Thursday, 18 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1283

O pretzel que rodou o mundo

GEORGE W. BUSH

A imprensa internacional se esbaldou com o acidente de George W. Bush com um pretzel. Não faltaram especulações e piadas sobre o engasgo do presidente, que já não tinha fama de muito inteligente.

No diário grego To Vima noticia-se que "George Bush tentou saborear o biscoito com sua atenção voltada para um jogo de futebol americano ? uma combinação de ações que, ao que parece, mostrou-se difícil". O jornal britânico conservador Daily Telegraph disse que o ocorrido mostra que Bush é um "homem do povo". "Ele se mostrou, mais uma vez, em completa sintonia com gostos e instintos do povo que lidera", elogia o editorial. Bush não escapa, todavia, de ter sua perspicácia questionada: "É exatamente o tipo de acidente que acomete Homer Simpson."

O Independent classifica o caso como uma história "difícil de engolir". "Ele foi envenenado? Será que o estresse da guerra ao terror, junto com a necessidade de esquivar-se da inquisição sobre a falência da Enron ,de seu amigo Ken Lay, o venceu?", especula o jornal. Segundo Marjorie Miller [New York Times, 16/1/02], os jornais russos se abstiveram de maiores comentários, talvez influenciados pelo clima sombrio do governo Putin. O diário Komsomolskaya Pravda, cientificamente, publicou um diagrama anatômico, no qual uma estrela indica o ponto em que o pedaço de biscoito teria parado.

Enquanto o jornal francês Le Progres chegava à conclusão de que os americanos têm "uma relação complicada com comida", a popular revista alemã Bild levantou uma suspeita inquietante: "O problema do presidente com o álcool voltou a se manifestar?"

 

MONICA LEWINSKY

Um clima hostil se instaurou na coletiva de lançamento do novo filme da HBO sobre Monica Lewinsky. A ex-estagiária de Bill Clinton foi acuada com perguntas agressivas. No documentário "Monica in black and white" (Monica em preto-e-branco), que vai ao ar em março na TV a cabo, ela responde a perguntas de estudantes universitários. Segundo Greg Braxton [Los Angeles Times,18/1/02], a idéia era esclarecer equívocos sobre o caso que ela não queria que permanecessem.

Contudo, o filme foi deixado de lado pelos repórteres, que a pressionaram perguntando por que ela voltava a chamar atenção para o caso. E ficou perturbada ao lhe perguntarem por que, em sua opinião, os americanos consentiram que Clinton continuasse presidente mesmo tendo conduta moralmente inadequada. Em seguida, quiseram saber quais equívocos ela queria consertar. Monica Lewinsky desabafou: "Que busquei fama, seduzindo o presidente e depois estimulando-o para que tudo isto pudesse acontecer, para que eu pudesse aproveitar isto, para que depois pudesse causar uma confusão no país, e depois ganhar milhões e milhões de dólares, e continuar perpetuando minha fama, e me aproveitar fazendo o máximo disto. Enfim, que sou estúpida!"

A certa altura, a ex-estagiária virou-se para Sheila Nevins, executiva da HBO, e disse: "Pensei que havia dito que eles seriam legais", ao que obteve como resposta: "Eles estão sendo legais. Você devia vê-los quando não são legais."