Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Saldos de balanço

LIVROS DO ANO

Não se pode afirmar que 2001 tenha sido generoso para as lides literárias de jornalistas e teóricos do jornalismo. Mas também não foi cruel demais. Embora longe de uma produção continuada de livros sobre mídia e comunicação, um balanço do ano mostra que vieram a público trabalhos relevantes de jornalistas e estudiosos de mídia, que o Observatório da Imprensa apresentou na rubrica Armazém Literário. A seguir, as entrevistas, artigos, notas de lançamento e resenhas publicados em 2001, na ordem em que apareceram.

Memórias das Trevas e os segredos do editor

Memórias das Trevas ? uma devassa na vida de Antonio Carlos Magalhães, de João Carlos Teixeira Gomes, Geração Editorial, 2001

Entrevista com Luiz Fernando Emediato, o editor que remou contra a maré e publicou Memórias das Trevas. Antes disso, o livro percorrera uma via-crúcis por diversas editoras ? iniciada em setembro de 1999 e encerrada no segundo semestre de 2000, quando os originais foram aceitos pela Geração Editorial. Finalmente publicado em janeiro, o livro foi praticamente ignorado pela mídia. Uma conspiração de silêncio, revelada pelo Observatório da Imprensa, que escancarou as relações promíscuas da imprensa com ACM.

O delírio humanitário

A revolução virtual: o mercado,o ciberespaço, a consciência, de Pierre Lévy, tradução de Maria Lúcia Homem e Ronaldo Entler, Editora 34, 191 páginas

Apresentação do novo livro do filósofo francês Pierre Lévy, que desenvolve suas idéias sobre a virtualidade e o admirável mundo novo que está surgindo com a cibercultura, da qual é um dos maiores entusiastas.

A preparação do golpe

Propaganda e cinema a serviço do golpe (1962-1964), de Denise Assis, Mauad/Faperj, 100 páginas

Apresentação do livro da jornalista Denise Assis, que afirma: o cinema documental e a propaganda que nele inserida ajudaram a cimentar o golpe de 64 nos dois anos que o precederam. O livro conta a história do Ipês (Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais), fundado em 1962 com o único objetivo de preparar a sociedade brasileira para o golpe.

A construção da notícia

Decidindo o que é notícia. Os bastidores do telejornalismo, de Alfredo Eurico Vizeu Pereira Junior, Edipucrs, 2001, R$ 16

Professor de Televisão da Universidade Católica de Pernambuco, Alfredo Eurico Vizeu Pereira Junior relança seu livro, resultado de pesquisa feita para o Pós-Graduação em Comunicação da Famecos-PUC-RS, na qual descreve as rotinas dos editores de texto no telejornalismo e mostra de que forma essas rotinas influenciam o processo de construção da notícia.

Tiros na democracia

Tiros na democracia ? de que lado ficou a imprensa na greve da Polícia Militar de Pernambuco, de Adriano Oliveira, Editora Bagaço, 2001

Dissertação de mestrado para a Universidade Católica de Pernambuco do professor Adriano Oliveira, que investiga o papel da imprensa pernambucana na dolorosa greve da PM em 1997.

Os intestinos da ilha

Trilogia suja de Havana e O rei de Havana, de Pedro Juan Gutiérrez, Companhia das Letras, 1998 e 1999, tradução de José Rubens Siqueira

Análise dos dois livros do jornalista cubano Pedro Juan Gutiérrez sobre a sofrida Cuba da década de 90. As cidades, inclusive a capital, estão destruídas física e moralmente. Para mostrar essa realidade, o autor manipula uma navalha no lugar da caneta: seu texto deixa à mostra as vísceras da terra de Fidel e do Che.

Cada vida, cada conto

Vidas Lusófonas <www.vidaslusofonas.pt>

Nesta entrevista, o jornalista e escritor português Fernando Correia da Silva fala do sucesso de seu sítio na internet, Vidas Lusófonas, onde publica biografias de personalidades dos países de língua portuguesa. São textos breves, mas densos, alguns deles pequenas obras-primas, de jornalistas e escritores daqui ou d?além mar, nas quais desfilam as vidas dos homens e mulheres que moldaram a nossa identidade.

Retrato de um revolucionário

Cipriano Barata na sentinela da liberdade, de Marco Morel, edição da Academia de Letras e Assembléia Legislativa da Bahia, Salvador, 2000

Em entrevista ao Observatório, Marco Morel conta por que escolheu ser historiador, embora seja neto de jornalista (Edmar Morel), filho de jornalista em plena atividade (Mário Morel) e graduado em Jornalismo pela UFRJ, onde defendeu seu mestrado 11 anos atrás. Mas acabou fazendo doutorado em História na Sorbonne, e hoje ensina História na Uerj. Ele afirma que o Marco Morel historiador foi quem escreveu a primorosa biografia do revolucionário Cipriano Barata (1762-1838), o mais radical dos jornalistas brasileiros do período da Independência.

Ética e radiojornalismo

Manual de Radiojornalismo: produção, ética e internet, de Heródoto Barbeiro e Paulo Rodolfo de Lima, Editora Campus, 186 páginas

A matéria mostra tratar-se de um livro promissor: na abertura, uma clara opção pela ética. Heródoto Barbeiro e Paulo Rodolfo de Lima resolveram iniciar o Manual de radiojornalismo: produção, ética e internet falando sobre a conduta ética do profissional de rádio. Esse trabalho, que revela uma pesquisa minuciosa e bem feita, deveria servir de bússola para todo profissional que quer produzir radiojornalismo de qualidade ? especialmente em tempos de denuncismo vazio.

Encruzilhadas do discurso

Análise de textos de comunicação, de Dominique Maingueneau. Tradução de Cecília P. de Souza e Silva e Décio Rocha, Cortez Editora, 238 páginas

Comentário sobre o livro no qual Dominique Maingueneau, professor de Lingüística da Universidade Paris XII, analisa o discurso da publicidade e da imprensa, em estudo original e erudito. São 18 capítulos fundados em exemplos de textos da imprensa francesa ? absolutamente pertinentes mesmo para um leitor que não esteja mergulhado neste universo. E para que os brasileiros compreendam todas as nuances do conteúdo do livro, os tradutores realizaram um trabalho extraordinário, com notas explicativas e contextualização dos exemplos.

A nova era do rádio

O rádio na era da informação ? teoria e prática do novo radiojornalismo, de Eduardo Meditsch, 304 págs, co-edição Editora Insular e Editora da UFSC, Florianópolis, 2001

Jornalista e professor da UFSC, Eduardo Meditsch fala de seu livro, publicado originalmente em Portugal, pela Editora Minerva, de Coimbra, resultado de tese de doutorado defendida na Universidade Nova de Lisboa, em 1997. O volume sai agora no Brasil ? país cuja bibliografia sobre jornalismo em geral, e jornalismo radiofônico em particular, é de uma pobreza próxima à franciscana. O trabalho de Meditsch é uma exceção a essa regra, em especial por dedicar-se a um meio ? o rádio ? tido como mídia menor pelos estudiosos mais apressados.

Vertigens da contemporaneidade

A corrida para o século 21: no loop da montanha-russa, de Nicolau Sevcenko, Companhia das Letras, 140 páginas

Vivemos num mundo acelerado, que muda em velocidade vertiginosa, como se estivéssemos em pleno loop de uma montanha-russa. Nicolau Sevcenko, professor de História da Cultura da USP, descobriu essa metáfora para descrever a transição do século 20 para o 21, fase marcada por um surto de transformações que ele chama de Revolução da Microeletrônica. Essas transformações avançam com tal rapidez que fazem com que os saltos anteriores pareçam projeções em câmara lenta.

"Editores não investem no escritor brasileiro"

O Clarão, Cultura Editores Associados, 2001

Entrevista com Betty Milan, autora de O clarão, romance sobre a amizade concebida em domínio conexo com o amor. O personagem principal foi inspirado no publicitário Carlito Maia. Autora e editora apostaram num lance ousado: fazer o lançamento em mais de uma dezena de capitais, rompendo o círculo de ferro em que estão confinadas nossas poucas e incipientes livrarias.

 

O paradigma Hipólito

Hipólito de Costa, Sergio Góes de Paula, Editora 34, Rio, 2001

Entrevista com Sergio Goes de Paula, autor de Hipólito da Costa, sobre o patriarca da imprensa brasileira. O livro foi lançado no final de junho pela Coleção Formação do Brasil, da Editora 34, reunindo artigos e documentos publicados no Correio Braziliense, o primeiro jornal brasileiro livre de censura.

"A covardia é generalizada"

Márcia Denser expõe nessa entrevista seu inconformismo com o apagão geral a que vem sendo submetido o autor brasileiro nas livrarias, na imprensa e na universidade, três instâncias onde mais se têm exercido as exclusões, especialmente contra a mulher escritora.

"Me criei na biblioteca do meu pai, lendo"

Entrevista / Lya Luft

"Acho que há relativamente pouca cobertura da imprensa na questão literatura brasileira", diz a escritora Lya Luft, em entrevista a Deonísio da Silva. "Ou comentam sempre os mesmos medalhões, ou querem saber muito da vida pessoal, ou fazem resenhas breves que dependem da simpatia ou estado de espírito do resenhador."

Gostei do Século: duas mil crônicas depois

Entrevista com o jornalista Marcio Moreira Alves, que de 1993 até o início de 2001 publicou cerca de duas mil colunas em O Globo. "É uma montanha de trabalho, cujo tamanho nem eu mesmo imaginava", disse Marcio. Dessa montanha já saíra outro livro, "Sábados azuis, 75 histórias do Brasil que dá certo", a ser seguido por "Novos sábados azuis". "Gostei do século" reúne alguns dos artigos mais gerais, os dos "dias úteis".

Jornalismo de saturação

Jornalismo e desinformação, Leão Serva, Editora SENAC, 144 pp., São Paulo, 2001

Entrevista com o jornalista Leão Serva, editor do jornal digital Último Segundo, professor de Ética no Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero e autor de Jornalismo e desinformação, obra que teve origem em sua dissertação de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da PUC-SP. No livro, Serva discorre sobre a saturação de informações na vida contemporânea e o "paroxismo da desinformação informada e da deformação".

"O próximo papa terá de ser aberto à mídia"

Entrevista Frei Betto, "que nasceu escritor e só mais tarde tornou-se frade dominicano". Entre outras coisas, ele fala do que o mundo espera do próximo papa. Seu livro mais recente, Hotel Brasil, tem condimentos de romance policial. E o anterior, Entre todos os homens, apresenta a face profana de Jesus. Para o entrevistador, somente uma crítica literária "meio caolha como a que temos pode tratar com tanta displicência um de nossos escritores e intelectuais mais completos".

Um autor e seus contos de bar

Um homem bebe cerveja no bar do Odilon, Jeferson de Andrade, Página Aberta Editora, 2001

O escritor e jornalista Jeferson de Andrade lançou a segunda edição deste seu livro, originalmente publicado em 1978, de um jeito diferente: num tour pelos bares de Tiradentes, MG. Autor do best seller Anna de Assis, entre outros livros, Jeferson lamenta uma das mais graves omissões de nossa indústria livreira: "Infelizmente, as grandes editoras ignoram quase sempre o conto, que, alegam, não tem consumo", diz. "O jeito é apelar ao meio marginal."

A sala de aula do mundo

A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística, de Nilson Lage, Editora Record, Rio de Janeiro e São Paulo, 2001

Entrevista com o jornalista Nilson Lage, professor titular de Jornalismo da UFSC, que tem encarado como poucos o exercício da crítica, da polêmica e da reflexão sobre a prática e os rumos do jornalismo no Brasil. Este livro de 189 páginas, de linguagem clara, tem como matriz a sala de aula ? o que não significa que seja um tratado técnico ou que não possa interessar ao leitor em geral.

Parabólicas na casa grande e na senzala

Casa Grande e Senzala com Antena Parabólica, de Jacques A. Wainberg, Editora da PUC-RS, Porto Alegre, 2001

Este texto é do próprio Wainberg: trata-se da introdução de seu livro, uma análise do Brasil que, graças às revolucionárias tecnologias de comunicação à distância, livrou-se da tensa condição de ser ao mesmo tempo uma massa geográfica continental e um arquipélago cultural que buscava, com alguma ansiedade, a unidade política e os elos simbólicos comuns de pertinência. Nesta era das telecomunicações, Wainberg constata o rompimento das fronteiras das diferenças.

Os jornalistas e seu espaço na história

Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro, FGV, 2001

Entrevista com Alzira Alves de Abreu, da Fundação Getúlio Vargas, que fala do lançamento da segunda edição, revista e ampliada, do Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro, e observa que, dado o crescente papel da imprensa na história contemporânea do país, a publicação reservou mais espaço para verbetes sobre jornais e jornalistas.

O tema é comunicação

A editora do Centro Universitário de Brasília (UniCeub) lançou dois livros sobre comunicação em setembro: Memórias das Ciências da Comunicação no Brasil: os grupos do Centro-Oeste aborda a pesquisa de Comunicação na região. Os 27 autores procuram resgatar a trajetória acadêmica de personalidades locais que contribuíram para a formação do pensamento e da prática da comunicação no Brasil. E Comunicação: discursos, práticas e tendências é uma coletânea de artigos de pesquisadores, a maior parte atuante no Distrito Federal. Entre os temas da publicação estão a prática das relações públicas e da assessoria de imprensa no Brasil, o fotojornalismo e a comunicação governamental.

A notícia como espetáculo

Showrnalismo ? A notícia como espetáculo, de José Arbex Jr., Editora Casa Amarela, São Paulo, 2001

Entrevista com o jornalista José Arbex Jr., que mostra em seu livro "como a mídia, no mundo contemporâneo, transforma tudo em espetáculo: eleições, catástrofes naturais, guerras, escândalos, histórias do cotidiano, crimes". O trabalho é fruto da tese de doutorado de Arbex defendida no Departamento de História da USP.

O veneno das cobras criadas

Cobras criadas ? A história de David Nasser e O Cruzeiro, Luiz Maklouf de Carvalho, Editora Senac, 600 páginas, São Paulo, 2001

Dono de saudável obsessão pelo rigor na apuração, o experiente jornalista Luiz Maklouf de Carvalho conta nessa entrevista por que encasquetou, dois anos atrás, com um personagem tão famoso quanto polêmico ? o repórter David Nasser, estrela da revista O Cruzeiro. Este mergulho resultou na descoberta de que o mito David Nasser não passava disso mesmo ? um mito. Como repórter, era um picareta; como cidadão, um conservador que apoiou o Esquadrão da Morte, no Rio.

Texturas de um coração corintiano

Vicente Matheus: quem sai na chuva é pra se queimar, de Luiz Carlos Ramos, Editora do Brasil, São Paulo, 2001

O são-paulino Luiz Carlos Ramos ? editor-assistente da primeira página de O Estado de S.Paulo e professor da PUC-SP ? conta nessa entrevista por que foi atrás da história do corintiano Vicente Matheus (1908-1997), o mais folclórico dirigente esportivo de todos os tempos. O livro é ágil e bem-apurado e, em texto desapaixonado, ajuda a desvendar algumas das razões da paixão que arrebata os corações corintianos.

Mapa das relações entre mídia e política

Mídia: Teoria e Política, de Venicio A. de Lima, Editora Fundação Perseu Abramo, 336 pp., São Paulo, 2001

Resenha do livro Mídia: teoria e política, que reúne artigos de Venicio A. de Lima, da UnB, pioneiro nos estudos da relação mídia e política no Brasil. Ele introduzi novas questões e abordagens para uma análise multidisciplinar dessa temática, criando conceitos, como o CR-P (Cenário de Representação da Política), que têm auxiliado os pesquisadores na elucidação da realidade midiática.


A guerra civil que não houve

1961 ? Que as armas não falem, Paulo Markun e Duda Hamilton, 410 pp., Editora Senac-SP, 2001

Entrevista com o jornalista Paulo Markun, um dos autores do livro que relata o que aconteceu no Brasil entre 25 de agosto (renúncia de Jânio Quadros) e 7 de setembro (posse de João Goulart) de 1961, dias de tumultuadas negociações que resultaram na adoção do parlamentarismo. Esses dias críticos, que constituíram o episódio conhecido como "Crise da Legalidade", são detalhados pelos autores a partir da mobilização popular que levantou o Rio Grande do Sul, sob a liderança de Leonel Brizola, decidido a garantir a posse do presidente constitucional eleito, contestada pelos militares.


O livro e as leituras da imprensa

O livro no jornal, Isabel Travancas, 162 pp., Ateliê Editorial, Cotia, SP, 2001

Isabel Travancas, nessa entrevista, conta que comparou os suplementos literários do Jornal do Brasil, da Folha de S.Paulo, do Le Monde e do Libération dos anos 90 para investigar sua forma de atuação. O resultado da análise mostrou mais semelhanças do que diferenças: todos assumem a lógica jornalística de acompanhamento do que é novo, original e imprevisível; todos funcionam como instrumento agregador de credibilidade ao projeto jornalístico das empresas editoras.

A saúde do espírito

Literatura e comunicação na era da eletrônica, de Fábio Lucas, Cortez Editora, São Paulo, 2001

Entrevista do professor Fábio Lucas Gomes, 69 anos, presidente da União Brasileira de Escritores e autor de 35 livros, que fala de seu mais recente trabalho, no qual analisa o impacto da velocidade e da instantaneidade das tecnologias digitais de informação sobre a reflexão inerente à criação literária. Lucas mostra que esse paradoxo se desdobra, no mundo real, numa relação íntima entre comunicação e literatura. No passado, diz, a literatura já conviveu com a imprensa, o telégrafo, o rádio e o cinema, que se influenciavam reciprocamente.

Fora das livrarias

A História Secreta do Plano Cruzado, de Ricardo A. Setti, 96 pp., Editora Canarinho, São Paulo, 2001

Ricardo Setti conta por que decidiu publicar em livro a reportagem que lhe valeu o Prêmio Esso de 1986. Como os amigos não esqueciam a matéria, e as escolas de Jornalismo sempre ressuscitavam o texto, Setti resolveu imprimir 1.000 exemplares numerados e autografados, e encarregou-se ele próprio da distribuição. A edição não foi para as livrarias ? e agora está virtualmente esgotada.

Jornalismo como história e história como jornalismo

Revistas em Revista, de Ana Luiza Martins, 593 pp., Edusp, São Paulo, 2001; e JK, O Artista do Impossível, de Cláudio Bojunga, 798 pp., Editora Objetiva, Rio de Janeiro, 2001

Comentários sobre os livros Revistas em Revista, que reconstitui os anos efervescentes da imprensa e da cultura na República (1890-1922), nos quais era comum que jornalistas e escritores não tivessem o diploma do… curso primário; e JK, O Artista do Impossível, obra que revive os anos 50, impulsionados pelo carisma e a euforia de Juscelino Kubitschek.

O espírito da época

A sociedade dos chavões, 247 pp., Escrituras Editora, São Paulo, 2001

Entrevista com o jornalista Claudio Julio Tognolli, que, com humor, em A sociedade dos chavões propôs-se "desfazer a ponta do nó dos mistérios para, em seguida, aquecer as turbinas e alçar vôo em busca de um porto seguro de onde pudesse assestar suas baterias e olhar percuciente sobre a linguagem utilizada pela mídia e, nesta, estudar a fundo seus clichês e chavões ? os quais, aliás, abundam neste parágrafo".

Prefácios e seus chavões

Apresentação de Alberto Dines para A sociedade dos chavões, com humor também sobre a própria arte do prefácio, conhecido ainda como "prolegômeno, antelóquio, introdução, advertência". Está no início do livro, diz Dines, "mas invariavelmente é escrito no fim, depois de concluído o texto".

As teorias da notícia

O jornalismo português em análise de casos, Nelson Traquina, Ana Cabrera, Cristina Ponte, Rogério Santos, 333 pp., Editorial Caminho SA. Lisboa, 2001

Comentário sobre a coletânea de textos de autores portugueses lançada recentemente em Lisboa. Atual e antenado, o livro faz um percurso das principais teorias do jornalismo contemporâneo e apresenta ensaios sobre a cobertura periodística de fatos e problemas marcantes nos últimos anos.

Ecos na Itália, silêncio aqui

Perchè il marxismo há fallitto, de Orlando Tambosi, Editora Mondadori, 2001

Comentário sobre o lançamento na Itália, em fevereiro, do livro de Orlando Tambosi, doutor em Filosofia e professor de Jornalismo da UFSC. Disponível no Brasil desde 1999, sob o título O declínio do marxismo e a herança hegeliana (Editora da UFSC), mereceu silêncio absoluto da imprensa, embora sistematize debates cruciais sobre as causas do fracasso do marxismo.