Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Quadrinhos explosivos

TURMA DA MÔNICA

Pretendemos externar nosso profundo descontentamento com o artigo "Quadrinhos também é imprensa", do Sr. Cláudio Weber Abramo. Nessa reportagem diferentes gêneros de quadrinhos são comparados como sendo a mesma coisa (é patente que o jornalista não consegue estabelecer a divisão); eventos históricos (que o jornalista desconhece) são "chutados" de forma errônea, distorcendo a história, além de a matéria trazer erros crassos, indicando uma falta de cuidado mínimo em sua preparação.

O pior, sem dúvida, é o fato de o jornalista não ter sido suficientemente competente para levantar algumas das críticas pertinentes que poderiam, afinal, ser feitas à Turma da Mônica. Tal reportagem em terra iletrada como a nossa, onde pequenas editoras e estúdios de arte lutam bravamente para manter quadrinhos nas bancas, com tiragens cada vez menores, é um verdadeiro desserviço à cultura, pois só pode resultar no afastamento de alguns dos poucos leitores deste segmento dos quadrinhos, dada a credibilidade do Observatório entre a pequena parcela capaz de ler.

A repercussão em diversas listas da internet e grupos de leitores foi de enorme estranheza ao ver o conceituado Observatório de Imprensa atuando exatamente como a parcela irresponsável da mídia que mantém sob vigilância, endossando um jornalismo de péssimo quilate, no qual é evidente que o autor está apenas destilando suas próprias frustrações, ou nas palavras do próprio autor: (sic) "Há anos, décadas mesmo, sinto cócegas de escrever o que segue. Creio que ser colunista de media watching me dá o privilégio de fazê-lo."

Bem. Independente de qualquer privilégio que o jornalista imagine ter e de qualquer que seja a natureza de suas cócegas, espera-se do Observatório de Imprensa algo de melhor qualidade e menor ressentimento. É evidente para qualquer pesquisador ou mesmo leitor mais atento que este jornalista está opinando sobre assuntos de seu total desconhecimento. Assustou-nos a todos saber que utiliza seu pátrio poder para afastar os próprios filhos do direito de decidir se gostariam ou n&atiatilde;o de ler a Turma da Mônica (que nos últimos 30, 35 anos ajudou a formar algumas gerações de leitores deste Observatório, não necessariamente emburrecidos por essa formação); assustou-nos, também, pela utilização de argumentos preocupantemente parecidos com os utilizados pelos censores dos quadrinhos da época de caça às bruxas.

Se "quadrinho também é imprensa", fazemos aqui o democrático papel de observadores do Observatório. Cordialmente,

Rubens A. Menezes de Souza Filho, historiador e webmaster, mais Waldomiro Vergueiro, professor da ECA-USP e pesquisador de quadrinhos; Márcio Braga Contreiras de Almeida, analista de sistemas; André Leal, quadrinista e ilustrador; Jean Canesqui, estudante da ECA-USP e roteirista; Osias Junior, estudante da Ufes; Giovana Scareli, pedagoga e pós-graduanda FE/Unicamp; Gabriela Degaspare, estudante da ECA-USP.

 

Os dois artigos sobre quadrinhos escritos por Cláudio Weber Abramo foram horríveis, muito ruins. Ele simplesmente não entende nada do que está falando, caiu no terrível problema que aflige a maioria dos colunistas brasileiros: o "achismo". Não havia base nenhuma para a opinião dele, misturou estilos diferentes como se fossem um só, e ainda forneceu informações erradas. Não sei como o Observatório publica algo assim. Esses artigos estão provocando grandes discussões em várias listas na internet, até agora não sei de ninguém que tenha defendido o sr. Cláudio Weber Abramo.

Sou apenas um leitor de quadrinhos, acompanho essa arte há muitos anos, senti-me ultrajado por esses artigos, pois não houve análise nenhuma, somente uma opinião preconceituosa. Só quero deixar claro que não sou fã do Mauricio de Souza, há muito tempo que não leio nada produzido pelo seu estúdio e não gosto muito do trabalho dele. Mas ele, assim como qualquer profissional dessa área, não merece ser tratado com tanto descaso assim.


    
    
                     

Mande-nos seu comentário