THE WASHINGTON POST
Nas últimas semanas, os jornais Los Angeles Times e New York Times deram na primeira página a história de que o governo Bush pediu aos militares a preparação de planos de contingência de uso de armas nucleares contra países como China e Coréia do Norte. O assunto foi parar em programas de TV e gerou reações em todo o mundo.
Segundo o ombudsman Michael Getler (17/3/02), o Washington Post recebeu muitas críticas de leitores por não dar semelhante destaque ao caso. ?O que diabo seus editores estão pensando quando enterram uma matéria desta importância dentro do jornal??, perguntou um e-mail indignado. Outro leitor acusou o Post de tratar a história como se não fosse grande coisa. ?Mas é. Embora o governo diga que é um planejamento de rotina, a mudança de postura prevê o desenvolvimento de novas armas táticas, o uso de armamento nuclear em países que não as tem e a possível continuação de testes nucleares?, escreveu Getler.
Apesar de observar que as matérias foram cuidadosamente contextualizadas, Getler acredita que os leitores não podem ser culpados de sentir que o Post subestimou o assunto. A ironia é que Walter Pincus, um repórter veterano do jornal, foi um dos primeiros a tratar da história, já em dezembro. Embora um editorial sugira que os outros veículos exageraram o caso, acaba por admitir que os novos planos de Bush são ?preocupantes?; por isso, diz o ombudsman, o caso merecia em algum momento figurar na primeira página.