Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

NYT muda matéria

TELETIPO

Em menos de quatro dias, o New York Times publicou duas matérias radicalmente diferentes sobre uma passeata contra a guerra em Washington. Em 27/10, um dia após a marcha, uma nota dizia que o número de manifestantes era bem menor do que o esperado pelos organizadores. Na verdade, estes esperavam reunir 20 mil pessoas, e 100 mil compareceram, na estimativa da polícia. Três dias e muitas reclamações de leitores depois, o jornal publicou nova reportagem, mais extensa, afirmando que a presença de tanta gente "surpreendeu até os organizadores do evento". Segundo Greg Mitchell e Dave Astor [Editor & Publisher, 1/11/02], os críticos de mídia levantaram diversas teorias para explicar a correção, desde preguiça na apuração até uma tentativa editorial de "compensar" a inclinação liberal do jornal.

O Parlamento russo está votando uma nova lei que dá às autoridades mais controle sobre a cobertura jornalística de crises como a invasão do teatro de Moscou por guerrilheiros chechenos. O Kremlin irritou-se com alguns veículos de comunicação que o acusaram de falhar nas negociações com o grupo antes de jogar o gás que matou 117 reféns. Conta a Reuters [1/11/01] que as novas regras impedem a mídia de divulgar informação sobre o armamento e a tecnologia usados em operações anti-terroristas, além da propaganda de rebeldes: durante o cerco ao teatro, a rede NTV não pôde divulgar a fala do líder guerrilheiro Movsar Barayev. O ministro da Imprensa alegou que o ataque demonstrou a necessidade de uma nova legislação.