Tuesday, 19 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1279

Renato Cruz

SKY COMPRA DIRECTV

“Crise pode facilitar fusão entre Sky e DirecTV”, copyright Folha de S. Paulo, 13/4/03

“A crise enfrentada pelo setor de TV paga no País pode facilitar a aprovação, pelas autoridades brasileiras, da compra da DirecTV pela controladora da Sky. A experiência internacional, porém, mostra que o processo não será fácil. Em outubro do ano passado, a Federal Communications Commission (FCC), agência americana para as comunicações, vetou a aquisição da DirecTV pela Echostar. As duas empresas são as únicas a operarem TV paga via satélite nos Estados Unidos. Na época, o presidente da FCC, Michael Powell, disse que a transação transformaria um mercado em que há uma ?competição vibrante? num ?monopólio regulado? e prejudicaria os consumidores.

Na quarta-feira, a News Corp., do magnata australiano Rupert Murdoch, anunciou a compra da DirecTV. Nos EUA, não deve haver problema para aprovar a fusão, pois a Sky, que também pertence à Murdoch, não opera no país. No Brasil, por outro lado, o domínio decorrente da aquisição não chegaria à totalidade da TV por satélite, mas quase. A DirecTV e a Sky, juntas, têm mais de 95% do mercado.

A única concorrente em operação é a brasileira Tecsat, com 54 mil assinantes. O diretor de Marketing da empresa, Paulo Roberto Hisse de Castro, defende que, no caso de aprovação do negócio no Brasil, sejam impostos o fim da exclusividade na programação e outras compensações, para que exista espaço para competir. ?À primeira vista, a fusão fortalece o poder econômico, que já existe?, afirmou Castro.

A TV paga no Brasil passa por uma crise que já dura alguns anos. Em 2002, o número de assinantes diminuiu. Em setembro, último número divulgado pela Associação Brasileira de Telecomunicações por Assinatura (ABTA), havia 3,483 milhões de clientes, comparados com 3,554 milhões em 2001. Levando-se em conta o setor de satélite, o total de assinantes baixou de 1,165 milhão em 2001 para 1,127 milhão. Diante do panorama de seu principal mercado, a DirecTV Latin America pediu concordata no mês passado.

Cade – A fusão entre Sky e DirecTV, no Brasil, precisa ser aprovada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Na sexta-feira, o presidente da Anatel, Luiz Guilherme Schymura, disse durante evento no Rio que a agência vai analisar se o negócio cria ou não concentração no mercado brasileiro.

Uma definição importante será a do chamado mercado relevante. Se não for considerado somente o de TV via satélite (como foi feito nos EUA), mas sim todo o mercado de televisão por assinatura, a participação conjunta das empresas passaria de 95% para 30%. O secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Daniel Goldberg, afirmou à Agência Estado que devem ser levadas em conta questões como o poder de mercado antes da compra, as eficiências trazidas pela fusão e a possibilidade de entrada de concorrentes no futuro.”

“No Brasil, novo negócio resulta em monopólio”, copyright Folha de S. Paulo, 11/4/03

“A TV paga via satélite no Brasil passará a ser praticamente um monopólio do empresário australiano Rupert Murdoch com a aquisição da DirecTV. Isso se o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovar o negócio no país.

A News Corporation, de Murdoch, administra desde 2002 a Sky (que também tem entre seus sócios as Organizações Globo), maior concorrente da DirecTV no Brasil. Com a aquisição dessa empresa, o magnata passa a deter 95% de um mercado que movimenta cerca de R$ 65 milhões por mês e tem 1,3 milhão de assinantes.

A terceira empresa que atua no setor de TV paga via satélite é a Tecsat, de São José dos Campos, no interior paulista. Ela possui apenas cerca de 55 mil clientes.

O Cade diz que a compra da DirecTV Latin America (braço da DirecTV no continente) por Murdoch terá de ser aprovada pela agência, pois o negócio envolve mais de 20% do mercado no país.

Para o diretor de novos negócios da Tecsat, Paulo Hisse de Castro, Murdoch deve unir as operações da Sky e da DirecTV, a fim de cortar custos. Ele afirma que já foi afetado por acordos de exclusividade da DirecTV e também da Sky com canais como a HBO e Globo News.”

“Murdoch compra a DirecTV por US$ 6,6 bi”, copyright Folha de S. Paulo, 10/4/03

“Rupert Murdoch, o maior magnata da mídia mundial, acertou ontem a compra da DirecTV, conquistando, assim, seu antigo sonho de controlar a principal operadora de canais pagos via satélite dos EUA. A News Corporation, de Murdoch, pagará US$ 6,6 bilhões pelo negócio.

Isso significa que o empresário será o controlador das duas principais empresas do setor no Brasil, a Sky e a DirecTV. Murdoch já é o dono de algumas das principais operadores por satélite do planeta, como a BSkyB, no Reino Unido, a Stream, na Itália, a Sky, na América Latina, e a Foxtel, na Austrália.

Pelos termos do acordo, a News Corp. comprará uma participação de 19,9% na controladora da DirecTV, a Hughes Electronics. O grupo de mídia pretende comprar agora outros 14,1% que estão na posse de acionistas minoritários.

A Hughes pertence hoje ao grupo General Motors, que procurava um comprador para a empresa havia algum tempo. A EchoStar Communications, que também atua no setor no mercado americano, chegou a acertar a compra da DirecTV em 2001, mas as autoridades de defesa da concorrência não deram o aval à transação.

Vários outros interessados foram abandonando as conversas com a GM nos últimos anos. Na semana passada, fracassou a tentativa de a empresa de telefonia SBC Communications assumir o controle da Hughes, deixando o caminho livre para Murdoch.

A DirecTV tem 11,3 milhões de assinantes nos EUA e é maior operadora de canais pagos via satélite no país. Murdoch passará a ser o presidente da Hughes.

O negócio foi aprovado ontem pelo conselho administrativo da General Motors. Serão pagos US$ 3,1 bilhões em dinheiro, e o restante, em papéis da News Corp. Murdoch aceitou pagar US$ 14 por ação da Hughes, um ágio de 22% em relação ao preço de fechamento dos papéis ontem.

Sonho antigo

Murdoch tentava entrar no mercado norte-americano havia vários anos. Sua idéia era formar uma rede de transmissão que se estenderia dos EUA à Oceania, passando por América Latina, Europa e Ásia.

O magnata das comunicações já controla os canais pagos da rede Fox, inclusive a Fox News, principal concorrente da CNN. Murdoch é dono ainda de uma infinidade de jornais, entre eles os britânicos ?The Times? e ?The Sun? e o norte-americano ?New York Post?, sempre de tendência conservadora.

Fazem parte ainda do império de mídia os estúdios de cinema 20th Century Fox e Fox Searchlight Pictures, entre outros. Completam o grupo News Corp. publicações como a revista ?Weekly Standard?, associada ao movimento neoconservador norte-americano.”

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“Murdoch deve fechar compra da DirecTV”, copyright Folha de S. Paulo, 9/4/03

“A News Corporation, grupo de mídia norte-americano de Rupert Murdoch, está prestes a adquirir o controle da DirecTV, a maior empresa de TV via satélite dos EUA, num negócio entre US$ 6 bilhões e US$ 7 bilhões que deverá ser anunciado nesta semana.

A companhia de Murdoch deverá comprar uma participação de 35% na Hughes Electronics, a atual controladora da DirecTV. Os últimos termos do acordo, como a forma de pagamento, estariam sendo negociados por Murdoch e pela General Motors, que é a dona da Hughes.

A GM tenta achar um comprador para a DirecTV há dois anos. Todos os outros virtuais candidatos ao negócio já estão fora do páreo, o que deixou o caminho livre para Murdoch.”

“Sky compra DirecTV por US$ 6,6 bi”, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 9/4/03

“A News Corp., do magnata australiano da mídia Rupert Murdoch, chegou a um acordo para assumir o controle da DirecTV por aproximadamente US$ 6,6 bilhões. Isso permitirá a Murdoch realizar seu antigo projeto de ingressar no mercado americano de TV por satélite.

Esse negócio será fundamental para o plano de Murdoch de montar uma rede global de TV por satélite. Ele possui operadoras em vários países, incluindo a BSkyB, na Grã-Bretanha, a SkyTel, na América Latina, a Star TV, na Ásia, e a Foxtel, na Austrália. A DirecTV tem mais de 11 milhões de assinantes nos EUA.

Com a aquisição, as duas maiores empresas de TV paga via satélite do Brasil – Sky e DirecTV – passarão a ter controladores em comum. Em São Paulo, a direção da Sky Brasil divulgou nota informando que somente se pronunciará sobre sua estratégia de negócios após a conclusão de estudos por parte dos atuais controladores – Organizações Globo, News Corporation e Liberty Media.”