muito na questão do apartheid digital, mas existem avanços muito positivos na área. ?Neste ano o Brasil deu um grande salto para inclusão digital, esperamos que na área social ascenda da mesma maneira?, diz."

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"Inclusão Digital: Internet grátis é importante ferramenta para prestação de serviços, diz presidente da Câmara-e.net", copyright Último Segundo (www.ultimosegundo.com.br), 17/12/2002

"Além de contribuírem para a universalização do acesso à tecnologia, os provedores de acesso gratuito à internet constituem importantes ferramentas para a prestação de serviços. Essas foram algumas das considerações de Gastão Mattos, presidente da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, Câmara-e.net, durante a entrega das propostas para uma Política Nacional de Tecnologia da Informação e Comércio Eletrônico a representantes do governo eleito nesta terça-feira.

?A internet grátis vem agregar qualidade de vida principalmente no que diz respeito à prestação de serviços?, destacou, fazendo referência a tarefas como pagamento de contas e acesso bancário sem a necessidade de se enfrentar enormes filas nas agências reais. ?Tem gente que usa pouco a internet, às vezes só para home banking mesmo, e para essas pessoas o acesso gratuito traz enormes benefícios?, acrescentou.

Para o professor Alberto Albertin, da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), os provedores gratuitos constituem um dos mecanismos mais importantes para a democratização da tecnologia e informática. ?Sempre há restrição em pagar algo pelo acesso. (…) Os provedores gratuitos obviamente facilitam e muito essa universalização?, afirmou.

Na opinião de Albertin outros elementos necessários para o sucesso da inclusão digital seriam ainda a redução nos custos dos pulsos telefônicos e a viabilização do fomento do segmento de tecnologia de informação para pequenas e médias empresas. Segundo o programa apresentado, uma das medidas para integrar essas empresas ao mundo digital seria a canalização de parte dos recursos dos fundos de investimentos, setoriais e de fomento para que elas pudessem aplicar tais recursos no desenvolvimento de produtos de comércio eletrônico e na capacitação técnica de recursos humanos.

Nesta terça-feira, a Câmara-e.net, em parceria com a FGV, entregou a representantes do futuro governo um documento com propostas para a política de tecnologia e inclusão digital. Trata-se do e-Brasil – Propostas para uma Política Nacional de Tecnologia da Informação e Comércio Eletrônico, material elaborado com o objetivo de apresentar as propostas das entidades para a questão da utilização das tecnologias de informação."

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"Inclusão digital: Projetos sociais dependem do acesso grátis, diz coordenador do Portal Setor 3", copyright Último Segundo (www.ultimosegundo.com.br), 16/12/2002

"O Portal Setor 3, dedicado às iniciativas da sociedade civil organizada (chamadas ?terceiro setor?), encerra o ano 2002 com mais de 20 sites e levando para cerca de 10 mil pessoas de comunidades carentes o acesso à internet. O portal, ao lado do Projeto Site Solidário, é uma iniciativa do Centro de Tecnologia em Gestão do Terceiro Setor do Senac São Paulo.

Como quase nenhuma das entidades envolvidas consegue ter computadores, o acesso grátis à internet é uma das principais ferramentas do projeto. ?Qualquer projeto na área social na internet tem no mínimo de contemplar o acesso grátis?, diz o coordenador do Portal 3, Daniel Gonçalves Oliveira.

Além de contar com do acesso, a produção de cada site é feita sem custos para as entidades. Um dos membros da comunidade é treinado pela equipe do Senac e da Faculdade Radial e passa a atualizar a página em uma das sedes do Infocentro, iniciativa do Governo do Estado de São Paulo que dá acesso gratuito à internet.

Oliveira destaca também que está sendo através deste canal que muitas entidades estão tendo a primeira oportunidade de divulgar suas atividades. Algumas conseguiram até captações ou viraram notícia na mídia após o lançamento dos sites. ?O fim da internet grátis seria um retrocesso para todos os projetos sociais que estão ingressando na internet?, conclui.

Para 2003, segundo o coordenador do projeto, a expectativa é criar mais 60 sites para diferentes comunidades. ?A idéia é dar técnicas de jornalismo e tecnologia para promover a inclusão digital em associações de base, da periferia?, diz. ?É um projeto de educação que dá origem a um site?, define Oliveira.

O Portal Setor 3 é um novo parceiro do portal iG, que entre seus serviços à sociedade, abriga centenas de sites e serviços de interesse público (como escolas de todos os níveis, hospitais, ONGs e serviços públicos, incluindo o acesso aos serviços do e-Governo nos três níveis da administração pública)."