Mais uma vez a equipe do Jornal Nacional mostrou (segunda-feira, 16/6), como se faz jornalismo investigativo de resultados. A revelação de como navios de guerra em missão no exterior trazem para os tripulantes cargas de valor superior aos US$ 500,00 permitidos é um paradigma que merece ser examinado. Seus pontos fortes:
* Denunciados e implicados foram ouvidos ANTES pela reportagem.
* Depoimentos de acusados foram mostrados JUNTO com as denúncias.
* Trabalho de equipe, SEM VEDETISMO, envolvendo pelo menos meia dúzia de profissionais.
* Nenhum truque de edição – apenas som e imagens colhidos pelos repórteres.
* A revelação, seguramente originada numa denúncia, foi devidamente apurada e investigada dispensando-se a dramatização de “fontes misteriosas”.
* O desdobramento no dia seguinte seguiu os mesmos trâmites jornalísticos, sem tratamento para inchar a repercussão. O fato é, em si tão grave, que se tornou desnecessário magnificá-lo artificialmente.
* Não houve intenção prévia de atingir esta ou aquela autoridade. Nem de provocar uma CPI ou IPM. Apenas apontar a extensão do contrabando em nosso país.
A TV Globo não é uma ilha de excelência. Em todas as grandes redações brasileiras há outros profissionais sazonados, responsáveis, discretos e qualificados para fazer o mesmo.
O que falta é disposição empresarial para fazer jornalismo de qualidade.