Saturday, 27 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

"Prisa estaria próxima da Globo", copyright CidadeBiz (www.cidadebiz.com.br), 4/05/01

ASPAS

GLOBO, DIPO & PRISA
Antonio Machado

"Prisa estaria próxima da Globo", copyright CidadeBiz (www.cidadebiz.com.br), 4/05/01

"Na recente aquisição do jornal Diário Popular pela Globo, a família Marinho teria contado com pelo menos o aconselhamento do grupo Prisa, o maior conglomerado de comunicação da Espanha e dono do El Pais, líder em circulação. Segundo rumores nos meios empresariais paulistas, o presidente do Prisa, Jesús de Polanco Gutiérrez, e a família Marinho compartilhariam afinidades estratégicas e empresariais. Recentemente, o grupo Santillana, braço editorial do Prisa comprou a Editora Moderna, especializada em títulos educativos, por 73,4 milhões de dólares.

O grupo está com o caixa cheio, e é na internacionalização, segundo tem declarado Gutiérrez, que se sustenta ?o grande pilar do desenvolvimento? do Prisa. De acordo com os rumores, os espanhóis seriam um parceiro potencial da Globo para a área de jornais e livros."

RONALDINHO vs. ABRIL
Drault Ernanny Filho

"Ronaldinho pede indenização milionária ao Grupo Abril", copyright Consultor Jurídico, 7/05/01

"O jogador de futebol, Ronaldinho, craque do Internazionale, está processando o Grupo Abril por danos morais. Ele ficou indignado com a notícia divulgada na revista Contigo do dia 26 de setembro do ano passado. De acordo com o texto, Ronaldinho e sua mulher, Milene Domingues, estariam dormindo em quartos separados. O valor pedido de indenização é de US$ 500 mil (cerca de R$ 1 milhão). Segundo o advogado do craque, Michel Assef Filho, o processo foi distribuído para a 21? Vara Cível, cujo juiz titular é Sérgio Ricardo Arruda Fernandes."

MERCADO & IMPRENSA
Ivan Santanna

"Quem é o mercado?", copyright Jornal do Brasil, 6/05/01

"Quando, em setembro de 1992, a Câmara dos Deputados aprovou o afastamento do presidente Fernando Collor, para que o Senado pudesse julgar seu impeachment, todos os olhares se voltaram para o vice, Itamar Franco. Este, só para não parecer muito açodado, embora estivesse em Brasília, demorou três dias para assumir o cargo.

Nessa ocasião um repórter perguntou a Itamar: ?Presidente, o mercado está nervoso, querendo que o senhor tome posse imediatamente?. Itamar Franco se irritou: ?Que me importa o mercado? Irei governar o Brasil, não o mercado.? E só tomou posse na data em que quis. E o mercado teve de esperar.

É bem provável que você, em algum momento, também já tenha experimentado esse tipo de irritação ao ler no jornal ou ver na TV que, se o Congresso não votar determinada lei, o mercado não vai gostar. Ou que o mercado gostou ou não de determinada atitude do governo ou da sociedade. Afinal, quem é o mercado?

A resposta é simples. E simplista. O mercado sou eu, é você, somos todos nós que compramos, vendemos, alugamos, pagamos, recebemos. O mercado é a resultante das forças de oferta e de demanda dentro de uma sociedade. Definindo-o melhor, é um ponto de equilíbrio. Mesmo o mercado financeiro, ao qual nos referimos como ?o mercado?, é reflexo da minha e da sua poupança, do depósito que fizemos, do pré-datado que passamos, do cartão de crédito que usamos ou cancelamos.

O mercado só não é o jovem engravatado que vemos falando em diversos telefones ao mesmo tempo. Muito menos o de colete colorido, que grita colérico no pregão das bolsas de valores. Um e outro são apenas os traders de mercado. A eles não faz diferença se o governo vai subir as taxas de juro ou derrubá-las. Nem se as eleições serão vencidas pelos trabalhistas retrógrados ou pelos neoliberais entreguistas. Operador de mercado não se entrega a paixões. A não ser, é claro, a dos números. A eles não tem a menor importância a essência dos fatos. Importa antecipá-los.

Para um trader profissional, o mercado é como um concurso de misses. Não importa se ele, trader, considera determinada misse a mais bonita. O que vale é saber avaliar qual será a escolhida dos jurados. Se acertar, ganhará, independentemente de que a eleita seja um dragão, levada ao trono graças ao suborno dos jurados.

Importa ao trader saber qual será o caminho, ou descaminho, da economia, para saber se aposta na alta ou na baixa.

O mercado é, portanto, apenas um ponto de equilíbrio entre as opiniões e os atos desses operadores.

Ainda assim os analistas econômicos, os redatores de revistas e jornais, e os arautos de plantão, no Brasil e nos outros países, vão continuar a se referir ao mercado como uma entidade que acha, que gosta e não gosta, que concorda e discorda.

Como se o mercado pudesse ter opinião.

Não tem. Nem nunca terá. Por uma razão: por mais que cresça uma economia, por maior que seja uma recessão econômica, para cada compra no mercado haverá uma venda. Nem no colapso da bolsa, em 1929, houve mais vendas do que compras. Pois é impossível uma sem a outra. Naquele dia o que caiu foi o ponto de equilíbrio. Ele é o mercado. Apenas um preço. Que não acha absolutamente nada. (Escritor, autor de Rapina e Mercadores da noite, ex-operador do mercado financeiro)"

Volta ao índice

Imprensa em Questão ? próximo texto

Imprensa em Questão ? texto anterior

Mande-nos seu comentário