Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Para entender a polêmica sobre a Comissão de Jornalismo


Com muita surpresa encontrei, na seção Diretório Acadêmico da edição número 67 do Observatório, manifestação do professor Fernão Ramos sobre proposta de criação de um curso de graduação em audiovisual no Instituto de Artes da Unicamp.

Como membro da comissão oficialmente constituída pelo Departamento de Multimeios da Unicamp para elaborar uma proposta de curso de graduação na área de comunicação, sinto-me na obrigação de esclarecer que o documento apresentado no site não representa a posição oficial da universidade, tratando, até onde me foi dado conhecer, de proposta isolada do referido professor. Em sentido um tanto diferente da posição apresentada na manifestação do professor, os trabalhos da referida comissão, já aprovados pelo conselho departamental, indicam a formação de um curso de comunicação visando a formação de profissionais de gestão de processos e negócios na área, dirigida ao mercado. É certo que, por força da vocação histórica do Departamento de Multimeios, a proposta de curso tem ênfase nos meios audiovisuais, sem, entretanto, sequer passar perto da idéia de subordinação do “universo da Comunicação (…) à dimensão dos Multimeios”.

Ao contrário ainda da manifestação divulgada, a atual proposta de curso de graduação em Comunicação procura se distanciar da linha seguida pelo curso de pós-graduação que atualmente abrigamos. O curso de pós-graduação em Multimeios foi, sem dúvida alguma, uma proposta bastante inovadora e acertada na época de sua criação, mas, infelizmente deve ser dito, seu desenvolvimento trilhou caminhos inadequados, fato seguidamente apontado nas avaliações da Capes, necessitando de imediata e profunda reformulação, não constituindo, portanto, a melhor referência para a criação de um novo curso de graduação.

Sem querer me alongar mais sobre o assunto, aproveito a oportunidade para parabenizar a todos os envolvidos nesta magnífica iniciativa que é o Observatório da Imprensa. Atenciosamente,

Prof. Hélio Lemos Sôlha, DMM/IA/Unicamp

 

As polêmicas são sempre enriquecedoras. E quanto mais quente o debate, melhor para todos nós, apreciadores dos usos civilizados da inteligência.

Não sei se cabe nos propósitos do Observatório, mas gostaria de fazer uma sugestão que pode contribuir, no mínimo, para juntar mais alguma lenha à boa fogueira que brilha nesta fria noite junina: que tal contar um pouco da história (ou da experiência acadêmica) do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina?

Criado em 1979 como Curso de Jornalismo, nunca teve outras habilitações, e sempre inovou (turmas com 12 alunos, mais de um professor por sala, disciplinas práticas já no primeiro ano e tantas outras “novidades”). Antes mesmo de ser reconhecido, já figurava no ranking das dez “melhores” escolas (era feito pela revista Playboy, mas o que fazer…). Apesar da natural mudança em seu corpo docente ao longo dos anos, sempre foi um foco de resistência do ensino do Jornalismo. E sempre teve muitos jornalistas como professores.

Agora, como em tantas outras polêmicas anteriores, professores do Jornalismo da UFSC aparecem e põem a cara a bater. Não seria, portanto, interessante mostrar um pouco mais desse “ninho” de polemistas? O que fazem eles com a escola que têm “nas mãos”? E o que a escola faz com eles, para que defendam tais posições? Quais as atividades jornalísticas a que os alunos têm acesso? Enfim, é possível ensinar Jornalismo?

Esclareço que sou parte completamente interessada e que esta sugestão não tem nada de gratuita: fui professor lá em várias ocasiões (saí da UFSC em 1994) e acompanho interessadamente, embora à distância (moro em São Paulo há quatro anos), o que ocorre no Curso porque meu filho mais velho pretende ser jornalista e escolheu a UFSC para estudar.

Espero que a sugestão seja pelo menos avaliada (ainda que o sugeridor seja completamente suspeito). Um abraço,

Cesar Valente, jornalista

 

Caro Luís Alberto Scotto:

Sou estudante de Jornalismo e realmente me sinto como uma anedota. A faculdade de Jornalismo roubou um tempo precioso de minha vida. Dia 13/6 farei o provão pensando: “Será que alguma coisa vai mudar?” Termino a faculdade este ano, faltou aprender técnica, faltou aprender teoria. Concordo quando meu diretor, Clóvis de Barros Filho, diz que a faculdade precisa formar cabeças pensantes, e não técnicos em Jornalismo. Mas hoje corro atrás do atraso, para recuperar tudo que não aprendi. Sinto ainda pelos professores que reprimem os alunos por falta de competência; são poucos os que mostram as provas e conseguem explicar as notas, deixando clara a falta de critério. Fico à disposição para debater o tema.

Luciana Melara

 

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