Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

O olho dos anunciantes

TELETIPO

A TV aberta Mountain View, da Califórnia, EUA, anunciou no dia 4 acordo com a Predictive Networks, companhia de tecnologia de marketing, para a construção de um sistema de operações que permitirá aos publicitários enviar propaganda a um público-alvo com base nos programas assistidos por essas pessoas. A tecnologia terá também um mecanismo que determina quem está em frente à TV, a partir da forma com que o controle-remoto é manuseado. Segundo Stefanie Olsen [Cnet News.com, 5/6/01], a intenção é levar ao consumidor anúncios de acordo com seu gosto pessoal. Executivos da indústria acreditam que a estratégia pode atrair anunciantes e operadoras a cabo, e garantem que a privacidade do telespectador será mantida, pois os dados coletados para formar cada perfil são estritamente baseados em seus hábitos em frente à TV; nenhuma informação é fornecida pela própria pessoa.

Com o acirramento da batalha entre diferentes empresas para promover serviços de internet rápida, os gigantes da TV a cabo estão apelando para a tática defensiva de não vender tempo de propaganda às companhias telefônicas que promovem o DSL, tecnologia que permite conexão rápida por telefone e compete com o cable modem. Não há lei que proíba essa seleção, mas ela está preocupando advogados de consumidores. Segundo eles, a medida torna a concorrência desleal, já que essas grandes companhias já são privilegiadas por isenções do governo. As alternativas ? que são as estações de TV locais ? atingem um público que não é alvo potencial do marketing do produto. A União de Consumidores anunciou que pretende pedir à Comissão Federal de Comércio que investigue o caso.

Embora a falta de anunciantes esteja gerando cortes em toda a mídia americana, inclusive na seção online do New York Times, a empresa ainda acredita que deva continuar a investir em novo meios, disse Dan Fost [San Francisco Chronicle, 6/6/01]. Iniciativas na área digital ? como o ambicioso projeto Abuzz, que pretendia criar uma comunidade online na qual leitores compartilhariam informações ? foram abandonadas, mas a empresa continua a dar grande valor à presença na web. Para os repórteres, o site é uma forma de garantir que seus furos sairão primeiro; para os executivos, ajuda na venda de assinaturas ? aproximadamente 50 mil, no ano passado, e 7 mil por mês, este ano ? e no fortalecimento da marca Times. Michael Oreskes, editor-assistente de notícias eletrônicas da companhia, disse que a internet continua a representar o futuro. "Não temos escolha", disse ele. "Temos que ir para a web, para a TV, para o rádio. Para manter a audiência, você tem que alcançá-la onde ela quer ser alcançada."

    
    
                     

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