CASO SARNEY-MURAD
Chico Bruno (*)
A desconfiança de que o caso Lunus seria retirado do noticiário de jornais, revistas, televisões e rádios se tornou realidade. Ninguém escreve mais uma linha sobre o palpitante caso, com exceção dos colunistas Ricardo Boechat e Dora Kramer, ambos do Jornal do Brasil. O jornalista apurou que o dinheiro apreendido no escritório particular da governadora Roseana Sarney e de seu marido, Jorge Murad, depositado na Caixa Econômica Federal, já rendeu R$ 11.278. Uma nota de fina ironia.
Dora Kramer, em sua coluna de março, apimenta o caso com a informação de que três empreiteiras baianas e duas paulistas estão com as barbas de molho, pois na papelada apreendida na Lunus há documentos que as comprometem. Infelizmente, Dora não deu nome aos bois. O que não é difícil descobrir. Basta ver a relação de empreiteiras baianas e paulistas que trabalham com o governo do Maranhão.
Essa informação precisa ser aprofundada, pelo próprio Jornal do Brasil e pelos outros órgãos de imprensa do país, pois é muito grave. Mas, ao que parece, a grande imprensa se desinteressou em apurar o caso Roseana/Murad. Fica a impressão de que o caso terá o mesmo destino dos corruptores do governo Collor, os quais ninguém, até hoje, sabe quem são.
A pressa em solicitar a liminar para transferir a papelada para o STJ demonstra que tem muito angu embaixo dessa carne. Felizmente, o STJ deu prosseguimento à ação. A omissão da imprensa demonstra, ainda, que tem muita gente grande, além do senador José Sarney, pressionando os proprietários dos órgãos de comunicação a esquecer o assunto. Se estão fazendo isso é porque têm culpa no cartório, e a papelada pode revelar e comprovar algo muito maior do que as ligações com a Usimar e a Nova Holanda.
Vamos torcer para que a imprensa volte a se interessar pelo caso Roseana/Murad, para a felicidade geral da nação, que continua querendo saber a origem e a serventia das 26.800 "roseanas".
(*) Jornalista
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