Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Putin contra a mídia

A Comissão de Direitos Humanos da África do Sul (SAHRC, em inglês) iniciou, em 6 de março, uma audiência pública com alguns de seus membros e editores de jornais para avaliar a presença de racismo na mídia do país. A freqüência de estereótipos raciais na imprensa foi apontada por um relatório produzido pela SAHRC no ano passado, que constatou que o negro continua sendo tratado pela mídia sul-africana como “incompetente” e “criminoso”.

Segundo matéria da agência de notícias Reuters [Yahoo!News, 6/3/00], a audiência, com duração prevista de cinco dias, foi iniciada pela pesquisadora Claudia Braude, que em seu relatório para a SAHRC afirma que os jornais fazem uso de imagens e de textos que reforçam o estereótipo racial. “Nós fazemos parte de uma na qual cultura algumas pessoas são descritas como sendo melhores do que outras em termos de raça. [O racismo] é visível e possível de ser determinado”, declarou Braude.

Em meados de fevereiro, cinco editores de veículos de mídia que supostamente trariam estereótipos raciais em seu conteúdo foram intimados a depor na audiência. Ainda que tenham concordado com a importância da discussão, os editores afirmaram que a intimação coloca em perigo a liberdade de imprensa na África do Sul, e ameaçavam não comparecer às audiências. Advogados que representam os editores na audiência afirmaram que nenhum exemplo substancial de racismo foi levantado pela SAHRC.

Mesmo depois do fim do regime de segregação racial, a maioria das grandes empresas de mídia da África do Sul continuam a pertencer a homens brancos, o que reforça a tese de que o racismo ainda está presente na imprensa do país.

 

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