Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Mídia na corda-bamba da guerra

ESQUERDA & DIREITA

As principais emissoras de TV têm sido alvo constante de críticos da mídia da direita e da esquerda americanas à procura de sinais de tendenciosidade jornalística.

Por um lado, as perguntas dos repórteres estão sendo estudadas por políticos e analistas de mídia de direita para ver se acham patriotismo insuficiente ou subestimação das decisões militares. As emissoras, de acordo com reportagem de Jim Rutenberg para o New York Times (19/3/03), também estão recebendo críticas de grupos liberais, segundo os quais a mídia noticiosa não está demonstrando o ceticismo devido sobre a guerra.

O Centro de Estudos de Mídia, grupo conservador americano, divulgou notícia criticando a ABC News pela acentuada inclinação à esquerda. O grupo disse que ela é a "maior ofensora" entre os canais, por "transmitir propaganda iraquiana, justificar protestos radicais e defender a França e as Nações Unidas contra os EUA."

O Fairness and Accuracy in Reporting, grupo liberal, disse que as emissoras de TV aberta e fechada não estavam levantando questões suficientemente duras sobre o governo. O grupo divulgou um estudo dizendo que as pessoas céticas em relação ao presidente Bush estão sendo mal representadas na TV.

Executivos de mídia afirmam estar fazendo o melhor que podem para atender a ambos os lados. As emissoras também estarão sendo observadas de perto pelas imagens que escolhem divulgar. Os responsáveis pelas emissoras disseram que terão de ser cuidadosos na maneira como apresentam o material. "Imagens podem levar a mal-entendidos", disse David Westin, presidente da ABC News.

Bryan Whitman, porta-voz do Pentágono, disse que estava satisfeito com a cobertura dos correspondentes na guerra e que não há planos de mudar sua política de acesso.