Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Ricardo Besen

IG

"Livro conta a história do iG", copyright iGLer, 1/8/01 

"O lançamento do livro ?A Verdadeira História do iG? mostra que a Internet brasileira, em seus poucos anos de existência, já tem muitas histórias para contar. E o iG, com menos de dois anos de vida, mas já com cara de gente grande, é o responsável por muitas delas.

A origem, o crescimento e o presente do iG estão nesta obra, que também procura delinear a estrutura de funcionamento do portal e suas perspectivas para o futuro. Boa parte do conteúdo da obra é baseada em entrevistas realizadas com os responsáveis pela criação e operação do iG.

O autor do livro é Pedro Luiz Côrtes, professor da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado em São Paulo e consultor em marketing e estratégia de negócios. Nos últimos anos ele tem concentrado seu interesse na área de Internet, tendo anteriormente publicado o livro ?Webmarketing – Estabelecendo Vantagens Competitivas na Internet?, em co-autoria com Moacyr Rosochansky (Editora Érica, 2001).

Foi no processo de preparo do livro acima citado que Côrtes teve a idéia, a partir do material que havia coletado, de contar a história da Internet no Brasil e de detalhar melhor a estratégia do iG.

Por que um livro sobre o iG e não sobre outros portais? Côrtes responde: ?Dentro do livro de webmarketing cito outros portais em diversos exemplos?, diz ele. ?O iG mereceu, já naquele livro, um capítulo à parte, por ter adotado uma estratégia não-convencional de entrada no mercado?, completa.

Ele prossegue: ?Uma estratégia convencional seria adquirir um provedor de porte médio ou mesmo um grande que estivesse passando por dificuldades, reestruturá-lo e eventualmente relançá-lo com uma nova marca, aproveitando uma estrutura já existente e partindo para o acesso pago?.

Côrtes acrescenta: ?O iG, no entanto, partiu do zero e adotou uma estratégia totalmente não-convencional, oferecendo o acesso gratuito. Muito se discutiu a respeito da viabilidade deste tipo de acesso. Para mim foi ficando cada vez mais claro que isso não era um modelo de negócio, mas uma estratégia de entrada no mercado. Por falta de mais dados não fiz uma comparação com a estratégia de outros provedores gratuitos que surgiram no mercado, como Super11 e BrFree, mas é possível separar os provedores de acesso gratuito em dois grupos?.

Quais seriam esses dois grupos? Côrtes: ?O primeiro, no qual se encaixariam os dois acima citados, é daqueles que adotaram o acesso gratuito como modelo de negócio, esperando obter sua receita da venda de publicidade e comércio on-line. O outro grupo, do qual fariam parte provedores como NetGratuita e Terra Livre, foi uma espécie de resposta dos provedores de acesso pago para causar uma dispersão e roubar um pouco dos usuários do iG para tentar depois transformá-los em usuários pagos?.

Por que o iG deu certo e os outros não? Côrtes considera que em um livro sobre a história do iG cabia-lhe mais checar os motivos do sucesso do iG e não os do insucesso dos provedores que fecharam as portas (virtuais e reais).

Quanto aos provedores que estão no mercado e são concorrentes do iG ele observa que expôs seu projeto de contar a história da Internet brasileira não somente para o iG, mas também para AOL, Terra e UOL. O iG demonstrou interesse, a AOL disse que não se interessava pelo projeto no momento; Terra e UOL não lhe responderam. Côrtes deixa claro que o livro não foi uma encomenda do iG e não é portanto uma história oficial.

A palavra ?verdadeira? do título surge como oposição aos muitos boatos que proliferam sobre o iG desde sua criação. Qual a causa de tantos boatos? Côrtes responde: ?Isso é normal em um mercado extremamente disputado, o que deve ser acrescido ao fato de que o iG teve um crescimento muito rápido, enquanto outros provedores de acesso gratuito fechavam. Além disso, as pessoas pensavam: se mesmo os maiores provedores pagos eram deficitários, como o iG poderia sobreviver?? (Dicas para saber o porquê estão no livro). O autor lembra que também o UOL, quando de seu surgimento, foi sujeito a boatos.

Escrevendo de forma bastante didática e elaborando o livro de maneira que cada capítulo possa ser lido como uma unidade independente, Pedro Luís Côrtes insere o iG dentro da história da Internet brasileira, mostrando o contexto em que ele nasceu. Para tanto, o autor volta no tempo, contando brevemente como surgiu a Internet e como ela chegou ao Brasil.

O iG começou como um provedor de acesso. Para mostrar a complexidade desse tipo de operação e do investimento necessário, Côrtes explica de forma sucinta como funciona um provedor. Esse é o ponto de partida para mostrar qual é a estrutura mínima necessária para iniciar a operação e o ponto em que o iG estava quando começou a funcionar.

Por razões que o autor detalha no livro (e que são contadas pelos próprios protagonistas) o iG teve que adiantar sua entrada no mercado em dois meses. Côrtes compara esta ?aventura? a uma escalada do último trecho do monte Everest, sem possuir o equipamento adequado.

O crescimento vertiginoso do número de usuários nos primeiros dias de operação encontrou o iG completamente despreparado. Côrtes entrevista os responsáveis técnicos pelo portal, que revelam quais foram as estratégias para dar conta da ?avalanche?.

Enquanto a equipe técnica fazia o iG ficar no ar, o pessoal do marketing cuidava de tornar a marca iG conhecida em São Paulo e posteriormente no resto do Brasil. Côrtes descreve no livro a estratégia de marketing do iG, que considera um case, ou seja, um caso digno de estudo na área de marketing e não só para as empresas de Internet.. Ele detalha cada comercial do iG, explicitando a idéia contida em cada um e a grande eficiência das campanhas publicitárias realizadas.

Um dos temas mais polêmicos da Internet no Brasil desde o surgimento do iG é o acesso gratuito. O livro mostra a visão que os responsáveis pelo iG tinham a esse respeito e como os provedores pagos existentes então no mercado reagiram ao surgimento do iG. Côrtes afirma que procurou a assessoria de imprensa da ABRANET (Associação Brasileira dos Provedores de Internet), para que se pronunciasse sobre o tema, mas não obteve resposta.

Mas, afinal, o que motivou a criação do iG? ?O iG não tinha uma ligação anterior com a velha economia, como, por exemplo, UOL e Terra?, diz Côrtes. ?Os investidores não estavam apostando em um provedor de acesso, pois mesmo o UOL, líder de audiência, como o Terra, eram deficitários, em um mercado de grande concorrência. Discuto no livro os motivos dos investidores, que tornam mais fácil a compreensão da estratégia do acesso gratuito?.

Côrtes afirma que o grande tráfego gerado por um provedor de acesso à Internet e o inevitável interesse das companhias de telefonia pelos usuários deste provedor estão por trás de todo o negócio. Ele discute este tema de forma mais detalhada no livro.

Côrtes afirma que o iG chegou aonde chegou – e com menos recursos financeiros que os concorrentes- devido ao seu material humano. Para ele é a qualidade do grupo de pessoas que permite ao iG dar o salto de portal de Internet para grupo de mídia, fazendo o caminho inverso do tradicional: uma empresa que surgiu na nova economia e agora procura ocupar espaços também na velha.

Para o futuro próximo ele considera que o conteúdo para banda larga e a convergência de mídias são os caminhos a trilhar e que o iG, por meio do Super iG, está habilitado a disputar esse mercado, em que, não obstante os grandes avanços tecnológicos, será o conteúdo oferecido pelos competidores o grande diferencial.

Por ironia dos velocíssimos destinos virtuais, ?A Verdadeira História do iG? será lançado exatamente um dia após a compra da hpG pelo iG, que, assim, não consta do livro. Para Côrtes isso não prejudica seu trabalho, na medida em que este é um processo que não muda a cara do iG, apenas confirma o seu amadurecimento."

 

CENSURA

"EUA bloqueiam publicação de livro polêmico", copyright Folha de S.Paulo, 31/7/01

"A publicação de um livro de história que revela o envolvimento dos EUA na morte de mais de 100 mil comunistas indonésios foi bloqueada pelo governo do presidente George W. Bush.

O livro, produzido pelo Departamento de Estado, detalha as atividades diplomáticas e de inteligência dos EUA na Indonésia entre 1965 e 1966. Ele mostra que, durante uma ação sangrenta contra os comunistas, a Embaixada dos EUA em Jacarta forneceu às forças indonésias uma lista com nomes de líderes do PKI, o Partido Comunista Indonésio.

A publicação também sugere que o serviço secreto americano tenha contribuído para o assassinato de mais de 100 mil membros do PKI. Um exemplar foi obtido pelo Arquivo de Segurança Nacional, um instituto de pesquisa que luta pela publicação de documentos oficiais que deixaram de ser confidenciais, depois que o livro foi enviado a livrarias do governo acidentalmente.

Segundo o arquivo, o livro diz que, em dezembro de 1965, Marshall Green, então embaixador dos EUA em Jacarta, ?endossou um pagamento secreto de cerca de US$ 5.000 ao Kap-Gestapu, o movimento que liderava a repressão na Indonésia?."

    
    
              

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