Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Notícias do Planalto

Edição de Marinilda Carvalho

 

Amigos, 1999 termina ainda mais hard do que se poderia imaginar.

Êoa! Eu escrevi isto no ano passado! Falei sobre os mísseis em Bagdá, da sentença da justiça britânica que excluiu 3 mil crimes da acusação de Pinochet, de uma chacina brutal em Alagoas.

Embora tudo tenha se repetido, melhorou sim!

Seattle veio abaixo contra o neoliberalismo (não é nada, não é nada, já foi um começo!), a CPI do Narcotráfico revela o Brasil do esgoto e põe alguns ratos na cadeia, e até Sérgio Naya foi preso! Melhorou muito!

Portanto, Boas Festas!

O Observatório da Imprensa estará de volta no dia 20 de janeiro.

E que 2000 seja melhor!

Mandei esta mensagem originalmente à Rede Record, e depois ao Estado de S. Paulo.

“Vários anos atrás, eu costumava assistir ao Jornal da Record, quando este era apresentado pela Adriana de Castro, que considero uma das mais belas âncoras do jornalismo brasileiro, e por outra pessoa de que não me recordo o nome, mas era o único apresentador negro do telejornalismo. Eu considerava este telejornal o melhor.

Além da clareza das notícias, era a única rede de TV que trazia em seus telejornais notícias sobre as coisas boas que aconteciam na cidade, no estado, no país e no mundo. Isso fazia a diferença.

As coisas começaram a mudar quando entraram o Nassif e o Chico Pinheiro. O Chico tinha a mania de ficar interrompendo os entrevistados, o que me irritava muito. O problema é que um bom jornalismo relata fatos, não fica especulando, e foi o que começou a acontecer neste telejornal. Ontem (8/12) eu estava assistindo ao Cidade Alerta, e o apresentador noticiva a operação que a polícia estava fazendo na Favela de Vila Prudente. Como havia dito anteriormente, um bom jornalismo apresenta fato, não especulações.

O problema é que o apresentador falou que a operação da polícia foi atrapalhada porque um grande jornal de São Paulo veiculara no dia anterior reportagem sobre esta operação. O apresentador citou o nome do jornal (O Estado de S. Paulo), repetiu várias vezes que o tal jornal atrapalhou a operação e disse até que, em vez de ajudar a polícia, ajudou os ladrões.

Tal citação é muito leviana, e é por causa de tais comentário, baseados em provas circunstanciais e superficiais, interpretações baseadas em provas precárias, é que acontecem casos como o da Escola Base. Por mais que o delegado mereça ser condenado a pagar, a imprensa foi a maior culpada.”

Eduardo Yuiti Mampo

A confusão sobre as mensalidades escolares, ocorrida desde 24 de novembro, na minha avaliação teve cobertura parcial por parte da imprensa, que esqueceu de abordar o verdadeiro problema: a falta de qualidade da educação pública. Ficou mais uma vez provado o poder de mobilização da classe média e a sensibilidade extrema dos meios de comunicação para com esta parte da sociedade.

Afinal, o ensino privado representa pouco mais de 10% do total de matrículas da Educação Básica. Sendo obrigação do Estado oferecer o ensino público e gratuito, nada mais natural que quem preferir a alternativa da iniciativa privada pague pelo serviço, regido por um contrato comercial. Pois se a escola não tem subvenção nem isenções, como ela pode manter a qualidade de seu ensino sem a devida arrecadação?

Marcos Marques de Oliveira

“No jornalismo, por exemplo, não sabemos de nenhuma escola, no país, que tenha disciplina voltada para o exercício no terceiro setor. Para trabalhar neste segmento o profissional deve conhecer a sua natureza, como sobrevive, qual a linguagem que utiliza, o que gera, enfim… Não basta o que oferecem hoje as faculdades de Comunicação. O jornalista interessado em atuar nesta área deveria, no mínimo, saber o que a diferencia das outras e quais os seus potenciais. Do contrário, onde as instituições buscarão profissionais de comunicação para atender às suas necessidades?” (Observatório n? 80).

Informo à ilustre articulista que existe, sim, uma escola no Brasil que trata da relação dos jornalistas com o terceiro setor: é a PUC-SP, em seu programa de pós-graduação lato sensu de Jornalismo. Confira os cursos:

Jornalismo Social

Sextas, 19h30 às 22h30 e sábados, 9h às 12h

Jornalismo Institucional

Quintas e sextas, 19h30 às 22h30

Informações: 387-33155 ou 262-8906 ramal 205 ou site <www.cogeae.pucsp.br>

Margarethe Born Steinberger, professora e coordenadora

Há tempos quero falar sobre a coluna do Luís Nassif no caderno Dinheiro. Eu fico impressionado como divaga este rapaz. Ele é um saudosista nato. Acho que é importante nos servirmos de experiência e fatos passados para compararmos e analisarmos melhor os fatos presentes, mas ele faz um certo exagero. Sem contar que quando ele se propõe a falar sobre um determinado assunto se utilizando do passado para explicar o presente consome 2 terços de seus parágrafos em torno de relatar experiência passada, até que volte a falar do que se propôs. Pesquise na Folha e faça a estatística. Ele sempre começa com coisas do tipo: “Em 1957… quando naquela época o governador era… a minha tia, que conhecia o embaixador… na metade dos anos 70…” E assim vai.

No final das contas fico em dúvida: de que mesmo ele está falando? Também ocorre com freqüência ele falar sobre assuntos que nada tem nada a ver com a proposta do caderno. Leia a matéria do dia 21/11/99, intitulada A voz do morro. Agora me diz, o que essa matéria tem a ver com o caderno?

Que ele é do meio artístico musical, tudo bem (e nem todos sabem), então, que ele dirija esse tipo de redação para o caderno adequado. Eu até gostei da matéria, mas, ela está no caderno errado. Agora, se ele é um escritor inteligente (e é) que já deu muitas alegrias à Folha a ponto de ela dar um desconto a ele e não falar nada quando se depara com coisas desse tipo, aí é outra história… já não está mais aqui quem falou. Só lamento ter que pagar por isso quando compro a Folha.

Enviei esse comentário à Ombudsman da Folha, reiterei e não obtive resposta.

Gilvan Ferreira Ximenes, Brasília

Meu nome é Célia Cristina, de Osasco, São Paulo. Como Roberto Medeiros, achei um horror total a matéria exibida pelo senhor Fantástico, destacando os rapazes do Mengão e aquelas, digamos, mocinhas. Às vezes me parece que os senhores da mídia deste país acham que o povo brasileiro é totalmente idiota e desinformado, que apenas queremos ver na TV um montão de porcarias. Mas não é bem assim, ainda existem pessoas que “pensam” e portanto querem ver e ouvir “informação”, a melhor possível.

Chega de incentivo à violência e a porcarias na TV.

Célia Cristina

 

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Continuação do Caderno do Leitor

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