Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Por que (alguns) jornalistas se engajam?

ROBERT FISK

Marinilda Carvalho

Robert Fisk é britânico, tem 56 anos, 25 deles vividos no Oriente Médio. Casado com jornalista, mora com a família em Beirute, de onde escreve para o diário inglês The Independent <www.independent.co.uk/>. É frila fixo da revista americana The Nation <www.thenation.com> e tecla para diversos sites alternativos, como CounterPunch <www.counterpunch.org>. Tem doutorado e já recebeu pelo menos 12 vezes o prêmio anual de melhor correspondente britânico.

E por que falar de Fisk? É que no dia 16 de abril ele publicou no Independent, após sua mais recente maratona de palestras pelos Estados Unidos, um artigo definitivo sobre as mudanças que percebeu na "dócil" sociedade americana, apesar de sua imprensa "sem personalidade", que noticia de forma "medrosa e preconceituosa" o conflito no Oriente Médio. "Pela primeira vez [em 10 anos] não foi minha fala que eles contestaram, mas as falas de seu presidente e as falas da imprensa sobre a guerra de Israel ao terrorismo e a necessidade de sempre, acriticamente, apoiar tudo que este pequeno aliado americano no Oriente Médio diz ou faz", escreveu Fisk. "Nos EUA, costumo falar a auditórios semivazios. Há três anos, consegui atrair a um auditório de 600 lugares em Washington apenas 32 americanos. Mas em Chicago, Iowa e Los Angeles, neste mês, eles vieram às centenas ? quase 900 de uma vez na University of Southern Califórnia."

O artigo "Medo e aprendizado na América" [clique em PRÓXIMO TEXTO, no pé desta página, para ler o artigo de Robert Fisk] é acima de tudo esperançoso. Mostra que, apesar do comportamento farisaico da mídia, grupos cada vez maiores duvidam da grande imprensa, das verdades de Washington e até mesmo da eleição de George W. Bush. Será que essa sociedade cinematográfica, com visão da história pautada na estética de Hollywood, que vive, peca e se redime nos roteiros de Hollywood e até se desconstrói em Hollywood ? terá o 11 de setembro quebrado o encanto? ?, enfrenta afinal um processo "matrix" de autodescoberta? Fisk não perde tempo em elucubrações: registra apenas as nuances que percebeu em sua última visita aos EUA.

Robert Fisk sempre se destacou da massa de correspondentes porque é um dos últimos jornalistas engajados do planeta. No conflito do Oriente Médio, contra Israel e EUA, mas também contra a Autoridade Palestina corrupta. No Iraque, contra os EUA e os aliados, mas a favor dos curdos oprimidos por Bagdá. Em Kosovo, contra a Otan ? e a Sérvia. Por isso, quase todo mundo o odeia, de Tel-Aviv a Washington, passando por Londres, Paris e Ancara. Não livra a cara de ninguém, nem da ONU. Colegas mundo afora não o suportam, especialmente os americanos. E muitos brasileiros.

Melhor no Ha?aretz

O quase se justifica porque ele é amado por alguns leitores, colegas, países. Tanto que não consegue dar conta dos convites para palestras, entrevistas, chats. E assunto para falar não lhe falta: pelo London Times testemunhou a Revolução dos Cravos, em Portugal; pelo Independent, cobriu a guerra civil no Líbano, a revolução iraniana, a Guerra Irã-Iraque, a Guerra do Golfo, as chacinas dos anos 90 na Argélia, as guerras da Bósnia e de Kosovo. Fisk revelou ao mundo a tragédia libanesa no livro Pity the nation: Lebanon at war (Atheneum, 1990). Do Líbano saiu sua matéria mais chocante: o bombardeio israelense do prédio da ONU em Cana, que abrigava 800 refugiados, em 1996. Ele viu de perto: morreram 106 pessoas, entre as quais 55 crianças, a maioria mutilada. Foi pelas matérias de Fisk que o mundo soube que num curto período Israel jogou 22 mil bombas no Líbano.

Ou teria sido mais chocante a reportagem também de 1996, também testemunhada, sobre a destruição de uma ambulância em Mansouri, Sul do Líbano, com 14 pessoas a bordo, por um míssil israelense lançado de helicóptero? Ou a denúncia de que crianças iraquianas contraíram câncer após os ataques aéreos americanos e britânicos com bombas de urânio empobrecido, refugo das usinas nucleares?

Tudo isso rende a Fisk não poucos aborrecimentos. Por ter estado presente em tantos episódios dramáticos e quase sempre usar a primeira pessoa em suas matérias, é acusado especialmente nos EUA de se colocar no centro da notícia. "É que os jornalistas americanos fogem da controvérsia, não são mais testemunhas de nada, não ousam dizer ?eu vi isto, esta é a verdade?", desabafou em entrevista a Matthew Rothschild, editor do jornal americano The Progressive.

É tachado pelo Ocidente de amigo de Slobodan Milosevic, por ter denunciado as atrocidades da Otan nos Bálcãs. Já os sérvios, que também castigou com suas críticas, o consideram "agente diversionista" da aliança atlântica. Por se atrever a condenar a brutalidade de Israel, é sempre rotulado de anti-semita. Ultimamente, perdeu a paciência: processa qualquer um que o acuse de racista, seja leitor, colega ou autoridade. "Essas acusações têm o objetivo de calar o jornalista, pelo medo de ser tachado de anti-semita. E receio que tenha dado certo em muitos casos aqui nos EUA", disse a Rothschild. Ele dá exemplos chocantes desses casos em "Medo e aprendizado nos EUA": os jornais americanos não assumem como verdadeiros nem os fatos históricos, usando, ao mencioná-los, a palavra "suposto", para evitar cartas de protesto. Ele não diz, mas a prática também exorciza os temidos processos na Justiça. Segundo Fisk, a cobertura dos combates feita pelo diário israelense Ha?aretz excede em muito o que a imprensa americana ousa contar.

A fraude da Newsweek

"Na Grã-Bretanha publicaram-se cartas sugerindo que eu sou anti-semita", continuou. "Atualmente, se acontece eu processo, porque lá ser chamado de racista é base para ação por calúnia e difamação. Não aceito isso de ninguém, porque é mentira." Fisk observa que há, entretanto, outras formas não-explícitas de acusá-lo de racismo. "Por exemplo, dizendo: ?Sr. Fisk, você escreve do lado escuro do jornalismo?. Isso deve significar subversivo, mau, terrorista, racista etc. Se criticar Israel é anti-semitismo, o que é uma besteira, o que é criticar o Sr. Blair? É anti-anglo-saxão? Quer dizer, é uma situação ridícula, imatura, e não acho que esse tipo de argumento funcione. Bem, pode funcionar aqui nos EUA por uma série de razões, mas fora daqui não vai durar muito tempo. É inaceitável."

Alguns jornalistas israelenses sabem muito bem que Fisk não é anti-semita. Até o site do Independent Media Center de Israel publica seus textos. Um deles foi o contundente artigo sobre o 11 de setembro ("A terrível crueldade de um povo condenado"), ditado a Londres, por telefone, num vôo sobre o Atlântico enquanto as torres desmoronavam, logo após saber da notícia pelo piloto. Mas nos Estados Unidos ? com respeitáveis exceções ? não tem colher de chá para Fisk. O Wall Street Journal mal disfarçou o contentamento pelo ataque de afegãos revoltados que em dezembro quase o matou perto de Kandahar. Fisk saiu todo quebrado e sentiu dores por longo tempo, mas as seqüelas éticas sobraram para o Journal, o diário ferido de morte no caso Daniel Pearl.

Já Fisk mantém a serenidade. Condenar a brutalidade de Israel não significa que endosse mentiras. Num chat em novembro ele ouviu a absurda pergunta: é verdade que muitos judeus não foram trabalhar nas torres gêmeas em 11 de setembro, avisados pelo serviço secreto de Israel? Fisk respondeu: "Isso é mentira. Infelizmente, tenho ouvido muito essa história no mundo árabe." Sua defesa dos palestinos também não é incondicional: sempre acusou a Autoridade Palestina, ex-OLP, de corrupção e brutalidade ? denunciou que 14 palestinos morreram sob tortura nas mãos da OLP ? e considera Yasser Arafat um gendarme do Ocidente, trabalhando lado a lado com serviços secretos diversos, inclusive a CIA. Lendo os artigos de Fisk sobre Arafat é que se entende por que sua liderança foi minada a ponto de acabar humilhantemente sitiado pelas forças israelenses.

Sua aversão à mídia americana é notória e persistentemente comentada. Ele noticiou o escândalo protagonizado pela revista Newsweek, por exemplo, que estampou uma "virtual fraude" na capa em que mostrou, sob a manchete "Terror global ? Exclusivo: a rede internacional de Bin Laden", a foto "assustadora" de um homem (cabeça e ombros), face coberta pelo xale árabe, segurando um rifle. "O leitor imaginou que se tratava de um integrante da rede ?global? de bin Laden. Mas fui atrás do fotógrafo finlandês que clicou a imagem. Ele a tirou num enterro na Faixa de Gaza. O homem pertencia à milícia palestina Tanzim ? violenta o suficiente, mas nada tinha a ver com bin Laden."

As moças saem correndo

Outro exemplo: o chefe da sucursal da CNN no Cairo, Ben Wedeman, foi baleado em novembro de 2000 num tiroteio em Gaza. "Esperei para ver como a emissora trataria a notícia. Tendo visitado o local em que Wedeman foi atingido nas costas, concluí que a bala só podia ter saído da posição em que estavam os soldados israelenses. O que aconteceu? A CNN noticiou que a ?maioria das balas? partiu dos israelenses, mas ? segundo a patética declaração do porta-voz em Londres ? a CNN não culparia ninguém ?por enquanto?. A agência americana Associated Press noticiou depois ? essa, sim, de matar ? que Wedeman foi ?apanhado no fogo cruzado?."

Fisk ridiculariza ainda a prática da mídia americana ? devidamente copiada pela imprensa tupiniquim ? de manter correspondentes nas praças internacionais por curtos períodos, sob a alegação de que o repórter perde a objetividade ao criar raízes. "Isso é tão idiota que nem dá para comentar", escarnece. "No Oriente Médio, por exemplo, o sujeito leva pelo menos três anos para começar a entender um mínimo da lógica do conflito. É justamente quando chamam o cara de volta."

Bem, voltamos nós à pergunta lá do título ? que só interessa a estudantes, uma vez que o profissional já se engajou. Por premissa, todo jornalista é engajado. E se engaja para ser jornalista. A grande, enorme maioria, embora finja imparcialidade e neutralidade, se alinha à empresa, que por sua vez é alinhada a seus próprios interesses, que se encaixam aqui e ali, em governos ou grupos. O engajamento à la Robert Fisk chama atenção e desperta ódios porque não flui com a corrente, não segue o consenso. Leva bola preta no clube dos "jornalistas de mercado", expressão de Bernard Cassen para jornalistas de economia que pode muito bem ser adaptada a todos os campos. Marx explica.

A morte da ideologia foi declarada muitas vezes, mas a danada ressuscita a cada vez que a Casa Branca abre a boca. E fede, como se viu no episódio recente da Venezuela. Num livro chamado Lições de Jornalismo 1 (Faculdade da Cidade Editora, Rio de Janeiro, 1998), Paulo Henrique Amorim disse:


"Uma coisa que me surpreendeu muito positivamente foi acompanhando o trabalho dos jornalistas de Brasília: constatei que hoje há menos politização dos repórteres. Acho que há uma distância, os repórteres estão menos militantes do que eram e estão sabendo jogar esse jogo muito bem [o jogo em que políticos tentam manipular repórteres] ."


O leitor responda: Paulo Henrique está certo? Você está feliz com as matérias dos repórteres "desengajados" de Brasília? José Roberto de Alencar, o repórter que sempre manteve distância segura tanto das fontes quanto das redações de Brasília (em dia de convenção do PMDB preferia descolar feature no aeroporto), diz que matéria que moça bonita não lê não vale a pena escrever (Sorte e arte, como foram feitas algumas reportagens que você leu, Edicon, São Paulo, 1993). Das matérias atuais de política, economia e internacional moça bonita sai correndo. E moça feia também.

"Eu jamais comi deste prato"

Mas ninguém resiste aos textos de Robert Fisk. O homem escreve bem à beça, seus lides são primorosos, cada parágrafo obriga o leitor a seguir adiante. E não se pense que o que pesa é a estética. A ética, a franqueza, sim, estão em cada informação, que ele destrincha doa a quem doer. Há alguns jornalistas dessa estirpe, e José Arbex Jr. é um deles.Ex-Folha, hoje independente, colaborador da revista (engajada) Caros Amigos, não temeu mencionar as conexões do narcotraficante panamenho Noriega com dirigentes cubanos em seu livro Narcotráfico, um jogo de poder nas Américas (Editora Moderna, São Paulo, 1993). Ele não é exceção. Nas eleições de 1989, redações inteiras de jornalistas eleitores do PT não hesitaram, pautadas pela ética, em noticiar denúncias contra Lula.

Não é só Marx que explica. Cláudio Abramo também. No livro obrigatório para (eternos) estudantes A regra do jogo, o jornalismo e a ética do marceneiro (Companhia das Letras, São Paulo, 1988), ele diz:


"Tenho muita dificuldade de trabalhar com gente de direita, porque a direita brasileira, como não é ideológica, é fisiológica, e acho muito difícil conviver com pessoas desonestas, não tenho muito jogo de cintura para isso. Acho mais simples e produtivo trabalhar com gente progressista, esquerdista. Desde que eles nos respeitem e ao jornal não tem problema, o sujeito não vai contrabandear matéria."


Já jornalista "de direita", como se tem visto à farta, faz contrabando numa boa. Nesse mesmo livro, no breve artigo "A burguesia submissa", Abramo mostra os paradigmas da nossa imprensa "não-engajada", "imparcial" e "neutra":


"Essa burguesia nacional execrável desenvolveu toda uma cultura ancilar, dependente, conformista e submissa; basta ver o que dizem e escrevem alguns de nossos intelectuais, uns abertamente cooptados por dinheiro (dólares), outros, por desespero existencial."


Quer mais? Num livrinho pequenino, malfeito mas precioso, chamado Jornalistas pra quê? Os profissionais diante da ética (coleção Cadernos de Jornalismo, edição do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio de Janeiro, Rio, 1989), a organizadora, a jornalista Sylvia Moretzsohn, então dirigente sindical, hoje professora de Jornalismo da UFF, faz introdução de vários textos sobre a fraude nas eleições estaduais de 1982 pela empresa Proconsult, aliada à TV Globo, em favor do candidato Moreira Franco. A maracutaia foi denunciada pelo jornalista Pery Cotta na Rádio Jornal do Brasil. O candidato Leonel Brizola acabou vencendo, mas essa vergonha toda gerou uma crise inédita na categoria: mais de 200 profissionais da Globo, comandados por Armando Nogueira e Woyle Guimarães, ameaçaram romper com sua entidade de classe. Sylvia escreveu:


"Nós, jornalistas, sabemos melhor do que ninguém que a conquista da democracia passa pela liberdade de informar o público sobre os fatos relevantes, quer agradem ou não ao poder, ao sistema econômico, às empresas que exploram os meios de comunicação."


Sylvia lamenta: a informação foi derrotada. Só quatro anos depois apareceria a verdade, contada em O Nacional pelo jornalista ex-Globo Luiz Carlos Cabral: o papel da Globo era preparar a opinião pública para o roubo de votos. O resto acontecia na sala de computação da emissora. Luiz Carlos, que tentou corrigir o desastre e por isso encarou bronca pessoal do doutor Roberto, lembrou o caso de Borjalo, que disse que só colaboraria com O Nacional se o jornal parasse de atacar Roberto Marinho. "Não vou cuspir no prato em que comi", justificou. Luiz Carlos descobriu: "Eu jamais comi deste prato. Eu só o alimentei".

Ao leitor, a decisão

Pergunta-se, a partir dos fatos contados por Sylvia Moretzsohn: que tipo de engajamento prefere o leitor? Evelyn Waugh (Furo!, Companhia das Letras, São Paulo, 1989) disse que notícia é o que quer ler um sujeito que não se interessa por coisa alguma. E até seu folgazão Mr. Boot cavou um furo de guerra. Por que cargas d?água então vai um repórter preferir noticiar mentiras?

No livrinho organizado por Sylvia, Antonio Serra, filósofo então desviado para o comando do curso de Jornalismo da UFF, joga pérolas que, esperamos, não se percam entre os porcos.


"Ser testemunha e pesquisador dos fatos humanos exige, no meio das contradições políticas, valorizar os feitos ?tanto dos gregos como dos bárbaros?. E, para tanto, dispor-se a uma avaliação paradoxalmente pessoal, pois somente uma independência do sujeito poderá garantir a aproximação entre a Verdade e o Político, ou seja, a objetividade.

É neste sentido que o jornalista vive seu risco. Porque sabe que seu objeto, a Política, é multívoco e revestido de discursos, muitas vezes da mentira. E porque sabe que a Verdade raramente se oferece, nua e fulgurante, a seu olhar demasiadamente humano. Mas é então que ele pode perceber que sua ação como jornalista consiste justamente em fazer desta modesta ?pesquisa? uma oportunidade de recuperar, fugazmente que seja, a Verdade na Política. E a simplicidade deste ato ? ?dizer o que é? ? torna-se um momento vital e resplandecente para a experiência humana.

Afinal, foi desse papel, humilde, arriscado e um tanto solitário, que Heródoto se imbuiu: ?Se eu devo exprimir uma opinião que me fará ser malvisto pela maioria das pessoas, desde o momento em que ela apareça conforme a verdade, não hesitarei em faze-lo! Meu dever é tornar conhecido o que se diz, mas isso não implica, em absoluto, que tal seja aquilo em que acredito! E isso é válido para toda a minha história."


Não precisa mais. Aliás, precisa sim, porque faltou Mino Carta, o jornalista que só busca "servir honestamente o leitor, a despeito dos riscos da situação". Ele diz: "Praticamos um jornalismo pretensioso e conivente, com raras e honrosas exceções, obedecendo à vontade dos patrões com submissão de escravo ou de jagunço" (Castelo de âmbar, Editora Record, São Paulo, 2000). Italiano ou britânico, jornalista independente é isso aí. O resto é a "tigrada".

"Desafiar a autoridade é parte do trabalho de um jornalista", diz Fisk [ver remissão abaixo]. E questionar os que a representam em tempos de guerra é um dever, ainda que difícil, na democracia." Que os leitores perdoem tanta citação. É uma espécie de reação à punditocracia, que vomita erudição. Seguindo os passos de Fisk, citação tem que ter serventia, despertar no leitor vontade de correr ao livro citado. Que aconteça. Que o leitor decida entre o "neutro" e o engajado. Que alguns fiquem com Robert Fisk.

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