Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Último Segundo

BLOG DO IG

"iG lança neste final de semana seu Blog de jornalismo, ponto de encontro de leitores", copyright Último Segundo (www.ultimosegundo.com.br), 10/05/02

"Uma linha direta para o debate entre leitores e jornalistas sobre os assuntos da atualidade, mas abordados de jeitos que normalmente ficam de fora do noticiário jornalístico. Esta é a proposta do novo canal BliG do Último Segundo, que o iG implanta neste final de semana.

O Blig do US é o primeiro weblog de jornalismo entre os portais da internet brasileira. Os weblogs, ou simplesmente ?blogs? são páginas pessoais que permitem a interação entre as pessoas, uma mistura das páginas pessoais (tipo hpG ou iG Spot) com fóruns de opinião. O iG foi o pioneiro no lançamento de weblogs com a criação do Blig, o blog do iG.

Algum tempo depois do surgimento da febre dos blogs, esse sistema foi descoberto por repórteres e editores de vários países, passando a servir de ferramentas para um novo gênero de jornalismo, uma tribuna para a exposição das opiniões que normalmente são deixadas de lado na cobertura noticiosa, ao mesmo tempo em que põem em contato direto leitores e jornalistas.

O Último Segundo vai abrir este canal aos seus leitores e dá o primeiro passo oferecendo seu conteúdo, acrescentando as impressões pessoais daqueles que produziram o material, para ser debatido, enquanto os leitores propõem as discussões, enviando os temas que consideram importantes.

Os internautas poderão, inclusive, mandar links de notícias de outros meios ou veículos, que considerem importantes.

A revolução dos weblogs

A internet trouxe a possibilidade de unir em um único espaço informações de qualquer localidade, necessitando apenas da coleta de hiperlinks. E esta facilidade está sendo muito bem aproveitada por internautas, que usam a web como forma de exercer seus direitos de editar, antes restrito a jornalistas.

Ao mesmo tempo, repórteres e editores de todo o planeta estão usando a web para colocar suas impressões pessoais – que normalmente são banidas dos noticiários – e fazer uma leitura crítica sobre os acontecimentos. Essa oportunidade rara põe leitores lado a lado como os jornalistas, inclusive para opinar sobre os trabalhos que acabam de publicar, praticamente em tempo real.

Jornais renomados como o norte-americano ?New York Times? e o britânico ?Guardian? descobriram a importância dessa ferramenta e já a incluíram em seus objetivos. O jornal britânico possui desde abril de 2000 um weblog que destaca as principais notícias diárias.

De tempos em tempos, o ?Guardian? cria também páginas dedicadas a assuntos especiais. Já foram abordados, desde sua criação, temas como os ataques de 11 de setembro, segurança e privacidade na internet, direito à eutanásia, contrabando de cigarros, conflitos no Oriente Médio, entre outras centenas de assuntos.

Além de disponibilizar notícias para comentários, o ?Guardian? indica weblogs que tratam sobre temas do momento.

O ?New York Times? não quis ficar de fora da onda de interação jornalística e passou a oferecer gratuitamente suas notícias para os internautas ?blogueiros? debaterem em seus sites. No início de abril, o jornal nova-iorquino anunciou um acordo com a empresa UserLand Softwares para distribuir seu conteúdo digital aos usuários do programa Radio UserLand – um pacote de ferramentas para a criação de weblogs.

Estes são apenas alguns exemplos de meios de comunicação que descobriram a importância da interação com o leitor que o Último Segundo, o primeiro jornal inteiramente criado para a web, inaugura na internet brasileira neste sábado."

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"Especialistas elogiam lançamento do ?BliG do Último Segundo?", copyright Último Segundo (www.ultimosegundo.com.br), 10/05/02

"A democratização da informação e a possibilidade de interagir são as principais vantagens agregadas à sociedade pela Internet. É o que apontam especialistas em comunicação, que elogiam a iniciativa do Último Segundo em criar o BliG do Último Segundo.

?Os weblogs são uma onda de mídia que veio para ficar. Este é o papel que a Web tem dentro da democracia. Acredito que os outros meios não aproveitam bem esta ferramenta e a participação do leitor fica restrita. Fico surpresa quando vejo nas seções de carta ao leitor que revistas grandes recebem apenas 800 e-mails de comentários, sendo que o público de Internet é superativo?, diz a jornalista Rosana Hermann, que se dedica à mídia digital, desenvolvendo Bligs Casa dos Artistas e Grande Irmão

Na opinião do jornalista Alberto Dines, criador do Observatório da Imprensadivulgar opiniões sem o controle de autoridades é o ideal de jornalistas desde o século 17 e o grande aporte feito pela Internet à sociedade é a democratização da liberdade de expressão.

?O espaço destinado à participação de leitores nos outros meios é muito restrito. No mundo digital não existem limitações?, ressalta Cid Torquato, diretor da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico.

Além de dar espaço aos que têm algo para falar, a interação com o leitor é útil também à autocrítica do veículo de comunicação.

?Existe um problema histórico na imprensa que é o de abrir canais para ser criticada. Atualmente encontramos os canais de cartas de leitores e alguns onbudsmans, mas quanto mais críticas melhor para a imprensa?, diz o professor de Jornalismo On-line da Universidade Casper Líbero, Alon Feuerwerker, também assessor de imprensa da prefeita de São Paulo, Marta Suplicy.

Os especialistas alertam, porém, para a falta de hábito que a sociedade possui em exercer seus direitos de livre expressão.

?Assim como aconteceu com na TV, que ficou muitos anos sem ouvir o espectador e agora fica cheia de ?papagaios de pirata?, mandando tchau para a mãe, o internauta pode se sentir livre para extravasar, mandando ofensas em vez de críticas construtivas?, alerta Rosana Hermann.

Alberto Dines comenta que é preciso encontrar uma maneira de não deixar que a liberdade se torne licenciosidade."

 

MERCADO / JORNAIS – EUA

"Jornais americanos registram queda, outros não", copyright Comunique-se, 8/05/02

"Os jornais de Nova York venderam mais depois dos atentados de 11 de setembro. A conclusão foi de uma pesquisa realizada pelo Escritório de Auditoria de Circulação, instituto semelhante ao IVC. As vendas do The New York Times, por exemplo, cresceram 3,8%, chegando a 1.194 de exemplares. Foi o maior registro na vendagem do diário nos últimos nove anos. Mas quem saiu na frente foi The New York Post, cuja circulação diária subiu 15,4% (75 mil exemplares).

O mesmo não aconteceu com os jornais de circulação nacional. USA Today, diário mais vendido no país, teve uma queda na circulação de 3,4% nos últimos seis meses, se comparado ao mesmo período do ano passado. Foi o pior número registrado pelo periódico desde 1985. Segundo um porta-voz, o resultado é conseqüência do declínio nas viagens de negócios desde os atentados terroristas. Cerca de 42% dos exemplares diários do USA Today são vendidos em empresas de transporte aéreo e hotéis.

Los Angeles Times também registrou queda nas vendas: 6,9%. Em 30 anos, essa foi a primeira vez que a circulação do jornal cai para menos de um milhão de exemplares. A queda seria um reflexo do aumento do preço do jornal que duplicou (US$ 0,25 para US$ 0,50) e do fim das promoções.

A circulação dos jornais The Wall Street Journal e The Times praticamente não sofreu alterações, enquanto o The Washington Post registrou um aumento de 0,7%."