Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Patrícia Campos Mello

TRUMP SHOW

“Trump quer fazer ‘reality show’ de emprego no Brasil”, copyright O Estado de S. Paulo, 7/1/04

“O megaempresário americano Donald Trump quer trazer para o Brasil o reality show The Apprentice (O Aprendiz), que mostra 16 concorrentes disputando um emprego de US$ 250 mil anuais no império de Trump. O seriado estréia na rede de televisão americana NBC amanhã.

O sócio brasileiro de Trump, Ricardo Bellino, começou a conversar com emissoras nacionais para fazer uma versão local do programa, que poderá se chamar O Aprendiz.

?Num país como o Brasil, com o desemprego do jeito que está, teríamos com certeza mais de 2 milhões de candidatos querendo participar do programa?, diz Bellino. Em junho, um concurso para a vaga de gari, com salário de R$ 280, atraiu uma multidão de 30 mil candidatos no Rio de Janeiro. ?Imagine um salário anual de R$ 100 mil?? pergunta Bellino. Nos Estados Unidos, o programa atraiu 215 mil candidatos.

O produtor do The Apprentice é Mark Burnett, responsável pelo hit Survivor, que no Brasil foi batizado de No Limite. ?O Survivor era sobrevivência na selva e o The Apprentice será sobrevivência na selva de pedra?, diz Bellino.

Os competidores selecionados para o reality show americano formam um grupo eclético ? têm de 21 a 36 anos, e incluem desde um administrador de investimentos com MBA em Harvard e um ex-assessor da Casa Branca, até um ex-gerente da FedEx e um dono de uma rede de casas de massagem terapêutica.

Nos 15 episódios, os oito homens e oito mulheres participam de tarefas onde precisam mostrar esperteza, habilidade para vender e muito jogo de cintura.

No primeiro programa, por exemplo, cada um ganha US$ 250 e precisa se virar para montar uma barraquinha de limonada em plena Nova York ? quem vender mais até o final do dia, ganha. Os candidatos que não cumprem bem suas tarefas precisam se explicar para seu ‘patrão’ ? Trump em pessoa ? que ‘despede’ um concorrente ao fim de cada episódio.

Na versão brasileira, segundo Bellino, o vencedor ganharia um emprego na Trump Realty Brasil e poderia fazer um estágio em Nova York. O reality show brasileiro teria a participação de Trump na ?eliminação? dos candidatos a emprego, como no seriado americano.”

 

“Há vagas: paga-se salário de R$ 750 mil/ano”, copyright Folha de S. Paulo, 11/1/04

“Donald Trump está agitado. São duas da tarde da última quinta-feira, dia 8, em Nova York, e o empresário espera ansioso a estréia de ?The Apprentice?, programada para as 20h30 daquela noite.

O primeiro episódio ainda nem tinha ido ao ar na TV dos Estados Unidos, e o empresário já imaginava como deve ser a versão brasileira do ?reality show?, que foi batizada provisoriamente de ?O Aprendiz?.

?Usaremos o modelo de ?Survivor?, que depois do sucesso nos EUA foi licenciado e vendido para outros países [no Brasil, serviu de base para ?No Limite?, exibido pela Globo em 2001]?, afirmou o megaempresário norte-americano de 57 anos em entrevista exclusiva à Folha, por e-mail.

Segundo Ricardo Bellino, presidente da Trump Realty Brazil, o SBT foi a primeira emissora brasileira a demonstrar interesse pelo programa.

?Rodrigo Navarro, diretor de novos negócios da emissora, nos procurou assim que soube que queríamos fazer uma versão do programa no Brasil?, afirmou Bellino, que está estudando algumas propostas.

?O SBT deu o primeiro passo; depois, uma grande produtora parceira da TV Globo, cujo nome prefiro não revelar, também demonstrou interesse.?

Sua missão agora, diz o representante brasileiro de Donald Trump, é pesquisar a receptividade do público no país e o tamanho do mercado para o programa, e em seguida apresentar os resultados a Trump e ao produtor Mark Burnett.

?É preciso vender a idéia, seduzir a dupla?, justifica Bellino. ?Creio que será coisa grande, de lotar estádio de futebol com os candidatos.?

Nos Estados Unidos, os 16 participantes do programa de TV de Donald Trump foram escolhidos entre um grupo de 215 mil interessados, dos quais faziam parte desde administradores de empresa com mestrado na Universidade de Harvard e funcionários públicos até um dono de casa de massagem e um ex-assessor da Casa Branca.

A cada semana, aquele que mostrar menos jogo de cintura ou desperdiçar uma boa oportunidade vai ser ?demitido? pelo multimilionário. O candidato que sobrar levará como prêmio um emprego com salário de US$ 250 mil anuais em uma das empresas de Trump.

No Brasil, o empresário deve fazer o mesmo tipo de participação. O programa brasileiro terá também um apresentador, como ocorre nos EUA. ?Precisa ser uma pessoa com muito bom humor e que entenda de economia?, afirma o sócio brasileiro.

Com relação à barreira da língua, Donald Trump não vê dificuldades: ?Meu idioma é o dinheiro. E dinheiro é uma língua universal?.

Folha ? Quem o convenceu a fazer um ?reality show??

Donald Trump ? Mark Burnett, o criador do ?reality show? ?Survivor?, que virou uma das séries mais bem-sucedidas da televisão no mundo inteiro, teve a idéia de fazer ?The Apprentice? e me consultou a respeito. Gostei do conceito de um ?reality show? em que os candidatos têm de fato a oportunidade de ver como funciona o verdadeiro mundo dos grandes negócios.

Folha ? O vencedor de ?The Apprentice? vai ganhar um emprego com salário de US$ 250 mil por ano (aproximadamente R$ 750 mil) para trabalhar no seu grupo econômico. O sr. realmente precisava de mais funcionários em suas empresas ou vai ser apenas um ?benefício? do programa?

Trump ? O volume e a diversidade dos meus projetos estão constantemente em expansão. Eu sempre preciso de novos talentos, preciso de pessoas espertas e cheias de energia para trabalhar para mim.”

 

RECORD X GLOBO

“Record exibe propaganda ofensiva contra a Globo”, copyright O Estado de S. Paulo, 7/1/04

“A Record está exibindo uma propaganda que agride diretamente uma de suas concorrentes, a Rede Globo. O anúncio do jornal Folha Universal traz as imagens da sede da TV Globo no Rio com a sonora: ?O dinheiro público usado para financiar o Império?, como se fosse a manchete do jornal.

A imagem se refere a uma das reportagens da publicação ? que pertence à Igreja Universal do Reino de Deus, do mesmo dono da Record ? que acusa o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de deixar de investir recursos na área social do País para emprestar dinheiro para saldar as dívidas da Globo.

Apesar da Folha Universal e da Record fazerem parte do mesmo grupo de comunicação, a emissora garante que não tem nada a ver com o anúncio e que o mesmo foi pago pela publicação, como qualquer anunciante comum faz.

A rede ainda informa que a Folha Universal é um cliente e que freqüentemente anuncia as suas manchetes semanais nos breaks comerciais do canal.

A Globo, por meio de sua assessoria de imprensa, diz que o seu departamento jurídico não tomará providências contra a emissora, mas não sabe ainda o que fará a respeito da reportagem da Folha Universal. A emissora ainda lamenta que a reportagem tenha sido publicada sem que ninguém da emissora fosse procurado para se defender das acusações feitas.”

 

“Record pressiona Globo por Copa e Olimpíada”, copyright Folha de S. Paulo, 12/1/04

“A Record arma uma estratégia para tentar adquirir os direitos de transmissão da Copa de 2006 e da Olimpíada deste ano, hoje nas mãos da TV Globo.

Um executivo ligado à emissora esteve na Espanha, onde conversou com duas empresas especializadas em direitos esportivos. Uma delas será escolhida até o final deste mês para entrar na disputa em nome da Record. A decisão decorre de uma negociação emperrada com a Globo, iniciada em março de 2003, para parceria na transmissão dos dois eventos.

A Record estaria irritada com o fato de a Globo ainda não ter estipulado seus preços e condições. Com a aproximação dos Jogos Olímpicos, teme não ter tempo hábil para buscar anunciantes.

Nos bastidores, fala-se até em usar a consultora da Espanha para saber se a Globo realmente detém os direitos da Copa e se não haveria possibilidade de negociá-los com outra empresa ou com a OTI (Organização de Televisão Iberoamericana). Essa entidade deve à Record uma indenização de US 38 milhões por ter tirado a Copa da emissora em 1998.

A consultoria iria intermediar uma oferta da Record _com teto de US 80 milhões. Consultada pela Folha, a Central Globo de Comunicação afirmou que são da emissora os direitos de transmissão da Copa e que só ela poderia repassá-los a outras TVs no Brasil. A CGCom disse ainda que a Globo tem interesse em parcerias.”