Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Reflexão inútil para um receituário fútil

Até quando todos os jornalistas vão conseguir disfarçar e tentar enganar o leitor sobre a cobertura jornalística das eleições?????

A imprensa está completamente mancomunada com o governo. Enquanto se discute pesquisa, o segundo turno já está sendo manipulado, favorecendo todos os candidatos que interessam para apoiar o governo com a ilusão de que as reformas vão acontecer. Estamos vivendo uma fase infantil do jornalismo brasileiro. Em entrevista com o Suplicy na TV Bandeirantes, na segunda-feira após as eleições, o Mitre, todo emocionado com a vitória do senador, perguntou sobre seu apoio às reformas. O ponderado senador respondeu que fará uma avaliação das propostas e votará a favor quando for boa e questionará quando não atender aos interesses da população (óbvio). Mitre dá um pulo na cadeira, fica admirado, espantado, e diz: “Mas as reformas são necessárias…” e outras infantilidades próprias de um deslumbrado. Suplicy, calmo, reafirmou que votará pró e contra o governo, conforme a proposta…

Para evitar que se pense em partidarismo, aviso que não sou eleitora do PT.

Todos os jornais estão fazendo campanha contra as “baixarias”. O que eles querem??? Definir o que pode e não pode ser falado pelos candidatos? Não cabe à imprensa que se diz livre (?????) ser tão partidária!

Mirian Patitucci, professora de História, psicóloga, psicopedagoga

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O que eu estranho mesmo é toda essa perplexidade diante da parcialidade da cobertura da mídia. Era possível esperar outra posição?

Ao misturar tão bem realidade e fantasia, os meios de comunicação tentam (felizmente, nem toda a audiência se ilude) trazer para as telas de TV e as primeiras páginas de jornais, questões (geralmente de natureza comportamental) que ofuscam a realidade que efetivamente afeta o dia-a-dia da população. Essa não é uma visão apocalíptica do papel da imprensa. Os americanos, descaradamente, nos mostram como isso acontece. Filmes e mais filmes descrevem essa estratégia: Mera coincidência é mais do que um título.

Guilherme Rezende, professor

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Tudo que o prezadíssimo Alberto Dines escreve me parece pertinente. Será que é porque a gente sempre acha inteligentíssimo quem pensa como a gente?

Mas sobre a avaliação do desempenho da Folha nas eleições, fiquei apenas com uma dúvida: será que um repórter que ousasse pedir esclarecimentos aprofundados ao ministro Galvão teria o respaldo da empresa para eventuais reações iradas de autoridades tão poderosas, como ele e o objeto de seus elogios?

Dines realmente achou a cobertura global da Folha em São Paulo desprovida de simpatias tucanas, ainda que o Clóvis Rossi – que admiro enormemente – lembrasse que a Folha nunca denegriu Marta durante a campanha? Primeiro, o que teria para denegrir? E se tem, por que não divulgou? E, acima de tudo, será que a questão é denegrir ou elogiar demais, criar climas favoráveis para outros? Ou simplesmente, em uma hipótese calcada na boa fé, ter postura um pouco descuidada demais no tocante aos efeitos sociais e políticos das matérias divulgadas pela grande imprensa? Não sou petista da “pasta rosa”, apenas uma democrata convicta.

Celia Soibelmann Melhem

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Os institutos de pesquisa política, nestas eleições, falharam e foram um desserviço para a comunidade política.

José Quinto de Oliveira Borges, diretor do jornal comunitário Recreio on line

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A dificuldade maior que se tem para criticar o comportamento da imprensa em geral nas eleições está na forma como as matérias são escritas e diagramadas: alguns candidatos são apresentados de olhos baixos e de cara “amarrada”; candidatos “preferidos” são sistematicamente apresentados no alto da pagina e à direita; o texto usa verbos de ação para o candidato “preferido” e de aceitação para o “não-preferido”; costuma-se editar na TV as propostas do candidato “preferido”, e apenas as considerações gerais dos “não-preferidos”; dá-se mais espaço a um programa no estado/prefeitura governado pelo “preferido”, enquanto se ignoram os mesmos programas em estados/prefeituras não-governados por “preferidos”.

Etc. etc. etc. São algumas das sutilezas que somente olhos acostumados vêem e ouvidos treinados escutam. Influenciar pessoas é possível, mas o pior é usar de artifícios para fingir uma neutralidade inexistente. Nessas situações, o leitor-eleitor não tem defesa, porque não foi alertado pela preferência do órgão da imprensa.

Vera Silva

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Não seria de bom ton se a imprensa ao divulgar pesquisas informasse quem as encomendou? E, não seria melhor evitar de se divulgar certas “pesquisas” nas vésperas da eleição? Principalmente quando essa “pesquisa” já aponta como certo o vencedor, ou quem vai para o segundo turno? Isso não induz o eleitor? Principalmente os mais desinformados? Aliás, a maioria dos eleitores brasileiros é pessimamente informada. Propositadamente, é lógico.

Para terminar, aquela historia de vir o voto para deputado federal em primeiro lugar na urna eletrônica foi uma piada trágica!! Foi só para dar voto de legenda ao partido do governo. Pois a maioria dos eleitores esperava em primeiro lugar o voto para presidente. Principalmente os eleitores que têm aquele perfil já citado por mim. Votaram enganados. Aí, quando viram, já era tarde. Se é que viram…

E ninguém levantou essa lebre antes da eleição??!! É de se admirar!!

Pércio Martins, Santa Bárbara d’Oeste, SP

 

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