Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Os dois rios que se cruzam

DEVER DE CLASSE

Luísa Santos Pinto Santiago (*)

Quais são as barreiras para a informação? Certamente haveria resposta para essa pergunta, alguns anos atrás. Poderia ser "a lentidão dos meios", ou "o pequeno alcance às massas", ou qualquer outra barreira que, de fato, existia, impondo limites à comunicação.

Existia!

Hoje em dia não há fronteiras para a informação. Não foi mais um meio de comunicação que fez isso. Foi o meio de comunicação ? o telejornalismo ? que rompeu essas barreiras. Atualmente, não há tempo existente entre o acontecer de um fato e a circulação da notícia desse mesmo fato, bem como de discussões acerca dele.

Tomemos como exemplo a crise argentina. Meia dezena de homens vestiram a faixa presidencial no tempo recorde de 12 dias. Ao mesmo tempo em que isso acontecia, do lado de fora da Casa Rosada, a população se revoltava e participava das posses e renúncias dos, então, presidentes.

O mundo todo acompanhou apreensivo as cinco "vestidas" e "retiradas" da faixa presidencial. Ao mesmo tempo, todos viram, também, os motins e as barricadas nas ruas de Buenos Aires. Por quê? Porque lá havia câmeras de TV! Como, em outros tempos, notícias tão rápidas, que se anulam umas às outras, da noite para o dia, poderiam manter-se atualizadas dessa forma? Tudo culpa do telejornalismo!

Tempo contado

Mas… O homem nunca está satisfeito com o que cria, e quer sempre aperfeiçoar a própria criação, ou inventar coisas novas para substituí-las. Ainda bem que somos assim!

O "filhote" do telejornalismo convencional veio trazer ainda mais agilidade e alcance à informação. O telejornalismo online, em vez de apenas informar com velocidade e precisão, como ocorria pela televisão, faz tudo isso e ainda interage com o telespectador. É isso mesmo. A internet é a nova geração da televisão e, por isso, o telejornalismo online é a nova geração do telejornalismo.

Ocorre mais ou menos assim: se antes sentávamos em frente a uma televisão e ouvíamos os repórteres dizendo o que estava acontecendo no mundo todo, hoje, depois do advento do telejornalismo online, sentamos em frente a um computador e participamos da notícia. Podemos dar a nossa opinião, tirar dúvidas e até mesmo corrigir, se acharmos que algo está sendo informado errado!

O telespectador deixa de ser apenas um observador e passa a fazer parte da notícia. Nada mais justo, afinal, todos aqueles que se tornam notícia, na televisão, são também telespectadores de outros que viram notícia. Ufa! É mais ou menos por aí. O ritmo dos fatos no mundo está cada vez mais acelerado; a informação tem que acompanhar esse ritmo. Mais e mais pessoas envolvem-se ativamente, cada vez mais, nos fatos relevantes; mais e mais telespectadores têm que envolver-se ativamente, cada vez mais, na informação.

É dessa forma que o homem percebe que nunca alcançou seu limite e pode sempre melhorar. E é por isso que se pode dizer claramente que o telejornalismo é, sim, um meio de comunicação eficiente; mas tem seu tempo contado. Em breve, sua versão online tomará conta de seus telespectadores, e depois ainda surgirão aperfeiçoamentos dela e outras inovações que tomarão seu lugar. E assim sucessivamente, até onde a mente humana for capaz de chegar.

(*) Estudante de Jornalismo