Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Nasceu no Labjore andou pelas próprias pernas

V FÓRUM DE PROFESSORES DE JORNALISMO

Victor Gentilli

Se a situação conjuntural não é das melhores, os professores de Jornalismo têm tudo a comemorar em termos de organização. O V Fórum Nacional de Professores de Jornalismo, realizado de 28 a 30 de maio em Porto Alegre, consolidou definitivamente o Fórum como o espaço de debates e troca de experiências entre aqueles que se preocupam com a formação profissional de jornalistas.

Organizado pela primeira vez em grupos de trabalhos, quase a metade dos cerca de 170 participantes inscritos tinha contribuições a apresentar em algum dos quatro grupos: Projetos Pedagógicos, Produção Laboratorial, Pesquisa na Graduação e Projetos de Extensão.

Os trabalhos foram de boa qualidade e breve estarão disponíveis na íntegra na página do Fórum.

O Fórum, que este ano inicia seu processo de institucionalização, nasceu como efeito de uma das primeiras atividade do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor): o Seminário de Atualização para Professores de Jornalismo, realizado em 1994. Esta iniciativa do Labjor reuniu professores que, conforme o histórico relatado na página do Fórum na internet, "sentiram a necessidade de discussões sistemáticas visando a busca de novos caminhos a partir da experiência que vem sendo desenvolvida pelos próprios docentes".

De lá para cá, ocorreram cinco encontros nacionais de professores, como evento paralelo ao Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Mas logo surgiram a denominação Fórum e a necessidade de encontros autônomos. Todos eles numa data que se encaixava entre o 21 de abril e o 1? de maio. Em 1996, Belo Horizonte sediou o primeiro Fórum. O nome oficial era Simpósio Didático-Pedagógico de Professores de Jornalismo. O segundo Fórum foi o único que se deu paralelamente ao Congresso de Pesquisadores de Comunicação, realizado em 1997, em Santos. Mas durou dois dias, teve apresentação de pesquisa sobre o perfil do professor (definida como tarefa em Belo Horizonte) e debates importantes para a área. A PUC-Minas lançava a Revista do Fórum, com textos de professores, sempre preservando a ênfase na formação graduada em Jornalismo.

Embora ainda ocorressem encontros nos congressos, estes progressivamente iam se tornando menos importantes e agregando menos professores.

Com o debate das diretrizes curriculares, o Fórum buscou as mais amplas parcerias e realizou no final de abril de 1999 o que viria a ser consagrado como o Seminário de Campinas. A conjuntura exigia que todos se debruçassem sobre uma temática única, as diretrizes curriculares para a área. Os professores de Jornalismo deram sua contribuição, com qualidade e legitimidade. Este seria o III Fórum. Mais de 300 professores se inscreveram e participaram dos debates. O documento final de Campinas até hoje se constitui na grande referência da demanda dos professores para o ensino de Jornalismo no Brasil.

Em 2001, o processo de institucionalização se inicia. O nome Fórum Nacional de Professores de Jornalismo se fixa como definitivo, é criado um colegiado (ainda informal) de coordenação nacional e o evento de Campo Grande inicia a série anual de encontros. Já em Campo Grande define-se o formato dos GTs, que dariam ao Fórum a possibilidade efetiva de se tornar um espaço de troca de experiências entre professores.

Hoje o Fórum tem uma coordenação nacional, um conselho consultivo e já sabe que a próxima reunião será entre 21 de abril e 1? de maio, em Natal, sob o comando da equipe da Universidade Potiguar.

Neste momento em que o Labjor comemora seus oito anos de existência, vale relembrar a história do Fórum, parida num dos primeiros seminários do Labjor, ainda em 1994, e que soube andar com suas próprias pernas desde então, sem nunca esquecer do evento fundador.