Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Nota da Fenaj

MILITARES INFILTRADOS

A Fenaj ? Federação Nacional dos Jornalistas, em nome dos seus 31 sindicatos filiados, entrou com representação junto à Procuradoria da República no Distrito Federal, pedindo apuração quanto à denúncia publicada no jornal Folha de S.Paulo sobre a utilização de carteiras falsas de jornalista por militares dos órgãos de inteligência do Exército, infiltrados em movimentos sociais no Pará.

Como a entidade responsável, através dos Sindicatos filiados, pela emissão das carteiras de identidade de jornalista, por força da lei 7.084/82, a Fenaj pede o aprofundamento das investigações relativas a esse fato, não só porque, caso se confirme, avilta a categoria, como também porque ameaça o regime democrático, além de se caracterizar no Código Penal como crime de falsidade ideológica e documental.

Segundo a denúncia, tal prática teria sido utilizada durante as denominadas "Operaçãatilde;o Pescado" e "Operação Tempestade", nas quais pelo menos seis agentes, identificados pelos apelidos de Formiga, Carioca, Maranhão, Gaúcho e Pará, possuíam carteiras falsas de jornalista e atuariam em nome de agência de notícias inexistente, denominada RP Free-Press. [Brasília, 27 de agosto de 2001].

CENSURA PRÉVIA

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Rio Grande do Sul se solidariza com os colegas da redação do jornal Pioneiro, de Caxias do Sul, pela censura sofrida diante da decisão tomada pela Excelentíssima Juíza de Direito Plantonista da 5? Vara Cível da Comarca de Caxias do Sul, Dra. Zenaide Pozenato Menegat, que deferiu liminar proibindo o jornal de publicar matéria sobre o seqüestro-relâmpago de um profissional liberal de Caxias do Sul, dia 22/8/01, cujo resgate foi pago pela família.

Consideramos tal decisão um ato arbitrário de censura e um atentado à liberdade de imprensa, já que existem instrumentos legais para responsabilizar os jornalistas quando eventualmente praticam abusos. A censura prévia não se justifica em pleno estado de direito e democrático.

O Sindicato dos Jornalistas no RS condena e repudia fatos como estes, de censura prévia, reeditando um período triste da nossa história, como o regime de exceção da ditadura militar. [Porto Alegre, 23 de agosto de 2001. José Carlos Torves, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Rio Grande do Sul]

    
    
                     

Mande-nos seu comentário