Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Lusa / Público

PORTUGAL

“Reestruturação da Lusa Poderá Significar Emagrecimento dos Quadros”, copyright Público (www.publico.pt), 1/03/03

“O presidente da Portugal Global, Almerindo Marques, que ontem assumiu a presidência do Conselho de Administração da Agência Lusa, admitiu que a ?cuidadosa reestruturação? da empresa poderá abranger um emagrecimento dos quadros de pessoal. ?Vamos estudar criteriosamente a situação da empresa e implementar uma cuidadosa reestruturação, para dar condições de vida normal à agência e satisfazer os legítimos interesses de quem cá trabalha?, disse.

Almerindo Marques, que acumulará a presidência da Lusa com a da RTP e RDP, sublinhou que a situação financeira da empresa ?não coloca em causa a sobrevivência da agência?, mas esclareceu que há reajustamentos a fazer e que estes poderão incluir o emagrecimento dos quadros da Lusa. O novo presidente escusou-se, contudo, a adiantar o número de funcionários que poderão vir a ser despedidos ou cujos contratos poderão ser renegociados.

Almerindo Marques considerou ?desnecessária? a polémica criada ?pela oposição? à nomeação do administrador-executivo Luís Delgado. ?As pessoas devem ser julgadas pelos seus desempenhos e não por preconceitos ou pressupostos?, concluiu.

O presidente cessante, Manuel Pedroso Marques, fez um ?balanço positivo dos últimos sete anos, caracterizados pela modernização das estruturas técnicas e tecnológicas, melhoria dos quadros, lançamento de novos serviços?. Pedroso Marques disse ainda que ?a Lusa é uma empresa sólida?.

?A empresa vinha de uma tradição de contas equilibradas, mas, de há três anos para cá, há um desequilíbrio que se deve a três componentes: o défice de exploração, devido à retracção do mercado; os investimentos inadiáveis que tiveram de ser feitos e os prejuízos resultantes do constante atraso do Estado no pagamento do contrato- programa e na liquidação de outras dívidas por si assumidas?, concluiu Pedroso Marques.

No mesmo dia em que Almerindo Marques assumiu o novo cargo, Luís Delgado, até aqui director do ?Diário Digital?, foi eleito vogal do conselho de administração da agência. Deste órgão fazem ainda parte os vice-presidentes Jorge Ponce Leão e Gonçalo Reis, todos em representação do accionista Estado. A Lusomundo está representada por Manuel Pinto Teixeira, enquanto Paulo Saldanha e Margarida Salgado representam os restantes accionistas, a Controljornal e a NP, respectivamente.

Luís Delgado assinou ontem no ?Diário Digital? o seu ?Último Editorial? onde, mesmo antes do seu nome ser votado na Assembleia Geral da Lusa, o director do ?site? noticioso dava já a sua nomeação como garantida ?a partir de hoje [ontem], por volta do meio-dia?. O accionista e administrador – e agora ex-director – do ?Diário Digital? afirma no seu texto que passa a ser colunista do ?site?, onde continuará ?a escrever todos os dias?. O ?site? é agora dirigido interinamente por Deolinda Almeida, considerada o braço-direito de Delgado.”

“Administração da NTV Dispensa 25 Jornalistas”, copyright Público (www.publico.pt), 1/03/03

“A administração da NTV vai dispensar 25 dos 37 jornalistas cujos contratos de trabalho a termo certo expiram no próximo dia 9, e alguns deles receberam já ontem cartas registadas que confirmam a cessação dos respectivos contratos. Numa reunião realizada anteontem entre a redacção e o sub-director de Informação, Dinis Sottomayor, apenas 12 jornalistas ?receberam garantias de que irão ser integrados nos quadros da empresa?, afirmaram ontem em comunicado os jornalistas da NTV.

Estes 37 jornalistas que estão com contrato a termo certo ?representam 80 por cento do total de funcionários da NTV?. Trata-se de jornalistas ?multimédia, ou seja, que entrevistam, filmam, editam, fazem pós-produção e trabalham com isenção de horário?. Os jornalistas pediram, na quinta e na sexta-feira, a presença do presidente da administração da NTV nas instalações para esclarecer o futuro do canal e dos respectivos trabalhadores, mas este só se disponibilizou para realizar o encontro no início da próxima semana.

Se as rescisões forem avante, a redacção ficará, a partir de dia 10, reduzida a menos de 50 por cento, pondo em risco ?a continuidade da emissão nos horários até aqui praticados?. Os jornalistas consideram-se ?vítimas de grande pressão? e dizem que ?têm sido iludido? por as sucessivas administrações da NTV nunca terem cumpridos prazos e as promessas feitas.”

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“TVE Rescindiu com TV Cabo e Processa Empresa Portuguesa”, copyright Público (www.publico.pt), 1/03/03

“A Rádio Televisão Espanhola (RTVE) anunciou que rescindiu, por falta de acordo económico, a difusão do seu canal internacional através do operador português de televisão por cabo, TV Cabo, e que interpôs um processo contra a empresa portuguesa. Em comunicado citado pela agência Lusa, a empresa espanhola assinala que o processo instaurado deve-se ao facto do operador português ter incluído durante os últimos dois anos o sinal da TVE Intrenacional dentro da sua oferta, sem a autorização correspondente da empresa espanhola. O contrato entre as duas empresas terminara a 4 de Abril de 2001.

Em 1995 foi firmado um acordo entre as duas empresas para a cedência do sinal do Canal Internacional da televisão espanhola e, ?passados cinco anos de emissão gratuita, a TVE solicitou em 2000 o pagamento de uma quantia económica para a licença de distribuição nos anos seguintes?, refere o comunicado.

?Apesar da TV Cabo ter negado pagar uma remuneração pela distribuição do Canal Internacional, o operador português continuou a incluir nos dois últimos anos a TVE na sua programação?, adianta.

A empresa pública espanhola voltou a reclamar nas últimas semanas os direitos de emissão destes dois últimos anos mas ?a falta de acordo na negociação? provocou o cancelamento do contrato com a TV Cabo e o fim das emissões.

No dia 12 de Fevereiro desapareceram da TV Cabo as emissões da TVE Internacional, tendo-se registado bastantes protestos junto da operadora portuguesa por parte da comunidade espanhola residente em Portugal. Também foram recebidas muitas queixas e pedidos de informação na Embaixada de Espanha em Lisboa. A TVE só é vista em Portugal através de satélite ou da Cabovisão.

Em declarações à agência espanhola EFE, o porta-voz da TV Cabo, Pedro Mota Carmo, disse que foi suprimido o acordo com a TVE depois de ter passado um período de teste e por se entender que ?não tinha a audiência esperada?.

No lugar da TVE foi incluído o canal também espanhol Antena 3, com a confiança de se conseguir maior audiência, explicou Mota Carmo.

O operador português não excluí, contudo, a possibilidade da cadeia pública espanhola poder ser incluída de novo na oferta da TV Cabo, mas Mota Carmo escusou-se a comentar em que circunstâncias nem sobre que premissas poderia produzir-se.

A TVE Internacional, que apresentou programas populares como o concurso Operação Triunfo, que agora tem a sua versão em Portugal, ou os programas de informação desportiva sobre a Liga Espanhola de Futebol em que jogam futebolistas portugueses, era um canal muito procurado em Portugal.”