Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1280

O Herald é que paga

ANÚNCIO DE ISRAEL

O Líbano pretende processar o International Herald Tribune pela publicação de um anúncio pró-Israel. O promotor Adnan Addoum tomou a decisão após consultar o ministro da Informação, Ghazi Aridi. O comercial ? pago pela Liga Antidifamação, organização americana que monitora o anti-semitismo ? foi impresso na página 7 sob o título "Israel, estamos com você. Agora mais do que nunca", acusando palestinos de uma "campanha cruel de terrorismo".

Sob leis locais, publicações estrangeiras que circulam no país não podem publicar propaganda de Israel, país com quem o Líbano está tecnicamente em estado de guerra. As acusações contra o IHT podem incluir danos contra o sentimento nacional, publicação de propaganda de um estado inimigo e violação do boicote árabe a Israel. A punição pode ser uma multa de até um milhão de libras libanesas (US$ 666) ou prisão para o representante local se houve intenção de insultar. O IHT, sediado em Paris, publica edições em varias cidades do mundo, e está no Líbano desde julho graças a um acordo de distribuição com o jornal em língua inglesa Daily Star (que vem inserido dentro da edição local). Para o publisher do Star, Jamil Mroue, "o governo e as autoridades libanesas têm um argumento" válido: o jornal pode ter desrespeitado a lei local, mas não houve intenção de ofender.

O Star, que tem independência editorial do IHT, publicou editorial dizendo que "o anúncio ilustrava a natureza desequilibrada do front de propaganda do conflito árabe-israelense", argumentando que os árabes devem organizar uma campanha para explicar seu ponto de vista e retrucar aos anúncios judeus. No dia seguinte, no entanto, o jornal decidiu suspender a circulação do IHT por um dia por causa da reimpressão do anúncio. Apesar de pressões ocasionais, a imprensa libanesa é uma das mais livres do Oriente Médio. Informações de Zeina Karam [AP, 10 e 11/4/02].

CINEMA INDIANO

Poucos dias após a entrega do Oscar nos Estados Unidos, a indústria de cinema mais produtiva do mundo ? a indiana, que lançou 1.013 filmes em 2001 ? promoveu festa para premiar suas melhores obras. Na terceira edição, o India International Film Awards, realizado em resort na Malásia, reuniu grandes astros e estrelas e mobilizou telespectadores em mais de 100 países.

Lagaan, que havia sido indicado para Oscar de melhor filme estrangeiro, foi agraciado com os prêmios de melhor filme e melhor direção, e seu protagonista, Aamir Khan, com o de melhor ator. Na história, Khan interpreta um rapaz de vilarejo que desafia colonizadores britânicos em jogo de críquete. A emocionante partida é decidida no último lance, e o resultado não é difícil de se imaginar. O prêmio de melhor atriz ficou para Tabu, que estrelou Chandni Bar, filme sobre a vida de garotas em bar de Bombaim.

A festa foi realizada na Malásia para estreitar as relações entre os dois países, já que os malaios representam grande público para os filmes de Bombaim. As edições anteriores aconteceram em Londres e Sun City, na África do Sul.

O cinema indiano tem atraído mais público desde que começou a ir além do melodrama e de histórias irreais. "O mundo começa a perceber que não fazemos só filmes de música e dança", disse Amitabh Bachchan, ícone das produções de Bollywood, à Reuters [6/4/02].