Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

O Globo

QUALIDADE NA TV

TV PAGA

"TV por assinatura teve desempenho bom em 2000", copyright O Globo, 11/4/01

"O setor de TV por assinatura no Brasil cresceu ano passado 15% em relação a 1999 e fechou a temporada com 3,4 milhões de assinantes contra 2,9 milhões em dezembro de 1999. Os números foram apresentados ontem pelo diretor-presidente da ABTA (Associação Brasileira de Telecomunicações por Assinatura), Moyses Pluciennik, que informou ainda que o faturamento passou de R$ 1,9 bilhão para R$ 2,1 bilhões.

Segundo Moyses, o crescimento no setor se deu pela retomada da economia do país. Em 2000, foram investidos R$ 915 milhões na indústria de TV por assinautura, enquanto em 99 foram R$ 300 milhões. A expectativa do presidente da Abta é de que o setor cresça este ano em torno de 15%.

Na próxima segunda-feira, o Ibope apresentará a primeira medição de audiência da TV por assinautra. Moyses acredita que isso vai ter efeito positivo no setor publicitário."

"TV paga investe mais e volta a crescer forte em 2000", copyright Valor, 11/4/01

"O mercado de TV por assinatura parece ter reencontrado o caminho do crescimento depois de atravessar dois anos de crise. Segundo o balanço da Associação Brasileira das empresas de TV por Assinatura (ABTA), a base de assinantes apresentou um aumento de 17% em 2000, passando de 2,9 milhões para 3,4 milhões de clientes em todo o país. O resultado supera o ritmo de crescimento registrado em 1998 e 1999, que acumularam uma expansão da base de apenas 15,1% nos dois anos. ?Ficamos quase estagnados, pois as empresas vinham se adequando às novas tecnologias quando a desvalorização cambial prejudicou a capacidade de investimentos e retraiu o consumo?, diz Moyses Pluciennik, presidente da associação. Embora empresas como DirecTV e Sky, que usam o sistema de transmissão Direct to home (DTH), tenham obtido bom crescimento em 1998, o mercado permaneceu – como ainda permanece – dominado por concorrentes baseados em tecnologias como o cabo e a antena parabólica (MMDS), que não registraram aumentos sensíveis no número de clientes no período. E depois da desvalorização cambial, todo o setor foi atingido.

A reversão desse quadro, segundo o presidente da ABTA, deve-se primordialmente ao reaquecimento da economia. ?Vendemos um bem não essencial que se torna incompatível com as prioridades da população em momentos de instabilidade econômica ? , opina .

Outro elemento que impulsionou o mercado de TV paga no ano passado foi a concessão de cerca de 400 outorgas a novos concorrentes. A corrida para consolidar as operações gerou R$ 915 milhões em investimentos, três vez mais do que os R$ 300 milhões aplicados no setor em 1999.

Como as companhias ainda não estão em operação, o reflexo em faturamento foi pouco significativo. O mercado movimentou em 2000 R$ 2,1 bilhões, sobre R$ 1,9 bilhão faturado no exercício anterior.

Para as operadoras de sistemas pagos de TV, o que mais importa, no entanto, é o crescimento do volume de assinantes. Tanto que as grandes companhias conseguiram atrair mais clientes no ano passado com pacotes mais populares de programação, oscilando entre R$ 25 e R$ 30 ao mês. ?O mercado buscou alternativas para não perder assinantes e conseguiu um bom resultado, aproveitando a retomada do consumo?, diz Moyses.

Até 2003, a expectativa da ABTA, que reúne mais de 200 empresas do segmento, é de manter uma taxa de crescimento entre 10% e 15% ao ano. ?Isto se o PIB brasileiro mantiver um crescimento anual entre 3,5% e 4%, seguindo as atuais projeções?, ressalta Moyses.

Em outra frente, mais voltada às empresas de programação de canais, a TV paga também conquistou um importante avanço no ano passado. Praticamente inexistente dentro do mercado publicitário brasileiro desde seu surgimento, a mídia conseguiu um crescimento de 112,8% no faturamento com anúncios no ano passado, movimentando R$ 171,5 milhões. Ainda assim, a cifra é muito pequena e representa apenas 1,7% de todo o bolo publicitário nacional que, no ano passado, foi de R$ 12,87 bilhões.

A estimativa do mercado é de que a TV paga poderá chegar a uma participação de até 5%, próxima à do rádio, quando as pesquisas de audiência e qualificação de público estiverem consolidadas. Por enquanto, a TV aberta reina absoluta, com faturamento de R$ 5,5 bilhões 56,1% de participação."

"TV paga: lendo os primeiros dados do Ibope", copyright Jornal da Tarde, 12/4/01

"O dado mais interessante da pesquisa de audiência da tevê a cabo no Brasil, feita pelo Ibope, é que a maior parcela do público usuário é infantil: 24%.

Como interpretá-lo? Entre outras análises possíveis, ele indica que a programação infantil da tevê aberta comercial não satisfaz ao público a que se destina – nem aos pais, supondo-se que estes procurem dar aos filhos o melhor possível. Mas somente os pais que podem pagar pela programação, que são os das classes A e B, pois os das classes C e D têm de agüentar as loiras dos canais abertos, vendedoras de bugigangas como disquinhos, brinquedos, xampus, cremes, iogurtes, guloseimas, vídeos. Embora a tevê a cabo exista em apenas 8% dos lares, o dado é um sinalizador seguro, um indicativo como o de qualquer pesquisa de opinião ou de mercado.

Se juntarmos a esse dado os 16% que são ligados nos seriados americanos (o Sony é o maior especialista) e se considerarmos que esses seriados são vistos por grande número de jovens e adolescentes, teremos que o sistema de tevê por assinatura tem público muito jovem, na média.

Outra informação interessante da medição feita pelo Ibope: quem paga para ver tevê, assiste principalmente à tevê aberta, que é grátis, na proporção de dois terços para um terço, ou seja: vê tevê aberta em 73% do tempo e tevê fechada em apenas 27% do tempo. Sinal de que a tevê paga também não satisfaz inteiramente ao seu público. Ou de que a tevê aberta satisfaz o público e os canais fechados seriam um mero complemento. Coisa ?para quem pode?, um luxo.

Ou, ainda, sinal de que o público está tão ligado no star system brasileiro que fica perdido quando não vê caras conhecidas ou histórias e sons em que se reconheça. Televisão faz companhia e muitos preferem a de gente de casa.

Observa-se uma proporção entre a ?televisão do povão? (92% dos lares brasileiros) e a renda dos mais pobres, divulgada na semana passada pelo IBGE; entre a ?televisão dos ricos? (8% dos lares) e a renda dos 10% mais ricos do País. Uma interpretação possível é de que as operadoras vão ter de baixar os preços das assinaturas para conquistar mais público.

E, por fim, a constatação de que os anunciantes terão alvos muito mais precisos para atirar, na guerra dos mercados. A classe é a dos mais ricos e o público é mais jovem. Os assinantes vão pagar para ver mais anúncios.

Físico

Duas boas matérias sobre o físico no último Fantástico. Uma sobre gordura humana, no início do programa. A preocupação é internacional. A obesidade é doença. A prevenção tem de começar na infância. A tendência da alimentação internacional não ajuda. Nas grandes cidades brasileiras, o problema já é visível. Foi uma boa matéria de alerta.

Fechou o programa uma matéria sobre as mulheres turbinadas (na verdade, recheadas) e o gosto masculino. Pauta bem-humorada. A repórter achou uns dois que curtem o visual, mas a maioria prefere o natural, sem recheio. Um, radical, fez cara de repulsa espontânea ao imaginar-se apalpando um seio estofado. Serve também de alerta.

Mulheres

Revelador o documentário Mulheres – A História Íntima, apresentado pelo GNT na última segunda-feira. Faz uma panorâmica do comportamento sexual dos primatas e depois fixa-se na mulher. Cenas surpreendentes do colo do útero no momento da ejaculação masculina procuram mostrar o que acontece no interior do corpo da mulher durante o ato sexual. O trabalho discute uma hipótese polêmica sobre a função biológica do orgasmo feminino, baseada na premissa de que a mulher foi, como as primatas, promíscua na busca da fecundação e conservação da espécie. Mais parceiros garantiriam a fecundação em cada período fértil. E o orgasmo desencadearia a limpeza do canal vaginal. Atentem para a reapresentação do documentário."

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