Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Menos texto para os jovens

ROLLING STONE

O inglês Ed Needham é o novo gerente editorial da Rolling Stone. A contratação aponta para o fim do jornalismo literário e das narrativas épicas na revista. Seu proprietário, Jan Wennerm acredita que os leitores jovens de hoje não têm mais paciência para textos longos. A julgar pela concorrência, ele tem razão. Num mundo saturado de opções de comunicação, revistas como Blender e Entertainment Weekly chamam a atenção por seus gráficos engraçados, as fotos impressionantes e os artigos que muitas vezes não passam de legendas de imagens. "Quando a Stone publicava histórias de 7 mil palavras não havia CNN nem internet", observa Wenner, que detém o título de editor.

David Carr, do New York Times [13/6/02], conta que Needham vem da britânica FHM, cuja versão americana é a publicação que mais cresce no mercado. Para a Stone, ele promete a volta do elemento-surpresa. As colunas assinadas devem continuar existindo, mas mais curtas e melhor ilustradas. A estratégia já está sendo aplicada por outro editor recém-contratado por Wenner. Na revista de celebridades US Weekly, Bonnie Fuller obteve rápido êxito com sua dinamização.

Com 35 anos, a Stone, apesar de manter seu 1,25 milhão de assinantes, vem perdendo leitores nas bancas, indício de pouco fôlego. De 1999 a 2001, a quantidade de páginas de anúncios caiu 25%, em parte pelo fim da propaganda de cigarro em publicações para jovens. A saúde financeira da revista é fundamental para a Wenner Media, pois a editora usa o dinheiro que ganha com a Stone para bancar seus outros projetos.

PAUL MCCARTNEY

A decisão de Paul e Heather McCartney de cobrar US$ 1.400 por fotografia de uso único de seu casamento dividiu a imprensa. O dinheiro que o casal exigiu pela imagem era destinado à instituição Adopt-a-Minefield ("adote um campo minado"), grupo de luta contra minas terrestres que conta com a simpatia da noiva. Jornais como New York Post e New York Daily News aceitaram pagar, mas outros, como USA Today, The New York Times e The Washington Post recusaram.

O Washington Post achou o preço muito alto. O USA Today e o Times alegaram ser contra o pagamento de notícia. "Não pagaríamos por uma entrevista e não pagaríamos por uma fotografia que foi vendida pela fonte", afirma a editora do Today, Karen Jurgensen. Um outro problema desta ação de caridade é que pequenos jornais não têm dinheiro para comprar a foto, ou seja, somente os grandes tiveram acesso à informação.

Os profissionais da área de celebridades, como reporta Peter Johnson [USA Today, 13/6/02], viram a questão com outros olhos. "O casamento de Paul McCartney é notícia grande. E o dinheiro ser doado para fins de caridade só fez tudo ser melhor", opina Linda Bell, produtora do programa Entertainment Tonight. Bonnie Fuller, editor da Us, concordou: "Pagamos por fotografias todo o tempo e é nosso trabalho informar os leitores sobre eventos de grandes celebridades". A revista People, por meio da porta-voz Susan Ollinick, emitiu opinião semelhante: "Olhamos para isto de vários ângulos e decidimos que a importância da notícia extrapola qualquer preocupação jornalística".