Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Lugares-comuns da internet

Paulo Reis Aruca (*)

A propósito de nota neste Observatório sobre os jornais online, que estariam sendo “preenchidos pela metade e atualizados às pressas” e “mostrando-se incapazes de sustentar os mesmos padrões éticos de seus companheiros offline” [“A ética das e-notícias”, sobre reportagem de Janet Kornblum no USA Today, 16/5/00].

Aponto-lhes um exemplo em São Paulo que destoa do estudo sobre jornalismo, de Janna Anderson e David Arant, ambos da Universidade de Memphis. Trata-se da Agência Interior, um veículo online <www.aginterior.com.br>, com o qual trocamos informações, baseado em Araçatuba, que desde abril retatra o cotidiano das principais cidades do Noroeste Paulista.

A Agência Interior contraria as informações dadas por 203 editores americanos à pesquisa referida na nota: 47% dos entrevistados “concordaram que a habilidade de publicar informações imediatas pelo sistema online levou a uma erosão nos padrões de verificação”. Na Agência Interior, as matérias são completas e com inúmeras informações, inclusive com reportagens divididas em várias retrancas, como a que abordou novas invasões de terra, pelo MST, no Pontal do Paranapanema.

“37% disseram que seria mais fácil aderir a padrões éticos específicos se houvesse maiores equipes.” A Agência Interior tem uma numerosa equipe de jornalistas, todos com qualidade profissional comprovada. Em sua maioria, oriundos do jornal Folha da Região, um dos mais conceituados veículos de mídia impressa do interior paulista. Na equipe também estão ex-jornalistas da TV Globo e de outras mídias de destaque na região.

“30% afirmaram que vias online não são tão favoráveis ao seguimento de padrões éticos gerais do jornalismo quanto os jornais tradicionais.” A julgar pela atuação inquestionável, em seus empregos anteriores, os profissionais contratados pela Agência Interior devem contrariar também essa estatística.

(*) Jornalista, Jales, SP