MULHERES E JORNALISMO
Em 14 de setembro, começam a circular nos EUA selos com estampas de quatro pioneiras do jornalismo. As homenageadas pela empresa de Correios ? Nellie Bly, Marguerite Higgins, Ethel Payne e Ida Tarbell ? não se contentaram com as páginas de colunas sociais e suplementos femininos, destacando-se em áreas então dominadas pelos homens: o jornalismo investigativo e a reportagem política e internacional.
Randolph E. Schmid [AP, 20/8/02] conta um pouco da história destas mulheres: contratada pelo New York World ? de Joseph Pulitzer ? em 1887, Nellie Bly, em sua primeira matéria, chegou a simular problemas mentais e ser internada num manicômio para escrever sobre o tratamento dado às pacientes. Marguerite Higgins, chefe da sucursal do New York Herald-Tribune em Tóquio, cobriu a Segunda Guerra Mundial e as guerras do Coréia e do Vietnã, tornando-se a primeira mulher a ganhar o prêmio Pulitzer de reportagem internacional em 1951. Ethel Payne, conhecida como a primeira-dama da imprensa negra, combinou jornalismo e militância ao escrever sobre o movimento dos direitos civis nos anos 50 e 60 para o Chicago Defender. Já Ida Tarbell destacou-se pela longa investigação que resultou na série de reportagens sobre a companhia Standard Oil, publicadas de 1902 a 1904 na McClure’s Magazine; além de render processos contra a empresa de Rockfeller, levando-a à falência, a série foi considerada pela Universidade de Nova York um dos cinco principais trabalhos do jornalismo americano do século 20.