Edição de Marinilda Carvalho
Apenas um leitor, Dioclécio Luz, comentou o episódio, mas na minha opinião o fato midiático mais impressionante deste início de ano foi o tratamento dado pela imprensa, especialmente a americana, ao affair internacional criado em torno do menino cubano disputado como troféu político pela reacionaríssima colônia cubana em Miami. Ainda bem que o governo americano não está entrando nesta maluquice, e quer devolver logo o garoto.
Mas Dioclécio faz uma pergunta interessante: “E se fosse o contrário?”
Nem quero imaginar o que aconteceria se um menino americano ficasse dias em Cuba sendo literalmente comprado. A mídia faria um escarcéu. E daria início à terceira guerra mundial.
Um abraço, boa leitura.
Sobre ACM-IstoÉ: quero mais!
1. Por que o acordo ACM-Veja acabou em 1998?
2. Truculência à parte: o aniversário aconteceu ou não?
Infelizmente, somos muitas vezes obrigados a acreditar naquilo que o papel diz sem que haja um senso crítico de nossa parte, porque quase sempre as matérias nos induzem a pensar o que o repórter quer. E eles são tão repetitivos que acabamos aceitando algumas coisas como se fossem verdades. Gostei de ler o Observatório porque mostra o duplo sentido que uma matéria pode ter.
É impressionante o número de comerciais em televisão, revistas, jornais e rádios que falam na entrada do Novo Milênio. Será que eles estão falando da entrada em 2001? Não. Eles estão falando simplesmente na entrada do ano 2000, o que não corresponde à tão falada virada do milênio. É muito simples: um ano tem 12 meses, logo a virada do ano é ao fim desses 12 meses. Um século tem 100 anos, logo a virada do século é ao fim desses 100 anos. A virada do milênio só vai ocorrer ao fim do ano 2000. Toda essa festa deve ser porque o número 2000 é bonitinho…
Gostaria que fosse analisada a atitude da Embratel, recentemente privatizada e comprada pela MCI americana, em cortar a transmissão do sinal da TV Cultura.
Rubem Leite Barretto Junior, Campinas, SP
O curso de Jornalismo da UFSC assinou convênio com a RBS, que os senhores devem conhecer muito bem. A partir do ano 2000 passará a ser oferecida uma disciplina chamada Cátedra RBS. Acho que vale a pena questionar como este tipo de experiência interfere na formação do aluno.
Queremos convidá-los a participar da votação extraoficial do Prêmio Esso de Fotografia de 1999. No prêmio passado, houve muita controvérsia quanto ao resultado oficial. Neste ano, parece não haver tanta mas discute-se a presença de uma das fotos entre as três finalistas. Os sites da Associação Brasileira de Imprensa e do Observatório da Imprensa têm as mesmas dúvidas quanto ao critério do prêmio. Participe escolhendo sua foto preferida e justificando seu voto no site Photosynthesis, em <www.photosynt.net/ano2/especial/esso99/esso99.asp>
Nota do O.I.: O fotógrafo Marco Terranova, do JB, conquistou o Esso 99.
Sei que diante de tanta bandalheira e de tanta sem-vergonhice, o que relato deve parecer até ingênuo. Acontece que é uma obrigação dos jornalistas (ademais de ser obrigação de todo cidadão que preza a sua língua pátria) escrever corretamente o português. E há tempos observo na seção de classificados da página eletrônica do Jornal de Londrina o item “excurção”.
Se uma palavra tão usada é grafada assim, o que esperar das complicadas?
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