Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Mea culpa

THE WASHINGTON POST

Na coluna do ombudsman do Washington Post da semana retrasada, Michael Getler comentou o polêmico artigo de Natalie Hopkinson sobre negros em Washington D.C. [veja remissão abaixo]. Na ocasião, Getler concluiu sua coluna dando sua visão de que a opinião da autora é interessante, mas foi apresentada de forma agressiva. Getler também disse que não classificaria o artigo como racista porque apenas incitava negros a defender seus interesses, e não lutar contra os brancos.

Em sua coluna da semana passada [The Washington Post, 1/7/01], Getler afirmou ter recebido diversos e-mails de leitores que estavam furiosos e desapontados não apenas com Natalie e com o jornal, mas também com o ombudsman. Sua coluna, segundo um leitor, "parece mais um controle de perdas que uma análise honesta do artigo de Natalie". Outro leitor disse que "se ele não consegue enxergar um racismo exacerbado no artigo, ou é hipócrita, ou um imbecil".

"O Washington Post acredita que racismo é aceitável se, e apenas se, parte da caneta de um autor negro", disse outro. Getler acha que essas foram cartas com boas críticas, voltadas para a questão realmente complicada ? ou seja, rotular ou não o artigo como racista. Usando-se as definições do dicionário, o artigo poderia ser considerado racista.

Getler afirma que sente e sentiu uma certa dúvida. Perguntou-se se estaria sendo duro ou condescendente ? e acabou, com a dúvida, beneficiando Natalie. Racista, segundo Getler, é um rótulo enérgico, dificilmente retirável. "Eu não tinha certeza de que o termo serviria para esse caso: uma jornalista negra de 24 anos, com uma nova família, comprando, com seu marido, sua primeira casa e falando rigorosamente, talvez ingenuamente, sobre o que achava ser o melhor para ela, para seus novos vizinhos e para sua cultura", disse o ombudsman.

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