M.M.
É pena ver um dos raros casos de jornalismo lutando para caminhar ladeira acima, O Globo, ser puxado para baixo por sua prima Publicidade Apedeuta.
O caso de omissão do Conar anotado por Alberto Dines no Circo da Notícia (ver remissão abaixo) é gravíssimo, porque tudo que diz respeito ao nazifascismo o é, mas aqui o problema adquire especificidade: trata-se de publicidade do próprio jornal.
Na Veja, data de 17/6, página dupla de estética horrenda:
“Disneylândia do sexo. Agora você sabe como foi.”
“Quem poderia imaginar que, no coração da selva amazônica [sic; pelo amor de Deus! Manaus é o “coração da selva amazônica”?], homens sem escrúpulos, inclusive empresários e autoridades [é pra rir?], pudessem se dedicar a algo tão selvagem quanto a prostituição infantil?” Etc.
Loas à reportagem do Globo que flagrou exploração sexual de meninas num bar de Manaus, escrita, por sinal, em tom indignado mas objetivo. E o detalhe ampliado da foto publicada na época, em que uma menina é lambida por um freqüentador de meia idade. Completo desrespeito. Pura apelação.
Na IstoÉ, mesma data, a situação não melhora. São quatro horrendas, repita-se, horrendas páginas. “Clínica dos horrores. Agora você sabe como foi”. E a foto ampliada, imensa, de um homem entrevado, boca aberta, olhos esbugalhados. Completo desrespeito. Pura apelação.
Propaganda de O Globo. Feita por gente de verdade?
O Conar, onde fica o Conar?, O Circo da Notícia